A gloriosa doutrina da
eleição
“Assim como nos
escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis perante ele” (Ef 1.4).
A doutrina da eleição longe de estimular a
desídia ou o descuido espiritual, incentiva a santidade (2Ts 2.13). Longe de
apagar o ímpeto evangelístico da igreja, é sua garantia de pleno êxito. O
apóstolo Paulo foi encorajado a pregar em Corinto, porque Deus tinha muito povo
naquela cidade (At 18.10). Algumas verdades devem ser aqui enfatizadas, em
relação a esse magno assunto:
1. O autor da eleição (Ef 1.4). Deus é o autor
da eleição (2Tm 1.9). Não é o homem quem escolheu a Deus, é Deus quem escolhe o
homem (Jo 15.16) Não fomos nós quem amamos a Deus primeiro, foi ele quem nos
amou com amor eterno e nos atraiu com benignidade (1Jo 4.10; Jr 31.3). Nosso
amor por Deus é apenas um refluxo do fluxo de seu amor por nós. Deus não nos
escolheu porque previu que nós iríamos crer em Cristo; nós cremos em Cristo
porque nos Deus nos destinou para a vida eterna (At 13.48). A fé não é a causa
de nossa eleição, mas o seu resultado. Jesus foi enfático: “Ninguém pode vir a
mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer” (Jo 6.44).
2. O agente da eleição. Deus nos escolheu em
Cristo (Ef 1.4). Não há eleição fora de Cristo nem redenção fora de sua obra
vicária. A eleição divina não excluiu a obra expiatória de Cristo, realizada na
cruz. Ao contrário, ele morreu por todos aqueles que o Pai lhe deu antes da
fundação do mundo. Jesus morreu pelas suas ovelhas (Jo 10.11). Ele comprou a
igreja com o seu sangue (At 20.28). Sua morte não apenas possibilitou nossa
salvação, mas sobretudo garantiu nossa salvação, pois ele morreu como nosso substituto.
Ele morreu em nosso lugar, em nosso favor, para nos dar a vida eterna. Jesus
garante salvação a todos aqueles que recebeu do Pai: “Todo aquele que o Pai me
dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo
6.37).
3. O tempo da eleição (Ef 1.4). Deus nos
escolheu em Cristo para a salvação e isso antes da fundação do mundo, antes dos
tempos eternos (2Tm 1.9). O universo ainda dormia na mente de Deus, nos
refolhos da eternidade, quando Deus já havia colocado o seu coração em nós e
nos escolhido em Cristo (Rm 8.29,30). A eleição divina, portanto, é
incondicional. Deus não nos escolheu por qualquer mérito que em nós pudesse
existir, pois nem nós ainda tínhamos vindo à existência. A base da eleição não
é o mérito humano, mas a graça divina. Não fomos eleitos por causa de nossa fé,
mas para a fé. Não fomos eleitos porque cremos; cremos porque fomos eleitos.
4. O propósito da eleição (Ef 1.4). Deus nos
escolheu em Cristo, antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis. Deus nos escolheu para a santidade e não por causa dela. Deus
nos escolheu para as boas obras e não em virtude delas (Ef 2.10). A eleição
divina precisa ser confirmada e a única maneira de fazê-lo é demonstrando uma
vida de santidade. A doutrina da eleição longe de servir de base para uma vida
mundana, é o fundamento de uma vida santa. Somos eleitos para a fé (At 13.48).
Somos eleitos para a santidade (Ef 1.4). Somos eleitos para a obediência (1Pe
1.2). Somos eleitos para as boas obras (Ef 2.10). Concluo, portanto, dizendo
que em vez de ficarmos especulando sobre essa verdade bíblica, deveríamos nos
humilhar sob a poderosa mão de Deus, dando a ele toda a glória por sua graça
inefável, que por amor de nós, não poupou o seu próprio Filho, antes o entregou
para ser nosso Redentor.
Rev. Hernandes Dias Lopes
Nenhum comentário:
Postar um comentário