Baal ou Ba'al (em hebraico: בַּעַל) é um teônimo e título honorífico que significa senhor nos idiomas semíticos do Noroeste falados no Levante durante a Idade Antiga. Baal, com o artigo definido, o Baal, era o nome do principal deus masculino dos fenícios e cartagineses além de uma deidade maior entre outros povos da Palestina, e aparece na Bíblia no plural, como baalim. Pelo seu uso comum, Baal é referência a vários deuses do Levante como, por exemplo, Moloque.
Os eruditos
anteriormente associaram o teônimo com cultos ao Sol e com uma variedade de
divindades patronais não relacionadas, mas inscrições mostraram que o nome
Ba'al estava particularmente associado com o deus da tempestade e da
fertilidade Adade e suas manifestações locais.
Etimologia
O termo em grego Báal ( Βάαλ ) aparece no Novo Testamento (Romanos 11:4) e na Septuaginta[6] e sua forma latinizada Baal, aparece na Vulgata.[6] Essas formas, por sua vez, derivam da forma semítica do noroeste sem vogais bʿl (fenício e púnico) O sentido bíblico da palavra como denotando uma divindade fenícia e falsos deuses em geral foi estendido durante a Reforma Protestante para denotar quaisquer ídolos, ícones dos santos ou da Igreja Católica em geral.
Nas línguas semíticas do noroeste, ugarítico, fenício, hebraico, amorreu e aramaico, a palavra baʿal significava "proprietário" e, por extensão, "senhor", "mestre" ou "marido". Cognatos incluem o Bēlu (𒂗) acádio,[a] bal amárico ( ባል ), e baʿl árabe (بَعْل). Baal (בַּעַל) e baʿl ainda servem como palavras para "marido" em hebraico moderno e árabe, respectivamente. Eles também aparecem em alguns contextos relativos à propriedade de coisas ou posse de características.
A forma feminina é ba'alah (em hebraico: בַּעֲלָה;
em árabe: بَعْلَة), significa "senhora" no sentido de uma dona ou
dona da casa e ainda serve como uma palavra rara para "esposa".
Culto
As estátuas erguidas a Baal eram chamadas de Baalim, ou B'alim. Seus templos e altares eram construídos no alto dos morros sob árvores, ou no teto das casas.
Havia uma grande quantidade de sacerdotes, que queimavam incenso, sacrificavam crianças, dançavam em torno do altar, e, caso suas preces não fossem atendidas, cortavam-se até o sangue jorrar, de forma a conseguir a compaixão de Baal.
Possivelmente, na origem Baal era o verdadeiro senhor do Universo, degenerado depois para a adoração de um ser poderoso que existia no mundo material. Segundo Sanconíaton, os fenícios adoravam o Sol como o único senhor dos céus, e que este Beelsamen era idêntico a Zeus. Na Septuaginta, Baal é transcrito como Héracles.
Segundo alguns mitologistas, Baal era o planeta
Saturno ou Júpiter.
Fenícios e cartagineses
O nome do deus parece constar de uma inscrição encontrada em Malta, como Malkereth Baal Tuor, ou Rei da Cidade, Senhor de Tiro. O nome Malkereth é uma contração de Rei da Cidade, sugerindo que Baal e Moloque eram o mesmo ídolo.
Assim como entre os germânicos e gregos, os
fenícios e cartagineses compuseram vários nomes usando o equivalente de Deus:
Ethbaal, com ele Baal, Jerubaal, Baal vai sustentá-lo, Aníbal, graça de Baal,
Asdrúbal, ajuda de Baal.
Israelitas
Os israelitas o adoravam como Baal-Peor, até o tempo de Samuel, e foi o deus oficial das dez tribos na época de Acabe. Ele foi adorado também em Judá, e seu culto só terminou, conforme a Bíblia, com os rigores do cativeiro na Babilônia. Havia vários sacerdotes de Baal, de várias classes. Seu culto é descrito em I Reis 18:28.
Várias cidades de Israel tem o nome de Baal em
sua formação: Baal-Gade, Baal-Hammon, Baal-Tamar, etc.
Cananeus
O deus-sol, com o título genérico de Baal, era o principal deus dos cananeus. Cada local tinha o seu Baal, e todos eles eram chamados de Baalim, ou senhores. Cada Baal tinha sua esposa.
O Ciclo de Baal é um conjunto de textos a
respeito do Baal canaanita, datado de cerca de 1500–1370 a.C. e encontrado em
placas de argila nos anos 1920, em Ugarit.
Moabitas
Em Moabe, no Monte Peor, Baal era adorado como
Baal-Peor, identificado como Príapo.
Egípcios
Segundo A. H. Sayce, Amenófis IV havia sido
influenciado pelas religiões semitas, por sua ligação com Mitani, e o deus que
ele tentou forçar sobre seus súditos, o disco solar alado, era Baal.
Cristãos
Segundo os escritores judeus medievais, cultuar
Baal era a expressão usada para designar os rituais da religião cristã. Segundo
o rabino Joseph ben Josua ben Meir, Clóvis havia renegado seu deus e passado a
adorar Baal, e construiu um lugar alto para adorá-lo em Paris como
Baal-Dionísio, ou seja, a Basílica de Saint-Denis. O rabino José também cita
Vicente, da seita do Baal Dominie, ou seja, um frei dominicano, que foi um
Satanás para os judeus da Espanha, por volta de 1430.
Baal bíblico
Relato bíblico
Em Canaã, os Hebreus lutaram em várias épocas
contra a adoração do deus Baal. No Livro dos Juízes (da Bíblia Hebraica), o
hebreu Gideão destrói os altares de Baal e a árvore de Aserá pertencente aos
Midianitas.
Mais tarde, o profeta Elias, no século IX a.C.,
condenou o Rei Acabe por adorar Baal.
Outros homônimos
Mica, seu filho; Reaías, seu filho; Baal, seu
filho;
Referências bíblicas
Números 22:41 Números 23:1 (Balaão constrói
altares para tentar auxiliar Balac a amaldiçoar os israelitas)
Juízes 2:13 (o povo de Israel, desviando-se da
tradição herdada por Josué, serve "aos Baalim", aos outros deuses,
como Baal e Astarte)
Juízes 6:25 (Deus manda a Guidon destruir o
Altar a Baal de seu pai)
Juízes 6:26 Juízes 6:27 (Assim, Guidon usa da
madeira do ídolo de Astarte para fazer sacrifícios a Deus)
1 Reis 16:31 (Acab, filho de Omri, citado no
versículo precedente como aquele que "fez mal aos olhos de Deus mais do
que todos os que o antecederam", casa-se com Jezebel, a Sidonita, e adota
seus deuses, dentre os quais Baal)
1 Reis 18:19 (Desafio entre Yahweh, Baal e
Asteroth, que culminará no triunfo de Deus através do profeta Elias)
1 Reis 22:54 (Acazias, filho de Acab, segue os
passos de seu pai e adora a Baal)
2 Reis 10:19–28 (Jeú, buscando exterminar a
casa de Acab, arma uma cilada aos sacerdotes de Baal)
2 Reis 11:18 (Destruição do Templo de Baal)
2 Reis 17:16 (Novamente adoração a Baal)
2 Reis 23:05 (Referência aos adoradores de
Baal, da Lua, do Sol e de outros astros.)
2 Crónicas 23:17 (A morte de Matã o sacerdote
de Baal)
Jeremias 2:8 (O profeta questiona o poder dos
sacerdotes de Baal e outros deuses)
Jeremias 7:9 (Adoração a Baal entre pecados
como o furto e o assassínio)
Jeremias 11:13 (Altares para queimar incenso
para Baal)
Jeremias 12:16 (Juras por Baal)
Jeremias 19:05 (Sacrifícios de crianças a Baal)
Jeremias 23:13 (Samaritanos loucos profetas de
Baal)
Jeremias 32:29 (Os caldeus adoraram Baal)
Jeremias 32:35 (Outra referência ao sacrifício
de crianças)
Oseias 2:10}} (Metáfora em Oséias para a
idolatria em Israel)
Oseias 13:1 (Efraim morre por pecar por Baal)
Sofonias 1:4 (O profeta refere-se aos ídolos)
Romanos 11:4
Miqueias 5:13
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