“Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado” ( Rm 7:7 – 8).
Se não fizermos uma leitura apurada destes dois versos, perceberemos somente dois elementos em comum: o “Eu” e a “Lei”. Porém, ao observar melhor, verifica-se um terceiro elemento implícito nos versículos: ‘conhecer o pecado’ é o mesmo que ‘estar morto para Deus’ ou ‘estar vivo para a lei’.
Os cristãos judeus sabiam que eram justificados pela fé em Cristo, e não pela obras da lei ( Gl 2:16 );
Paulo demonstra que, tanto ele, quanto os cristãos judeus, procuraram ser justificados em Cristo “Se nós, que procuramos ser justificados em Cristo…” ( Gl 2:17 ), e que eles (Paulo e o cristãos judeus) já não eram mais pecadores, pois Cristo não é ministro do pecado. Ora, se eles ainda estavam buscando justificação na lei, isto instava contra eles de que ainda eram pecadores, e teriam de admitir que Cristo era ministro do pecado ( Gl 2:17 – 18).
Paulo apresenta sua nova condição e compreensão em Cristo, destacando-se dos demais cristãos judeus, visto que eles não precisavam da lei: “Pois eu pela lei estou morto para a lei, a fim de viver para Deus” ( Gl 2:19 ). Quem estava morto para lei? Paulo responde: ‘eu’! ‘Eu’ quem?
Ora, o Paulo que escreveu aos Gálatas estava ‘vivo para Deus’, porém, o ‘eu’ que ele faz referência foi crucificado com Cristo e morreu. Para que ele alcançasse a condição de ‘vivo para Deus’, antes precisou morrer com Cristo. O ‘eu’ que, pela lei está morto, diz de Saulo, e quem realmente vivia para Deus diz de Paulo, o apóstolo dos gentios.