Dagom, Dragom, Dagon ou Dagã é um deus fenício, cananeu e às vezes mesopotâmico. Segundo o escritor fenício Sanconíaton, traduzido do fenício por Filo de Biblos e preservado por Eusébio de Cesareia, Urano casou-se com sua irmã Ge, e teve vários filhos: Ilo, também chamado de Cronos, Betilo, Dagom, que significa Siton (pão-trigo) e Atlas. Dagom, depois que desenvolveu o pão de trigo, foi chamado de Zeus Arótrio.
De acordo com a Bíblia, quando os filisteus capturaram a Arca da Aliança, colocaram-na no templo de Dagom, em Asdode, mas no dia seguinte Dagom estava prostrado diante da arca, e no outro dia ele estava prostrado, com cabeça e palmas das mãos cortadas, sobrando apenas o tronco. Com medo, e por causa de outras pragas, os filisteus levaram a Arca até Gate.
O seu nome pode provir de dag, peixe. Assim,
ele é representado como um ser que é metade peixe e metade homem. O facto de em
fenício e hebraico a palavra para milho seja dagan, além de outros indícios,
permite a alguns estudiosos supor que este deus tenha sido o chefe do panteão,
tendo inventado o milho e o arado. Põe-se a hipótese de, de facto, se ter
tornado uma divindade agrícola (venerado em Gaza sob a forma do deus Mama, com
características de Dagon), sendo invocado em tempos de fome. Gaza era, com Ashdod,
um dos centros de adoração a este deus, havendo um templo fora da cidade, de
forma redonda, com um oráculo, poços sagrados e onde se lhe ofereciam
sacrifícios humanos.
Ao longo da Bíblia relatam-se episódios que
demonstram a devoção que o povo filisteu tinha a este deus, constantemente
invocado nas lutas contra os hebreus. Quando venciam, os despojos eram
oferecidos a Dagon no templo que lhe era dedicado. Foi este mesmo templo que
foi derrubado no célebre episódio da prisão do 13.º Juiz de Israel, Sansão,
pelos filisteus. Sansão derrubou o templo com as suas mãos na altura em que se
faziam festejos em honra de Dagon.
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