A classificação dos seres vivos proposta por Lineu e George-Louis Leclerc Buffon, no século XVIII, permitiu pela primeira vez integrar o homem numa série zoológica e estudá-lo pelo método das ciências naturais.A espécie Homo sapiens faz parte do gênero Homo, o que deixa aberta a possibilidade de existência de outras espécies.
O próprio gênero Homo pertence à família dos hominídeos, à ordem dos primatas, à classe dos mamíferos, ao subfilo dos vertebrados e ao filo dos cordados. Dentro da espécie, pode-se distinguir os grupos (negro, branco, pigmeu etc.) e dentro de cada grupo as raças (nórdica, alpina, australiana etc.), depois as sub-raças, os tipos etc.
A classificação do homem a partir do modelo
zoológico introduziu o conceito diferencial de raça e, ao mesmo tempo, tornou
possível definir a espécie por outros aspectos que não a racionalidade. Homo
sapiens não é necessariamente sinônimo de animal racional. Os critérios
anatômicos e fisiológicos é que foram considerados com maior rigor para a
diferenciação da espécie.
A antropologia preocupou-se também com os
problemas da origem e da filiação da espécie. O Homo sapiens não é senão o elo
atual de uma ou várias longas cadeias de ancestrais hominídeos e pré-hominídeos
e talvez símios. Mas a reação à taxionomia positivista acabou por impor um
modelo que, sem desprezar os traços anatomo-fisiológicos, restituiu à
antropologia geral as dimensões mentais do homem -- psicológicas, culturais
etc.
Outra contribuição ao aprofundamento da
perspectiva antropológica foi o estudo da herança cultural. Em muitos aspectos,
é ela que permite ao homem moldar uma vida adaptada à variedade de ambientes
naturais e possibilita, dentro das limitações ambientais, tipos de vida que
tanto podem resultar de uma escolha como de uma determinação psicológica
interna. A herança cultural é a transmissão das características culturais pelo
ensino e aprendizagem.
A cultura se transmite sob forma de padrões
explícitos e implícitos de comportamento e em suas materializações. O homem é,
portanto, um animal portador de cultura, seja pelo domínio da linguagem, seja
pelos padrões de organização familiar, pelo uso de ferramentas, enfim, pelo
controle de um vasto domínio de conhecimento empírico e pela presença de
elementos de ordem simbólica, como tabus, mitos, rituais religiosos etc.
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