Oséias - Introdução

 

Oséias - Introdução

 


O Autor. Nosso conhecimento sobre a vida de Oséias, o filho de Beeri, vem exclusivamente do livro que leva o seu nome. Ele profetizou para o Reino do Norte (Israel, ou Efraim), durante o período em que Isaías estava profetizando em Judá (1:1; cons. Is. 1:1). Outro contemporâneo, Amós (Amós 1:1), era nativo de Judá que profetizou em Israel. Oséias foi, entretanto, o profeta que escreveu para o Reino do Norte, o seu próprio povo. Falando-lhes com o coração partido, ele profetizou seu exílio iminente (Os. 3:4). 

Sua visão profética olhava além do exílio para a sua restauração, quando um povo castigado reconheceria novamente as reivindicações exclusivas do Senhor (3:5). Desde que a queda de Samaria não foi mencionada como fato consumado por Oséias, crê-se que ele ministrou principalmente antes de 722 A.C. A maior parte do seu ministério profético aconteceu durante o quarto de século entre 750 a 725 A.C. Que ele viveu e profetizou até o período de Ezequias (começando em cerca de 715 A.C.) está comprovado em 1:1.

O Casamento de Oséias. A infidelidade de Israel para como Senhor está descrita por Oséias em termos de uma esposa que voltou as costas para o marido fiel a fim de ir atrás de amantes indignos. A imagem foi extraída da experiência do próprio Oséias, pois 1:2 nos fala que o Senhor falou a Oséias dizendo: "Vai, toma uma mulher de prostituições". As muitas interpretações dessas palavras estranhas encaixam-se principalmente em três categorias:

(1) Alguns sugerem que as palavras têm a intenção de apresentarem uma alegoria destinada a transmitir a lição espiritual da infidelidade de Israel, e que Oséias na realidade não contraiu tal casamento. Entre os mestres que defendem este ponto de vista estão Calvino, Keil, von Hoonacher, Reuss, Gressman, Robert Pfeiffer e E.J. Young.

(2) Alguns insistem que Oséias realmente se casou com uma mulher que ele sabia ser prostituta, talvez uma prostituta ritual. T.H. Robinson e T. Laetsch defendem este ponto de vista.

(3) Muitos defendem que Oséias casou-se com uma mulher que ele julgava ser pura e que mais tarde ficou sabendo de sua infidelidade. De acordo com este ponto de vista a expressão "mulher de prostituições" (1:2) foi usada por antecipação. Quando escreveu o livro, Oséias viu que Deus realizara um casamento que, do ponto de vista humano, estava marcado por tragédia sem atenuantes. Com grandes esperanças, Oséias casou-se com Gômer, só para constatar sua tendência para o adultério. A separação se seguiu e 2:2 contém praticamente uma fórmula de divórcio – "ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido". O amor de Oséias foi persistente mesmo assim e, mais tarde, ele tornou a se casar com ela (3:1). É uma comparação com o que Deus fez com Israel. Depois de fazer votos de fidelidade à Lei do Senhor, Israel prosseguiu buscando a Baal e aos outros deuses de Canaã até que Deus a rejeitou temporariamente (o Exílio), depois do que Israel castigada retornou ao favor divino na terra de Judá. Este ponto de vista identifica a "mulher" de 3:1 com a "mulher de prostituições" de 1:2. Com algumas variações, Ehrlich Marti, W. R. Harper e G.W. Anderson têm defendido este ponto de vista. Este comentário também foi escrito baseado nele.

A Época de Oséias. As profecias de Oséias foram primeiramente enunciadas durante o caótico reinado de Jeroboão II, quando Israel desfrutava de prosperidade externa mas sofria corrupção interna. Os santuários estavam cheios de adoradores (Amós 4:4,5), mas os pobres eram oprimidos (Amós 4:1) por gente cuja religião era aparente. Durante os prósperos dias de Jeroboão II o juízo parecia coisa remota aos israelitas, contudo logo sentiriam o poder assírio na Ásia ocidental. O ano que se seguiu à morte de Jeroboão, Tiglate-Pileser III subiu ao trono da Assíria (745 A.C.). Por volta de 732 A.C. Damasco foi tomada pelos assírios e uma década depois Samaria, a capital de Israel caiu e o seu povo foi deportado. Amós e Oséias profetizaram durante os anos finais do Reino do Norte, exatamente como Jeremias de Jerusalém profetizou durante as últimas horas da história de Judá.


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