Há muita especulação sobre a vida do Rei David.
E tem muitas histórias e estórias sobre ele. Coisas intrigantes, e como se não
bastasse, outros estarem na bíblia com algumas faltas e erros, ele não seria
diferente. Porem de todos os comentários, o que mais chama atenção não é o fato
de ser assassino e adultero. Mas ter uma linhagem duvidosa, ou seja, bastardo.
Veremos a seguir detalhes que pode dar o que falar. E ainda o motivo que Davi
era para seu pai Jessé uma vergonha. Mas porquê? Eis ai o motivo de minha
busca.
Isto deixa diversas interpretações possíveis:
1)- Que Naás era mulher, esposa de Jessé e mãe
de todos os envolvidos (o nome podia ser dado a pessoas de ambos os sexos), mas
isto não é muito provável, porque as mulheres eram incluídas numa genealogia
apenas por motivos especiais, que aqui parecem faltar.
2)-Que Naás era outro nome de Jessé, conforme
sugere A Septuaginta grega (edição lagardiana) tem “Jessé” em vez de Naás em 2
Samuel 17,25.
3)- Que Naás era o anterior marido da esposa de
Jessé (uma sugestão mais provável) e que ela deu à luz para Naás duas filhas,
Abigail e Zeruia, antes de se casar com Jessé e dar-lhe vários filhos.
4)- Abigail é chamada de “filha de Naás”, mas
ela e sua irmã não são chamadas diretamente de filhas de Jessé, pai de Davi,
embora sejam mencionadas como as “irmãs” dos filhos de Jessé, inclusive Davi.
Isso nos mostra que era de outra linhagem.
Davi era descendente de Boáz e Rute, e tinha
uma ascendência que remontava a Judá, por intermédio de Peres. (Rute 4,18-22;
Mt 1,3-6) Este caçula dentre os oito filhos homens de Jessé também tinha duas
irmãs ou meias-irmãs. (1Sam 16,10-11; 17,12; 1Cr 2,16).
Um dos irmãos de Davi evidentemente morreu sem
ter filhos e foi assim omitido em registros genealógicos posteriores. (1Cr
2,13-16).
Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado
me concebeu minha mãe. Salmos 51:5-6.
Não existe erro em interpretar que Davi se
refere ao estado em que todo ser humano nasce, ou seja, no pecado original, mas
seria um erro desconsiderar a informação literal que temos no mesmo versículo.
Diferente do salmo 23, Davi está num momento
crítico de sua vida, onde é confrontado pelo juízo de Deus por causa de seu
duplo pecado no caso da mulher de Urias, é nesse momento que sua alma se
angustia e, em arrependimento, ele clama a Deus.
Ao dizer que foi formado em iniquidade e
concebido em pecado por sua mãe, Davi não está poetizando, mas de fato, está
declarando um fato de sua vida.
Davi foi fruto do pecado de seu pai Jessé, e
provavelmente era filho de uma moabita ou caananita e não da mãe de seus
irmãos.
VAMOS ÀS EVIDÊNCIAS
APARÊNCIA
Se a Bíblia evidencia a aparência de alguém é
porque tinha algo distinto do comum. No caso de Davi, ele era diferente de seus
irmãos.
Então mandou chamá-lo e fê-lo entrar (e era
ruivo e formoso de semblante e de boa presença); e disse o SENHOR: Levanta-te,
e unge-o, porque é este mesmo. 1 Samuel 16:12.
E, olhando o filisteu, e vendo a Davi, o
desprezou, porquanto era moço, ruivo, e de gentil aspecto. 1 Samuel 17:42.
É fato que os rapazes judeus são de aspectos
viris, rústicos e não são ruivos.
EVIDÊNCIAS CULTURAIS
O trabalho sujo de uma família era
responsabilidade do filho bastardo se houvesse e o mesmo não podia sentar-se à
mesa com os filhos legítimos.
Davi recolhia os monturos (lixo caseiro, resto
das refeições) em sua casa. Salmo 113.7
Davi apascentava os rebanhos de seu pai. I
Samuel 17.20;28
Davi não se sentava à mesa junto com seus
irmãos. I Samuel 16.10-11
PORQUE DAVI DISSE: " EM PECADO ME CONCEDEU
MINHA MÃE? "
Afinal, descobre a verdade de seu nascimento:
“Em pecado me concebeu a minha mãe” (Sl 51:5). Embora este texto tenha sido
explicado na História como sendo uma sina humana, ou seja, o “pecado original”,
pelos pais da Igreja, em realidade não passa de uma conjectura, porque, na
verdade, não existe pecado original.
Nenhum texto da Bíblia apóia tal doutrina
católica, a qual os protestantes, sem uma avaliação, acabaram herdando daquela
teologia. Na verdade, Davi estava falando de sua situação pessoal, da sua
afronta e da afronta de sua pequena família, que vivia em uma tenda campal
separada da casa de Jessé.
Não se referia ao pecado de Adão, pelo qual
toda a raça humana foi condenada à morte (Rm 5:14). Pois, se assim fosse, a
relação íntima entre marido e mulher seria considerada impura e pecaminosa,
quando, de fato, é um ato santo e, também, de santificação (1Co 7:14). Hoje,
inclusive, alguns crêem e defendem veementemente que a relação conjugal é um
grave pecado. Mas, o que nos chama a atenção é que, geralmente, os tais
defensores têm tantos filhos quanto Jacó!
A origem de tudo.
Lendo o texto de 2 Samuel 17:25:“E Absalão
colocou Amasa (“fardo”) à frente de seu exército, no lugar de Joabe. E Amasa
era filho de um homem chamado Itra (“abundância”), israelita, que se chegou a
Abigail, filha de Naás (“serpente”), irmã de Zeruia, mãe de Joabe” (2 Sm 19:13;
20:9‐12). O destino de Amasa está sendo confirmado.
Aqui, chegamos a conhecer quem era a mãe de Davi: Naás. Davi tinha duas irmãs:
Abigail e Zeruia. Abigail foi mãe de Amasa e Joabe era filho de Zeruia, uma
mulher de caráter forte, grande influenciadora de seus tres filhos: Abisai,
Joabe e Asael (1 Cr 2:16). Davi suportava os filhos de sua irmã Zeruia, pois
eram um mal necessário. Embora fossem seus sobrinhos, Davi não os considerava
parentes (2 Sm 19:22).Mas Davi amava o filho de sua irmã Abigail (2 Sm 19:13),
e a ambos, mãe e filho, considerava de fato seus parentes sanguíneos: carne da
mesma carne e osso dos seus ossos.
Sabemos, pelo texto acima que Naás era mãe de
Davi, e Zeruia e Abigail suas irmãs por parte de mãe. Davi, com isso, era filho
de Jessé com Naás. Esta era a razão pela qual Davi vivia isolado com a sua mãe
em uma pequena tenda no campo, onde:
(1) Era considerado vil (Sl 69:19) e como
pastor de umas poucas ovelhas, foi acusado indiretamente de fracassado por seu
irmão mais velho (1 Sm 17:28).
(2) Seus irmãos o abandonaram no lodo (Sl
69:2).
(3) Foi deixado no deserto, desesperado (Sl
69:3).
(4) Foi odiado sem razão muitas vezes (Sl
69:4).
(5) Seus irmãos eram seus inimigos
gratuitamente (Sl 69:4c).
(6) Vivia sob grande afronta e vergonha por
causa da situação civil de sua mãe (Sl 69:19; Sl 51:5). Mas sua mãe era uma
mulher forte e o ensinou a vencer os desafios da vida.
(7) Era considerado estrangeiro por seus irmãos
(Sl 69:8).
(8) Passou fome (Sl 69:10).
(9) Era objeto de escárnio de seus irmãos (Sl 69:11).
Um de seus irmãos era o principal autor desses escárnios; por isso o tal perdeu
o seu lugar na lista dos filhos de Jessé e o seu nome foi borrado e Davi tomou
o seu lugar, conforme a profecia dita a Rute, mas que se cumpriu em Davi (Sl
69:28; Rt 4:14,15): “...Melhor do que sete filhos”, era o oitavo filho de Jessé
(1 Sm 16:6‐10; 1 Cr 2:15).
(10) Era motivo de fofocas (Sl 69:13) e tema
das canções dos bêbados.
(11) Sabia qual era a sua grande afronta, por
ser um filho ilegítimo (Sl 51:5; Sl 69:19).
(12) Era odiado pelos seus irmãos, que zombavam
dele (Sl 69:21).
(13) Chamado de presunçoso, maldoso e
bisbilhoteiro (1 Sm 17:28). Bisbilhoteiro, só é chamado se você não for
considerado da família e se você não vive dentro da mesma casa.
(14) Era acusado sem saber porquê (1 Sm 17:29).
Por que Davi era tão odiado? Davi nasceu como
fruto de uma relação conjugal contratada, como aconteceu com Léia e Raquel (Gn
30:12‐16), Sara e Agar (Gn 16:2). Naás ficou grávida
de Davi da mesma forma como Léia ficou de Issacar. A tradição judaica diz que
Naás era uma das servas de Jessé, assim como Bila e outras eram servas de Jacó.
O acontecimento causou tanta dor e agonia em todos, que Jessé acabou
providenciando uma pequena tenda à parte no campo, onde, com alguns animais e
poucas ovelhas, aquela pequena família viveu. Uma outra Léia levantou‐se,
mas em Belém de Judá, Naás. Depois ou ja eram nascidas, outras duas filhas:
Zeruia e Abigail, as quais serão mães dos maiores generais da história de
Israel: Amasa, Joabe, Abisai e Asael, todos sobrinhos de Davi (2 Sm 17:25).
A aparência de Davi coma sua mãe revoltava os
seus sete irmãos, que zombavam dele constantemente, fazendo‐lhe
maldades das mais cruéis, desejando a sua morte. Sua vida foi cruel no meio de
seus irmãos. Jessé o detinha ali, um pouco longe deles, mas era em vão.
O que se vê numa pessoa que nasceu neste lar, e
ainda teve que enfrentar urso e leão, para proteger o rebanho de seu pai, as
malhadas. As escoria das ovelhas, porque não servia para sacrifício. Crescer e
meios a tantos conflitos familiares e se possível passar na cara que era
bastardo, porque o bastardo não tinha o direito de entrar na casa principal,
comer e festejar juntos não podia. Então o enfrentar o urso e o leão, não vejo
como uma bravura, mas alguém que desejava a morte, porque não faria diferença
nenhuma na vida dele, viver ou morrer naquele momento. Até porque ninguém o viu
fazer tal coisa para ser um ato de bravura.
Naquela tenda pastoril, criado pela sua mãe,
ele aprendeu a tocar harpa, a arte da guerra, a acertar alvos com pedras, a
arte da funda, e os segredos da noite no meio de seu pequeno rebanho, atração
dos leões ferozes da região. Ruivo como a sua mãe, de belo parecer, sisudo em
palavras, valente, cheio de ânimo, varão de guerra e, acima de tudo, o Senhor
era com ele (1 Sm 16:18).Por todas estas coisas maravilhosas inspirava inveja
de todos os seus irmãos. Ele jamais havia comido na mesa da casa de seu pai.
Jamais havia assentado‐se no meio de seus irmãos. Era uma utopia
pensar que um dia seria diferente.
“Preparas uma mesa perante mim, na presença dos
meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda”.
Samuel conversou a sós com Jessé, que consente
em santificar os seus filhos. Jessé não rejeitou pagar os valores da
santificação, como era comum (Lv 27:1‐12). Seus sete filhos
foram santificados, menos Davi pois não tinha o status de filho. Ele não pode
presenciar nenhum daqueles movimentos. Sacrifícios foram oferecidos, e a sua
casa tornou‐se um tabernáculo. Ele daria tudo para ver tudo
aquilo que foi negado aos seus olhos.
Samuel preparou o chifre com azeite genuíno,
especial para ungir o novo rei. Jessé saiu pelos quartos falando forte com
todos os sete filhos, um por um: “Arrumem‐se! Hoje é um dia
especial”. Mas, lá no campo, Davi, alimentava as ovelhas e sussurrava aquela
parte da canção, indagando o que seria: “Preparas uma mesa perante mim, na
presença de meus...”. Sem que ninguém tivesse conhecimento da intenção divina
nem do profeta, Samuel, depois de santificá‐los, os convida à festa
que começa. Assim, Samuel inicia a cerimônia, chamando o primogênito de Jessé.
Ele vem: alto, forte e de bela aparência. Samuel pensa ser aquele. Mas Deus o
repreende e ordena‐lhe que veja mais fundo: no coração. Um por um,
passaram todos os filhos: o belo, o forte, o corajoso, o intelectual, o
zombador, o obediente, o desobediente, enfim, todos! Olhando ao coração, bem no
interior do espírito, fato comum ao profeta, nenhum deles foi aprovado. Deus
não escolheu nenhum deles.
Samuel percebeu logo que algo estava errado.
Como profeta, sabia que a família estava dividida. Mas não entrou em detalhes e
perguntou: “Há mais algum mancebo?”.
Não perguntou se havia filhos. Perguntou se
havia mancebos, pois a sabedoria dizia que Davi não tinha status de filho(pelo
menos legitimo não). Jessé não esperava aquela pergunta. Mas respondeu: “O
menor, ele está cuidando das ovelhas”. Samuel pediu que o trouxessem, pois não
se assentariam à mesa até que ele chegasse ali.
PERCEBERAM? QUE A MESA JÁ ESTAVA PRONTA?
E ELE NÃO PARTICIPA.
Não havia roupa especial para ele. Na sua
concepção, ele jamais usaria uma roupa festiva. Então, vestido como um
pastorzinho, o levaram. Mas, enquanto o profeta pensava, Deus o despertou: “Eis
aí o rei. Unge‐o!”. O azeite cairá sobre a sua cabeça, e
levará vinte e oito anos para chegar às orlas de seus vestidos (Sl 133).
A seguir, eles assentaram‐se
à mesa. Davi não sabia como comportar‐se ali. seus irmãos o
encaravam; ele baixava os olhos,mas por dentro dizia, cheio de gozo: “Preparas
uma mesa perante mim, ma presença de meus angustiadores; unges a minha cabeça
com óleo, e o meu coração dispara!” (Sl 118:22).
A partir daqui muitas situações adversas
passaram sobre ele, mas a unção o ajudou a triunfar. Não somente triunfará
sobre todas as dificuldades, como também registrará nos seus salmos, em suas
preciosas orações, como confiar em Deus em meio a tamanhas circunstâncias
adversas, a fim de consolar a todos aqueles que trilharem pelo mesmo caminho.
NOS SEUS SALMOS, ENCONTRAMOS:
(1) força que enfrenta corajosamente os seus
adversários;
(2) que mesmo tendo nascido sob circunstâncias
moralmente vergonhosas, pela nossa vossa vocação podemos valorizar a nossa
própria dignidade, abstendo‐nos dos pecados de
nossos pais;
(3) que podemos silenciosamente triunfar diante
das mais graves dificuldades;
(4) que podemos lutar bravamente como
guerreiros de Deus que têm sobre si uma missão nacional;
(5) que podemos confiar abertamente na justiça
e na misericórdia daquele que nos chamou;
(6) que jamais sucumbiremos sob os desafios de
nossa vida se tivermos memoriais e exemplos a seguir;
(7) que podemos ser consolados pelas palavras
de alentos do Senhor;
(8) que, dependendo de nossa fé e de nossa
convicção, poderemos avançar sem medo.
Por: Baruch HaShem!
Editado Por: Joel Silva
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