Gratidão; Aprendendo com o leproso
Levítico 13:45,46 / Lucas 17:12-13 / Marcos 1:40-45
(Levítico 13:45,46)
45-As
vestes do leproso, em quem está a praga, serão rasgadas, e os seus cabelos
serão desgrenhados; cobrirá o bigode e clamará: Imundo! Imundo!
46-Será imundo durante os dias em que a praga estiver nele; é imundo, habitará só; a sua habitação será fora do arraial.
A lepra era uma das mais terríveis doenças da
antiguidade. Por ser contagiosa fazia com que a pessoa tivesse de ser afastada
do convívio familiar e social, vivendo isolada em aldeias de leprosos ou locais
específicos para pessoas com essa doença.
Detalhe
A doença era tão séria, que de acordo
com a sagrada escritura, um leproso ao se aproximar de uma pessoa tinha que
avisar que era portador da tal doença.
Esse texto bíblico fala das regras acerca de uma pessoa que sofria de lepra, no Velho Testamento. O leproso não deveria se aproximar de uma pessoa e, ao sofrer alguma aproximação, deveria gritar: "impuro, impuro". Era estritamente proibido a um leproso se aproximar de pessoas sem se identificar como uma pessoa “impura”.
Na cultura Judaica, os leprosos pertenciam a uma das categorias mais repulsivas de pessoas. Eles eram rejeitados pela sociedade, pois eram considerados amaldiçoados, ou seja, desgraçados.
Os leprosos tinham que ficar a uma distância mínima de 50 metros das pessoas e nunca a favor do vento! No caso de alguém entrar em contato com um leproso, também seria considerado impuro.
O termo “impuro” tem o sentido de algo
repulsivo ou aversivo. Esse termo tem a ver com coisas que embrulham o
estômago, ou que causam repulsa, reprovação e desagrado.
Quando pensamos em coisas que causam náuseas,
podemos considerar certos comportamentos tanto pessoais como sociais e
filosofias de governos, os quais nunca mais deveriam ter seguidores neste
mundo.
A proposta em nossa meditação, em Marcos 1:40-45, é que observemos
O pedido do leproso para ser curado por Jesus.
(v.40)
A reação de Jesus ao pedido do leproso.
(v.41,42)
A ordem de Jesus ao que foi leproso. (vs.43-45)
A obediência do leproso
E a gratidão do leproso
Quando estava de viagem para Jerusalém, Jesus entrou em uma dessas aldeias de leprosos. Dez deles, que já conheciam a fama de Jesus, gritaram de longe para chamar a atenção do Senhor:
“Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós!” (Lucas 17:12-13).
Mesmo de longe, Jesus ordena que eles fossem se mostrar aos sacerdotes (Lucas 17:14). Isso era uma ordem da lei, para que leprosos, quando curados, pudessem voltar ao convívio social oficialmente (Veja Levítico 13:1-59). Eles obedeceram a ordem de Jesus e foram curados no caminho.
Mas apenas um dos leprosos é aquele que nos
ensinará algumas lições preciosas hoje. Um homem certamente que passou por
muito sofrimento, mas que experimentou o poder de Deus em sua vida e que, em
poucas atitudes, nos mostrou grandiosos exemplos que aprenderemos agora.
(Lucas 17:12-13)
5 lições que um ex-leproso vai nos ensinar hoje
(1) O
leproso mostrou que precisamos de obediência a Palavra de Deus
Jesus deu uma ordem a ser cumprida: “Ao vê-los, disse-lhes Jesus: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados” (Lucas 17:14).
A obediência é algo que Deus requer de nós. Mas não podemos negar que esses leprosos já deveriam ter tentado de tudo para ser curados e obedecer a uma ordem talvez pudesse ser apenas mais uma tentativa que iriam fazer (como tantas outras) e não um desejo de obediência por fé.
Como sabemos, a maiorias deles (9) sequer
voltaram para agradecer pelo milagre recebido. Mas um desses leprosos, um
especial, era diferente. Seu coração desejava obedecer o Mestre e assim fez.
(2) O
ex-leproso converte seu coração
Nove dos leprosos tomaram o caminho da ingratidão depois de conseguir o que queriam. Mas um deles tomou o caminho da conversão: “Um dos dez, vendo que fora curado, voltou…” (Lucas 17:15).
O ato de voltar para procurar Jesus mostra a conversão genuína desse leproso. Somente os convertidos de verdade voltam, saem de seus próprios caminhos, de seus próprios pensamentos para andar e pensar aquilo que Jesus deseja.
Ele voltou e se pôs nos caminhos do Senhor, nos caminhos que agradaram a Jesus! Você já converteu seus caminhos hoje?
(3) O
ex-leproso glorificou o nome de Deus
Com o coração curado e convertido, o foco da
vida do ex-leproso foi glorificar o nome do Senhor: “…voltou, dando glória a
Deus em alta voz” (Lucas 17:15).
Ele não guardou para si aquilo que viu Deus fazer em sua vida.
Todos precisam
saber da grandeza de Deus, da grandeza da misericórdia do Senhor. E da forma
que podia, com sua voz, com seu coração convertido, glorificou o nome do Senhor
diante de todos.
(4) O
ex-leproso reconheceu o Senhor Jesus
Muitos receberam grandes bênção do Senhor Jesus em suas vidas, mas poucos o honraram com suas vidas. Dos dez ex-leprosos, apenas um focou seu coração no reconhecimento da grandeza do Senhor: “e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus…” (Lucas 17:16).
O ato de curvar-se com o rosto no chão diante dos pés de alguém indicava rebaixamento, humildade diante dessa pessoa. Quando o ex-leproso faz isso reconhece o poder de Deus em sua vida. Reconhece a grandeza de Jesus e O honra com sua adoração sincera. Você já se prostrou hoje aos pés de Jesus?
(5) O
ex-leproso demonstrou um coração grato
Nove dos ex-leprosos, após conseguirem o que queriam, não apresentam um coração grato a Jesus, mas um deles faz aquilo que Deus espera de nós: “e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe…” (Lucas 17:16).
A gratidão é um reconhecimento que Deus espera de nós. Um coração grato é um coração que expulsou todo o orgulho de dentro de si e escolheu reconhecer a grandeza de Deus, de Sua ação e propósitos Dele. Você foi grato a Deus hoje pelo que Ele fez e faz em sua vida?
Por fim, diante de tudo que Jesus presenciou acontecer, ele declara ao ex-leproso: “E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou” (Lucas 17:19).
Ele ganhou muito mais do que a cura física! Foi
perdoado, foi salvo e agora estaria para sempre na presença de Jesus!
Reflexão e Ensino
(Marcos 1:40-45)
Resumo do começo do ministério público de Cristo, descrita pela doutrina petrina.
Marcos (também chamado de João Marcos) é o autor deste livro. Apesar de Marcos não estar entre os discípulos originais de Jesus Cristo, ele foi convertido posteriormente e tornou-se assistente do Apóstolo Pedro, e pode ter escrito seu evangelho com base no que aprendeu com ele (ver Guia para Estudo das Escrituras, “Marcos”).
Marcos e sua mãe, Maria, viveram em Jerusalém;
sua casa era um local de reunião dos primeiros cristãos (ver Atos 12:12).
Marcos deixou Jerusalém para ajudar Barnabé e Saulo (Paulo) em sua primeira
jornada missionária (ver Atos 12:25; 13:4–6, 42–48).
Mais tarde, Paulo escreveu que Marcos estava
com ele em Roma (ver Colossenses 4:10; Filemom 1:24) e elogiou Marcos como
companheiro, que era “muito útil para o ministério” (2 Timóteo 4:11).
Pedro referiu-se a ele como “meu filho Marcos”
(1 Pedro 5:13), sugerindo a proximidade de seu relacionamento.
Provavelmente, Marcos escreveu seu evangelho em
Roma, entre 64 d.C. e 70 d.C., talvez logo após o Apóstolo Paulo ser
martirizado por volta de 64 d.C. .
1. O pedido do leproso para ser curado por Jesus. (v.40)
Ver. 40 Um leproso chegou perto de Jesus, ajoelhou-se e disse: - Senhor, eu sei que o senhor pode me curar se quiser.
Tanto a aproximação como o
pedido do leproso a Jesus revelam o conhecimento que ele possuía do Senhor.
Vejamos:
Em
primeiro lugar, o leproso “se aproximou de Jesus sem gritar “impuro, impuro”.
Ao se aproximar de Jesus sem
gritar sobre a sua condição, significa que ele reconhece não estar diante de um
homem comum, mas diante de Deus.
Que nós tenhamos a coragem
para nos aproximarmos de Jesus, sem medo de sermos rejeitados por Ele.
Em
segundo lugar, o leproso “se ajoelha diante de Jesus”, e o que isso significa?
Ajoelhar-se diante de Deus é
um ato de rendição e de profunda adoração. Ao ajoelhar-se diante de Jesus, ele
está reconhecendo a sua Divindade, ou seja, que Jesus é o Messias, portanto, o
Deus Todo-Poderoso encarnado entre os homens. A Bíblia ensina que nós devemos
adorar somente a Deus e, portanto, foi isso o que ele fez.
Que nós adoremos somente a
Deus e que nos rendamos a Ele, por meio de Cristo.
Em
terceiro lugar, o leproso “chama Jesus de Senhor”.
Ele reconhece Jesus como “Dono
e Senhor” da sua vida. Ele se coloca numa “condição de servo ou escravo” de Deus.
Ele se mostra humilde e se coloca sob o governo Divino.
Que nós sejamos humildes e
reconheçamos que Jesus deve ser o Senhor de nossas vidas.
Em
quarto lugar, ele “Sua convicção”:
“eu
sei que o senhor pode me curar.” De
acordo com o Velho Testamento, somente Deus podia curar ou purificar um leproso
e é justamente isso o que ele está afirmando.
Que nós creiamos no poder de
Jesus em todo o tempo.
Em
quinto lugar, o leproso “não impõe ao Senhor”.
Ele não determina nada, mas
aceita a vontade do Senhor ao dizer: “... se quiser.”
Diferente de muito dos
conceitos atuais em que o servo determina ao seu senhor; “eu determino”. Que
nós aceitemos a vontade de Deus sobre nossas vidas, pois a Sua vontade será
sempre o melhor para cada um de nós.
Que nós não tentemos ensinar a
Deus o que Ele deve ou não fazer a nosso favor.
O leproso não via Jesus como
um profeta, pois este intercederia a favor dele diante de Deus, mas ele O viu
como Deus. Há uma história na Bíblia sobre a cura da lepra de Naamã. (cf. 2
Reis 5:1-11) Diante do Senhor, ele abre o seu coração e seu conhecimento interior
da pessoa de Jesus.
2.
A reação de Jesus ao pedido do leproso. (v.41,42)
41 Jesus ficou com muita pena
dele, tocou nele e disse: - Sim! Eu quero. Você está curado. 42 No mesmo
instante a lepra desapareceu, e ele ficou curado. (NTLH)
Notemos três coisas na reação de Jesus ao
pedido do leproso:
Em primeiro lugar,
“a compaixão de Jesus”.
O texto nos diz que Ele “ficou
com muita pena”. No entanto, não foi uma compaixão paternalista, mas uma dor
interior pelo estado daquele homem. As palavras do leproso tocaram o íntimo de
Jesus, as quais geraram no Senhor agonia ou algo que dói. Essa dor interior
produziu em Jesus a compaixão, amor e cuidado.
Em segundo lugar,
“Jesus tocou nele”!
Para um homem comum, era
proibido tocar em um leproso, pois ele seria também considerado impuro! Porém,
Jesus o tocou e esse seria provavelmente o primeiro toque de alguém que o
leproso recebeu em anos. Jesus tocou no que era intocável, pois Ele é o Único
capaz de tocar onde qualquer ser humano é incapaz de fazê-lo!
Em
terceiro lugar, “a declaração de Jesus”: “Eu quero.
Você está curado.” Jesus
poderia ter respondido como Eliseu respondeu a Naamã: &Como é que o rei da
Síria quer que eu cure este homem? Será que ele pensa que eu sou Deus e que
tenho o poder de dar a vida e de tirá-la? (2 Re.5:7 NTLH) Pelo contrário, Jesus
disse que desejava a cura daquele homem e decretou: “Você está curado”. A
purificação daquele leproso é a prova de que Jesus é Deus e a cura foi
imediata!
3.
A ordem de Jesus ao que foi leproso. (vs.43-45)
43 (43-44) E Jesus ordenou
duramente: - Olhe! Não conte isso para ninguém, mas vá pedir ao sacerdote que
examine você. Depois, a fim de provar para todos que você está curado, vá
oferecer o sacrifício que Moisés ordenou. Então Jesus o mandou embora. 45 Mas o
homem começou a falar muito e espalhou a notícia. Por isso Jesus não podia mais
entrar abertamente em qualquer cidade, mas ficava fora, em lugares desertos. E
gente de toda parte vinha procurá-lo.
Por que Jesus “ordena” ao
homem para que não contasse a ninguém sobre o milagre que havia recebido do
Senhor? Essa ordem não é estranha? Em nosso tempo, quando alguém é curado ou
que recebe alguma bênção da parte de Deus, o que nós lhe pedimos? “Conte a
todos o que você recebeu ‘aqui’!” Isso soa como propaganda tanto do lugar como
da pessoa que foi instrumento de Deus para gerar a cura. Jesus tinha muito
cuidado com isso.
Algumas observações nestas palavras finais de Jesus, ao homem que fora curado:
Em
primeiro lugar, Jesus não busca o reconhecimento popular para ser reconhecido
como um milagreiro!
O Senhor não busca a adoração
de uma multidão sem fé e sem o conhecimento de Quem Ele realmente é e do
propósito real dos Seus atos. Jesus veio para transformar pessoas e não como
curandeiro ou solucionador de todo tipo de problema humano. É muito perigoso
transmitir uma imagem errada da pessoa e da missão de Jesus; por isso, toda
pessoa que pretende testemunhar, que tenha conhecimento do Seu caráter e das
razões de Ele ter vindo à Terra, para trazer a salvação aos homens.
Em
segundo lugar, Jesus ficaria limitado em Seu ministério.
(v.45b) Já ouvimos pessoas
dizendo que a nossa igreja é um local onde se ensina a Palavra de Deus e que
não é um lugar onde Jesus cura pessoas. Então, para buscar a cura do Senhor é
necessário buscar uma igreja onde Jesus está curando! Isso é um absurdo! Jesus
está em nosso meio e Ele é Soberano e faz o que quiser! Eu não consigo entender
que o ensino da Palavra de Deus impede o Senhor de curar pessoas. Eu vejo que
muitos testemunhos que são dados não passam de propaganda, para trazer um
brilho especial a uma determinada igreja e a um determinado pregador. Isso é
pecado!
Em
terceiro lugar, Jesus pede que o homem fosse examinado pelo sacerdote.
Jesus mostra grande respeito à
Lei de Moisés e à sociedade de Seus dias. O Senhor queria que tanto a liderança
religiosa como a sociedade o aceitasse como uma pessoa que fora tocada e
purificada por Deus. Há muitos que dão grandes testemunhos, mas suas vidas
continuam impuras e com uma conduta desaprovada pelos princípios Divinos.
O nosso texto em Marcos tem
como contexto o chamado dos discípulos, a fim de serem preparados para falar do
Evangelho. (cf. Mc.5:14-20) Então, Jesus mostra a condição humana: ela está sob
a influência satânica e acometida de enfermidades. (cf. Mc.5:21-34) Antes da
cura do leproso, Jesus estava orando num lugar deserto, a fim de levar o
Evangelho a várias localidades. O que ele encontraria? Pessoas que se sentiam
superiores àqueles que eram considerados rejeitados.
Conclusão
Esse milagre mostra como a
sociedade religiosa mantém à distância aqueles que ela considera impuros. No
entanto, nós todos somos mais impuros do que podemos imaginar! Nós, em muitas
ocasiões, mostramos a nossa “lepra espiritual”, pois tentamos a todo instante
esconder a nossa impureza interna.
Muitas vezes, nós nos
esquecemos de que o homem tem o hábito de analisar o seu semelhante pelo seu
exterior e que o Senhor olha para o interior do ser humano. Deus olha para os
nossos corações cheios de sujeira e nos oferece o caminho da Sua graça em
Cristo Jesus.
Imaginemos se houvesse um
projetor conectado a cada uma de nossas mentes nesse lugar e que expusesse
todos os nossos pensamentos secretos! Que imagens nós veríamos? Sensuais?
Ansiedade? Ódio, raiva, omissões, mentiras, orgulho e egoísmo? Todas essas
coisas são repulsivas ou impuras. Elas podem alterar o curso de nossas vidas
para pior. Afinal, Jesus disse:
& 14 Jesus chamou outra
vez a multidão e disse: - Escutem todos o que eu vou dizer e entendam! 15 Tudo
o que vem de fora e entra numa pessoa não faz com que ela fique impura, mas o
que sai de dentro, isto é, do coração da pessoa, é que faz com que ela fique
impura. 16 Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam. (Mc.7:14-16 NTLH)
Todos nós queremos viver sob
as mãos e as bênçãos de Deus. Porém, Jesus ensinou que devemos buscar a pureza,
a fim de sermos limpos de coração. Essa é uma condição para agradarmos a Deus e
sermos verdadeiramente abençoados por Ele.
Que nós olhemos com atenção
para a condição dos nossos pensamentos e do nosso coração, pois as nossas ações
emergem do que pensamos e sentimos. Que nós tomemos cuidado para não sermos
contados entre os “leprosos espirituais”, que podem causar nojo a Deus.
Que nós busquemos uma vida de
comunhão com Deus, por meio de Jesus. Esta é a razão maior de Jesus ter vindo à
Terra: promover uma aliança oferecida por Deus aos homens de boa vontade.
Que nós aceitemos essa aliança
e vivamos para a glória de Deus, pois dessa forma, seremos aceitos por Ele e as
pessoas verão que fomos transformados pela graça de Deus em Cristo e O
glorificarão, por causa de nossas boas obras.
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