3 - O evangelho no Antigo Testamento

 

3 - O evangelho no Antigo Testamento




O tabernáculo fortalece a fé em Jesus Cristo

Quando Deus ordenou a Moisés que construísse um tabernáculo no acampamento dos israelitas, Ele declarou que era Seu propósito “[habitar] no meio deles” (Êxodo 25:8). Dentro do tabernáculo, a presença de Deus era representada pela arca do testemunho — uma caixa de madeira, revestida de ouro, contendo o registro escrito do convênio de Deus com Seu povo (ver Êxodo 25:10–22). A arca era mantida na sala mais sagrada e interna, separada do restante do tabernáculo por um véu. Esse véu simboliza nossa separação da presença de Deus devido à Queda.

Além de Moisés, sabemos que apenas outra pessoa poderia entrar naquele “lugar santíssimo” (Êxodo 26:34) — o sumo sacerdote. Como os outros sacerdotes, ele primeiro tinha que ser lavado e ungido (ver Êxodo 40:12–13) e vestido com as roupas sagradas que simbolizavam seu ofício (ver Êxodo 28). Uma vez por ano, em um dia chamado Dia da Expiação, o sumo sacerdote oferecia sacrifícios em nome do povo antes de entrar sozinho no tabernáculo. No véu, ele queimava o incenso (ver Levítico 16:12). A fumaça perfumada ascendendo ao céu representava as orações do povo subindo a Deus (ver Salmos 141:2). Em seguida, o sumo sacerdote, carregando o sangue do sacrifício do animal, passava pelo véu e se aproximava do trono de Deus, simbolizado pela arca do testemunho (ver Levítico 16:14–15).

Com base no que sabe a respeito de Jesus Cristo e de Seu papel no plano do Pai Celestial, você consegue ver como o tabernáculo nos direciona ao Salvador? Assim como o tabernáculo e a arca dentro dele representavam a presença de Deus entre Seu povo, Jesus Cristo era a presença de Deus entre Seu povo (ver João 1:14). Como o sumo sacerdote, Jesus Cristo é o Mediador entre nós e Deus, o Pai. Ele atravessou o véu para interceder por nós em virtude do sangue de Seu próprio sacrifício (ver Hebreus 8–10).

Alguns aspectos do tabernáculo de Israel podem parecer familiares, especialmente se você já foi ao templo para receber suas ordenanças. Semelhante ao lugar santíssimo do tabernáculo, a sala celestial do templo representa a presença de Deus. Para entrar, primeiro devemos ser lavados e ungidos. Vestimos roupas sagradas. Oramos em um altar do qual as orações sobem a Deus. E, finalmente, passamos por um véu até a presença de Deus.

Talvez a semelhança mais importante entre os templos modernos e o tabernáculo antigo é que ambos, se entendidos corretamente, fortalecem nossa fé em Jesus Cristo e nos enchem de gratidão por Seu sacrifício expiatório. Deus deseja que todos os Seus filhos entrem em Sua presença; Ele quer “um reino de sacerdotes” e sacerdotisas (Êxodo 19:6). Mas nossos pecados nos impedem de obter essa bênção, pois “nada que é impuro pode habitar com Deus” (1 Néfi 10:21). Portanto, Deus, o Pai, enviou Jesus Cristo, nosso “sumo sacerdote dos bens futuros” (Hebreus 9:11). Ele abre o véu por nós e capacita todo o povo de Deus a vir “com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia” (Hebreus 4:16).


3.1. O Evangelho Pré-anunciado (Gn 12.3)

“...em ti serão abençoados todos os povos...”.

Todos os povos são benditos, abençoados, quando recebem o Evangelho de Jesus Cristo.

Em ti serão abençoados todos os povos – Isto fala do Evangelho de Deus.

Veja Gl 3.8,9 “...anunciou primeiro o evangelho a ... Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti...”.

Só no Gênesis, Deus repete 5 vezes as palavras “todos os povos”:

• “... e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3b).

• “... e nele serão benditas todas as nações da terra” (Gn 18.18b).

• “... e em tua semente serão benditas todas as nações da terra” (Gn 22.17,18).

• “... serão benditas todas as nações da terra” (Gn 26.4b).

• “... em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 18.14b).

 

3.2. O Evangelho é uma Bênção

O EVANGELHO É UMA BENÇÃO

Abençoar todas as nações com a pregação do Evangelho é uma verdade Neotestamentária.

• “... ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).

• “... ide a todas as nações” (Mt 28.19).

• “... em todas as nações” (Lc 24.47).

• “... trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11).

 

3.3. O Evangelho é Para Todos

Abençoar deve ser anunciado tanto aos que estão perto como aos que estão longe (Ef 2.17), para isso é preciso enviar (Rm 10.14,15).

 

3.4. É Ordem com Promessas

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-meeis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da Terra (At 1.8).

A. “Recebereis poder”.

Missões começa no poder do Espírito Santo. É Ele o comandante de Missões – Dirigindo, motivando, impulsionando e levando a Igreja a cumprir sua tarefa missionária.

Igrejas que dizem ter o poder do Espírito Santo, mas não têm visão missionária estão enganadas – É impossível que tenham o poder do Espírito Santo, porque se de fato tivessem, teriam visão missionária.

Há também aqueles que querem fazer a obra de missões sem o poder do Espírito Santo – o resultado e um fracasso total. O Senhor da seara conhece nossa fraqueza e incapacidade para cumpri-mos Sua ordem; por esse motivo, todas as vezes que Ele nos ordenou o “ide por todo o mundo”, pregando o Evangelho a toda criatura, deu-nos também a promessa de nos capacitar com o poder do Espírito Santo. Por isso ordenou: “...ficai em Jerusalém até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).

Olhando para a história da igreja, veremos que todas as vezes em que houve um derramamento do Espírito Santo, o resultado final foi um grande movimento de Missões Mundiais.

O Espírito Santo é o guia das missões, e prova disto é o que aconteceu no Dia de Pentecostes, quando Ele agiu de tal forma que estavam presentes a este grande evento representantes de todas as nações debaixo do céu

(At 2.5).

Cerca de 16 nações presentes no Dia de Pentecostes, representaram todas as

nações conhecidas da época:

“E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu” (At 2.5).

“Partos e medas, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judéia, e Capadócia, Ponto e Ásia, e Frígia e Panfélia, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, crentenses e árabes...” (At 2.9- 11).

O resultado do derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes foi a salvação de quase três mil almas (At 2.41).

Pouco depois, cerca de cinco mil (At 4.4).

Houve também um grande movimento missionário (At 17.6).

Na história dos avivamentos, há sempre um paralelo de grandes movimentos missionários.

Se quisermos ver nossas igrejas crescendo através da pregação do Evangelho,

precisamos do poder do Espírito Santo (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.47-49; Jo 20.21, 22).

O diabo não quer a igreja cheia do Espírito Santo, por que sabe que uma igreja

cheia de poder evangeliza e semeia em todos os lugares, arrebatando as almas que estão em suas mãos.

 

B. “... E ser-me-eis testemunhas...”.

A testemunha (grego “martyrion”), tem o conceito do sofrimento em dar testemunho da fé até o ponto da morte. Ser testemunha (martyrion) é ser entregue ao açoite por causa de Cristo (Mt 10.17, 18).

“Martyrion” – Caminho da rejeição, do sofrimento, e, possivelmente, até da morte.

Estêvão, a testemunha fiel (At 22.20).

“...E quando o sangue de Estevão, tua “testemunha” se derramava...”.

“Martyrion” – Ato de dar testemunho (testificar) até ao ponto da morte, mas, sim, pela plena proclamação da mensagem de Cristo. É não ter a própria vida por preciosa por amor ao Evangelho de Cristo.

“Diamartyreõ enõpion tou theo” – “Testifico na presença de Deus” (I Tm.5.21; II

Tm. 2.14; 4.1). Disse Jesus: “...Para isso vim ao mundo, afim de dar testemunho da verdade” (Jo.18:37).

Jesus é especificamente chamado “Ho Martys Ho Pistos” (“A testemunha fiel”)

(Ap. 1:5).

Os homens que têm os sinais (marcas) dos martírios da fé obtêm testemunho, e são reconhecidos por Deus. É de acordo com este fato que, estes que foram reconhecidos por causa de sustentarem de modo firme a esperança da sua fé, são chamados em Hb 12.1 “...nuvem de testemunhas...” em prol da Igreja do tempo presente. Cristo, “a testemunha fiel e verdadeira” que serve de arquétipo para o grupo fiel de crentes que devem manter o mesmo testemunho, ate mesmo ao custo do sacrifício da própria vida (I Tm 6.12, 13).

O Espírito Santo é derramado sobre crente sempre para uma finalidade proveitosa. Interpretando Atos 1:8, podemos reescrevê-la da seguinte forma: “mas quando o Espírito Santo descer sobre vocês, então recebereis poder para testemunhar com grande efeito ao povo de sentir-se-ão encorajados, destemidos, forjados como aço, sem medo e se necessário for, não terão as suas vidas por preciosas”.

 

3.5. Locais Para Testemunho

Neste versículo, Jesus apresenta-nos quatro locais onde devemos ser testemunhas: Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da Terra.

A. Jerusalém.

Era a cidade onde os discípulos estavam quando receberam esta ordem. A nossa “Jerusalém” deve ser a cidade onde vivemos – devemos ser testemunhas em nossa cidade, no trabalho, na escola, na vizinhança, na rua, falando de Cristo, distribuindo folhetos, convidando pessoas para participar dos cultos da Igreja, jejuando por elas, realizando programas radiofônicos, colocando mensagens nos jornais e cartazes nas lojas, nos transportes coletivos, adesivos nos vidros dos nossos veículos... Enfim, fazendo tudo para que Cristo seja conhecido na nossa Jerusalém!

 

B. Judéia.

Era a província que tinha Jerusalém como capital. Quando Cristo diz que devemos ser testemunhas em toda a Judéia. Ele quer que evangelizemos o nosso estado. Há crentes que se dizem portadores de uma chamada para Missões Transculturais (exterior), todavia nunca trabalhou na sua Jerusalém e Judéia.

 

C. Samaria.

Era uma região mais afastada, com “conotações transculturais”. A nossa Samaria é o Brasil. Devemos ser testemunhas do que Cristo fez e está fazendo em nossas vidas no Brasil. O Brasil é um país de dimensões extraordinárias. Cabem no Brasil vários países da Europa. O Brasil continua sendo um grande desafio missionário, pois mais de cento e vinte milhões de habitantes estão servindo a Baal, escravizados pelo pecado, amarrados pelos demônios, submergidos em toda sorte de corrupção. Há também no Brasil muitas colônias estrangeiras – um verdadeiro desafio para Missões Transculturais.

 

D. Confins da Terra.

Jesus quer que sejamos Suas testemunhas em todas as nações da Terra. O desejo de Deus é implantar Seu Reino em todas as tribos, povos, línguas e nações (Ap 5.9). Para realizar este desejo, Deus quer usar homens que estejam comprometidos com o seu Reino.


Share:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Hernandes D. Lopes - Jó

Wayne Gruden

Ariovaldo Ramos