Discipulado 4º Módulo - Lição 1

 

A MORDOMIA CRISTÃ



Mordomia é o manejo responsável dos recursos do reino de Deus que foram confiados a uma pessoa ou a um grupo. (Conciso Dicionário de Teologia Cristã – Millard J. Erickson).

Mordomo (do latim major domus, "administrador ou governante da casa") é um empregado doméstico, o chefe dos serviçais de uma casa-grande.

Mordomo é também o administrador dos bens de uma irmandade ou confraria ou o organizador (e contribuinte) de uma festa popular, normalmente de cariz religioso.

Mordomo foi também um magistrado encarregado de cobrar impostos e de fazer citações e execuções judiciais.

 

1)- A mordomia cristã

Mordomia é Administração (Lc 16.2,RC).

Mordomo, - Pessoa encarregada da administração de uma casa (oikos); administrador. (Gn 39.4-8,RA; Lc 12.42). (Dicionário da Bíblia de Almeida)-(SBB).

Despenseiro:

1)  - Pessoa encarregada da Despensa, (Cômodo em que se     guardam mantimentos) - (Gn 43.16,RA

2)- O cristão como administrador dos seus Dons (1 Pe       4.10);

3)- O obreiro como responsável por cuidar das coisas de     Deus (1 Co 4.1; Tt 1.7). DBA-SBB.-   Mordomia é o ofício do Mordomo.

Mordomo, (no grego oikonómos) - Administrador dos bens de uma casa ou de um estabelecimento alheio. (Pequena Enciclopédia Bíblica – O.S. Boyer).

 

2) O que é felicidade cristã

A lealdade de Deus para com o Seu povo na base dos compromissos do pacto que Ele fez, e uma atitude semelhante de fidelidade do povo de Deus para com os seus compromissos implícitos e explícitos no pacto.

“...Alegrei-me quando me disseram: Vamos á casa do SENHOR...”

(Salmos 122:1)

 

3) Mordomia nos compromissos.

Por que devemos ter Compromisso?

O grande motivo é: Porque somos regenerados por Deus.

A regeneração difere do arrependimento, da fé e da conversão no sentido de que ela, a regeneração, é uma ação direta de Deus na vida do crente. O homem deve arrepender-se, crer e converter-se; assim Deus ordena. Mas não há mandamento para que o homem se regenere, pois esta é uma obra de Deus. Ela, a regeneração, é o princípio essencial da salvação, que por sua vez, foi adquirida pela fé.

A Bíblia utiliza vários termos para referir-se ao que chamamos de regeneração. Entre outros, ela fala de: (novo nascimento (Jô 3.3); nascido de Deus (Jô 1.13, 1 Jo 5.1,4); vivificação (Ef 2.1,5);renovação pelo espírito (Tt 3.5); nova criação (Ef 2.10, 2 Co 5.17); ressurreição (Cl 2.13, 3.1).

O termo mais apropriado e utilizado na teologia é regeneração (Tt 3.5; 1 Pe 1.3). A idéia bíblica é de que há um homem natural e outro regenerado, ou feito de novo em Cristo.

 

3.1) A regeneração produz efeitos posicionais, espirituais e práticos.

Os feitos posicionais são a condição de filho de Deus por adoção (Jô 1.12,13; Rm 8.16; Gl 4.6). Como filho, o crente é também herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo (Rm 87.17), cuja herança fica assegurada no céu (1 Pe 1.4). Além disto, por ser filho o crente goza do acesso ao Pai celestial e tem comunhão com Ele (Rm 5.1 ss).

Os efeitos espirituais são as virtudes que o crente recebe do Senhor na sua alma (Gl 2.20). Ele é fortalecido “no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10; 3.16-19).

Os Efeitos práticos aparecem na vida do crente no dia a dia. Ele busca viver a vida de justiça, santidade, amor reverência e verdade (Ef 4.22ss). Ele pratica o amor fraternal, serve a Cristo e aos irmãos. Produz as obras que são o fruto da vida em Cristo.

Em resumo, o grau do compromisso manifesta o grau da regeneração que Deus já efetuou no crente. 

 

3.2) Alguns textos sobre o serviço e porque devemos ter compromisso com Deus e com a Sua Obra:

- Lucas 10.2 – “E dizia-lhes: Na verdade, a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”.          

- Ec 3.13 – “... e também que todo homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho, é dom de Deus”.

- Jr 31.16 – “Assim diz o Senhor: Reprime a tua voz do choro, e das lágrimas os teus olhos; porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, e eles voltarão da terra do inimigo”.

- 1 Co 3.8 – “Ora, uma só coisa é o que planta e o que rega; e cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho”.

- 1 Co 15.58 – “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”.

 

4) Quando começam os nossos compromissos

Desde quando devemos ter Compromisso?

Desde o primeiro dia que Deus inicia a regeneração em nossas vidas, dia este que coincide com o dia em que aceitamos Jesus Cristo como Salvador e Senhor de nossas vidas, não importando quantos anos de vidas tivermos neste que é o dia mais importante para qualquer um de nós. Conforme:

- Sl 148.12,13 –  “Jovens e donzelas, velhos e crianças, louvai o nome do Senhor, pois só o Seu nome é exaltado; a sua glória está sobre a terra e o céu”.

- Pv 20.11 –  “Até a criança se dará a conhecer pelas sua ações, se a sua conduta é pura e reta”.

 

5)- Exercitando a mordomia

5.1)- Do nosso Tempo

– Ef 5.15,16 – “Portanto, vede prudentemente coma andais, não como ignorantes, mas como sábios, remindo (aproveitando bem) o tempo porque os dias são maus”.

5.2) Dos nossos Bens

– Pv 3.9 – “Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda”.

5.3) Dos nossos Talentos e Dons

– Lv 23.38 – “Estas ofertas são além dos sábados do Senhor, e além dos vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias que derdes ao Senhor”.

5.4) Do nosso Conhecimento e Inteligência

– Pv 20.15 – “Há ouro e abundância de pedras preciosas; mas os lábios do conhecimento são jóia de grande valor.”

– 1 Co 1.5 – “Porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda palavra e em todo o conhecimento”.

5.5) Dos nossos Dízimos e Ofertas

– Ml 3.8 – “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais , e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas”.

5.6) Dos nossos Corpos

– Rm 12.1 – “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.

 

6) Origens biblicas para a Mordomia.

Em Gênesis 4.3 a 5 nós lemos:- “Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta, mas para Caim e para a sua oferta não atentou. Pelo que irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante”.

Este texto é a primeira ocorrência onde podemos encontrar a intenção de ofertar algo a Deus. É admirável perceber que Deus, apenas uma geração depois do pecado ter entrado no mundo, esta dando a oportunidade do homem se aproximar dEle, do homem se reconciliar com Ele, e principalmente, do homem agradar a Ele.

Mas não apenas a oferta deveria agradar a Deus, o ofertante e, principalmente o ofertante, deveria ofertar com o coração cheio do bem. A oferta jamais será mais valiosa do que a disposição do coração daquele que oferece.

O texto lido anteriormente continua a nos dizer em Gn 4.6 e 7:

“Então lhe disse o Senhor: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não serás aceito? E se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar”.

 

7)- Não basta apenas ofertar.

Em 2 Co 9.7 podemos ler:- “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com trateza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria”  Somente está alegre aquele que:

-         Oferta a Deus com a motivação certa – que é agradar a Deus. Louvar e glorificar o Seu Santo Nome;

-         Oferta a Deus com sincera gratidão – entendendo que foi Deus quem deu condições para que algo chegasse às suas mãos, e daquilo que Deus permite chegar às mãos, separa-se, com alegria, as ofertas ao Senhor;

-         Oferta a Deus com a alma limpa – pois Deus não se alegra com ofertas de ímpios, logo, mesmo que aqueles que não temem a Deus façam generosas ofertas, isso por si só, não lhes restitui a paz..., não lhes proporciona graça..., não lhes confere salvação..., e não lhes assegura a vida eterna.

 

8)- Deus Aceita a Devolução da parte Daquilo que nos deu...

            O senhor Deus não precisa de dízimos e ofertas. Ele já é o dono de todas as coisas, vidas e tesouros... A Palavra Fiel nos diz em:

-         Lv 27. 30 – “Também todos os dízimos da terra, quer dos cereais,   quer do fruto das árvores, pertencem ao senhor; santos são ao Senhor”.

-         Ageu 2.8 – “Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor dos exércitos”.

Mas o Senhor nos concede o privilégio de contribuir para a Sua obra exatamente porque esta obra tem custos, envolve obreiros e diminui os sofrimentos de muitos, através da diaconia, do serviço social, da distribuição de alimentos, roupas, remédios, etc.

A obra de evangelização do mundo e da edificação da igreja, necessita de mantenedores fiéis, que tenham claro em suas mentes e corações que a responsabilidade da manutenção desta obra pertence a todos os salvos em Jesus Cristo.

Sobre isto, podemos ler em:

-         Nm 18.21 – “Eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, o serviço da tenda da revelação”.

Dizimar é um gesto de gratidão para com Deus.

 

9)- Mordomia cristã no Dízimos.

Onde Devemos Entregar as Nossas Ofertas e Dízimos. 

-         Ml 3.10 – “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança”.

 

10)- O desafio da felicidade.

Em Provérbios 9.10a lemos:- “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência”. – É impressionante como tememos os nossos devedores, como tememos o poder público, concessionário dos benefícios ditos públicos, mas também ávido cobrador destes benefícios. Mas o temor de ficar sem os serviços essenciais como telefone, água, luz, etc, nos levam a ser pontuais no recolhimento de taxas, impostas e a pagarmos com naturalidade e pontualidade tudo aquilo que para nós é indispensável.

Quando a Palavra nos diz que é sábio sentirmos temor a Deus, eu me pergunto, será que o nosso temor maior não estaria direcionado para a pessoa errada? Ou para a instituição errada? A fidelidade também é um excelente aferidor de temor de reverência e do amor ao Reino dos Céus, que chegou a todos nós através de Jesus Cristo.

Em Provérbios 3.9-10 está escrito:- “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros...” – Em todos os convites de Deus à fidelidade do homem, sempre está implícita uma maravilhosa promessa, que é o Amor de Deus, pois a Palavra nos diz: - “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria”.  Este texto encontra-se em 2 Coríntios 9.7.

 

Contribua com alegria! – contribua com o teu tempo, contribua com os teus talentos e dons, contribua com os teus dízimos e ofertas... Contribua com o teu temor e reverência a Deus...


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