A Corbã

 

A Corbã


 


Devido a muitas perguntas feitas sobre o assunto Corbã, resolvi postar e oferecer algumas explicações, aqui vão alguns esclarecimentos: Corbã (a transliteração do hebraico é “Qorban”) é uma palavra hebraica que sifnifica “Sacrifício”, “oferta”, “oblação”. Literalmente, descreve aquilo que é levado para junto do altar (do verbo qarab). Trata-se de uma palavra bíblica comum sobretudo nos livros do Levítico e Números. Veja, por exemplo, Levíticos 1,2; 2,1.4.12.13; 6,13; 7,14; Números 7 (aparece 12 vezes!). Nossas traduções normalmente usam a palavra “oferta” para verter este vocábulo hebraico.

No Texto Sagrado há diversas ocorrências nas quais Jesus adverte severamente os fariseus, saduceus e escribas; mas uma dessas precisa nos chamar a atenção em especial que está descrita no Evangelho de Jesus Cristo segundo escreveu Marcos, o discípulo de Pedro, no Cap. 7 do versículo 11 ao 13, que nos assevera:

Contudo vós afirmais: Se uma pessoa disser a seu pai ou a sua mãe: Os bens com os quais eu vos poderia ajudar são Corbã, isto é, uma oferta dedicada ao SENHOR, vós o desobrigais do dever de prestar qualquer ajuda de que seu pai ou sua mãe necessite. Assim, conseguis anular a eficácia da Palavra de Deus, por intermédio da tradição que vós próprios tendes transmitido. E dessa mesma maneira, procedeis em relação a vários outros assuntos.

Ao fazermos uma exegese¹ do texto nos detemos na palavra Corbã que segundo a Bíblia de Estudo Palavra Chave é κορβαν (Korban) e κορβανας (Korbanas) respectivamente de origem hebraica e caldeia; uma oferta votiva, e a oferta; um presente consagrado (para o tesouro do Templo).  Consoante a nota de rodapé da Bíblia de Estudo King James, Corbã é: A transliteração de uma palavra hebraica que significa “oferta”. Muitos judeus religiosos estavam afirmando que haviam feito “Corbã” com seus bens, ou seja, doado o dinheiro da aposentadoria dos pais para Deus (mais propriamente para os sacerdotes do Templo) e, por isso, não tinham como ajuda-los. Ocorre que a Lei não prescrevia que todo o dinheiro devia ser doado. Além disso, muitos jovens judeus estabeleciam um acordo com os sacerdotes e recebiam parte da “oferta” de volta.

 

Já a Bíblia de Estudo Dake traz na nota de rodapé o seguinte:

Filhos que não queriam sustentar seus pais usavam essa tradição como desculpa para descumprir a lei. Eles faziam um acordo com um sacerdote corrupto, que por uma pequena porcentagem, consagrava a Deus o que deveria sustentar seus pais. Então eles podiam alegar que essas coisas não mais lhes pertenciam, e sim a Deus. Isso os livrava de qualquer obrigação para com os pais.

Com a devida interpretação da palavra em voga torna-se claro no texto que: Os fariseus estavam hipocritamente agindo como se observassem a Lei de Deus (Décalogo -Dez Palavras- Dez Mandamentos), mas na verdade viviam de forma dissimulada quando por conveniência guardavam a tradição de “oferecer” os seus bens e posses a Deus, porém havia nessa atitude uma flagrante inobservância do quinto mandamento que prescrevia os seguintes dizeres divino: “Honra a teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá. Elevavam a tradição humana acima da Lei de Deus. Quando olhamos para os nosso dias temos a dura e difícil atitude de reconhecermos que muitos se assemelham aos fariseus; superestimam a tradição humana e depreciam a Palavra de Deus. Preferem o legalismo humano a revelação divina! Diziam que amavam o Pai Celestial, mas nem sequer amavam os pais terrenos! Que amor é este?!  

Mas, e na presenta era, há filhos relapsos como os jovens fariseus? É inequívoco que sim. De que maneira pessoas que dizem ser cristãs pecam tanto quanto os “guardiões da lei”? Quando abandonam os seus pais deliberadamente; alguns não visitam a casa de seus pais que já estão mais velhos e um pouco ranzinzas, outros, quando a enfermidade acomete o pai ou a mãe não titubeiam em colocá-los reclusos em um asilo para idosos. Ao defendermos uma posição tão rígida e inflexível podemos ser tachados de conservadores e fundamentalistas, mas jamais arrearemos o estandarte do quinto mandamento. Paulo escrevendo sua primeira missiva a Timóteo no Cap. 5 no versículo 4, nos adverte: “Mas se alguma viúva tiver filhos ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais; porque isto é agradável aos olhos de Deus”

Nessa perícope bíblica supracitada, Paulo admoesta aos filhos e aos netos adultos das viúvas que as ampare e as sustente com amor recíproco; o mesmo amor que haviam recebido de seus pais quando eram ainda infantes e necessitavam de cuidados especiais. No Cap 6 no versículo 2 da carta aos Efésios, o apóstolo cita Êxodo 20.12 tendo como palavra chave o verbo HONRAR que significa segundo o mini dicionário Caldas Aulete: Respeitar, Ser fiel a (compromisso, promessa), quitar (uma dívida). Como respeitar os nossos pais abandonando-os em uma instituição asilar? É de senso comum que ao longo da vida contraímos uma dívida enorme com os nossos pais que cuidaram afavelmente de nós, mas resta saber quem retribuirá esse amor aos pais decrépitos. Nenhum Ser Humano deveria ao menos cogitar a possibilidade de internar seus pais em um asilo, quanto menos um Ser Humano Cristão; que por muitas vezes até se apressa em mostrar-se piedoso e altruísta com pessoas desconhecidas, no entanto, se esquece dos Seus. 

É assustador nos depararmos com pessoas que são extremamente gentis, generosas, prestativas para com pessoas desconhecidas ou ainda que sejam conhecidas, mas são espantosamente indiferentes aos problemas familiares. Pensam que agradam a Deus, quando na verdade lhe causam asco, fúria e cólera.  Vale ressaltar que as instituições asilares cumpre um papel importantíssimo no seio da sociedade, mas elas em sua maioria existem porque filhos renunciaram HONRAR pai e mãe. Na sequência de 1Tm 5, especificamente o versículo 8, Paulo adverte: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”.

 

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