2 - Introdução ao evangelismo pessoal

 

2 - Introdução ao evangelismo pessoal

 


A Importância vê-se no fato de que a evangelização dos pecadores foi o último assunto de Jesus aos seus discípulos antes de ascender ao céu. Nessa ocasião Ele ordenou à igreja a evangelização do mundo. (Mc 16.15, Rm 10.14,15, 19; At 1.8,9). Megadumes - quer dizer grande poder, terrível poder.

 

2.1. O Alvo do Evangelismo Pessoal

O alvo é tríplice: salvar os perdidos, restaurar os desviados e edificar os crentes. O irmão já experimentou o gozo que há em ganhar uma alma para Jesus? É uma benção e uma experiência inesquecível ... Há um gozo inexplicável em vermos alguém no caminho para o céu, eu já na glória, por nosso intermédio... Ganhar almas foi a suprema tarefa do Senhor Jesus aqui na terra. (Lc 19.10; I Tm 1.15). Paulo, o grande homem de Deus no Novo Testamento tinha o mesmo alvo e visão ( I Co 9.20 ). Uma grande parte dos crentes pensa que a obra de ganhar almas para Jesus está ligada exclusivamente aos pregadores, pastores e obreiros em geral. Costuma-se em comodamente sentados, os sermões culto após culto, enquanto os campos estão brancos para ceifa, como disse o Senhor da seara em João 4.35. O “Ide” de Jesus para IRMOS aos perdidos ( Mc 16.15), não é dirigido a um grupo especial de salvos, mas a todos indistintamente, como bem revela o texto citado. Portanto a evangelização dos pecadores pertence a todos os salvos indistintamente. Cada crente pode e deve ser um ganhador de almas. Nada pode o impedir de ganhar almas para Jesus, se propuseres isto agora em teu coração.

 

O Evangelismo Pessoal, como já vimos acima, vai além do pecador perdido; ele

alcança também o desviado e o crente necessitado de conforto, direção, ânimo,

auxílio e vitória. Ele reaviva a fé e a esperança nas promessas das Santas Escrituras.

 

2.2. Vantagens do Evangelismo Pessoal

Aqui estão algumas:

A. Adapte-se às condições espirituais de qualquer pessoa. O que o sermão não

consegue fazer no auditório, na evangelização coletiva, o evangelismo pessoal faz. Na evangelização em massa, a pregação não satisfaz a todos porque cada pecador tem problemas espirituais diferentes. No Evangelismo Pessoal, a mensagem é direta, incisiva. Muitas vezes, a pregação apenas inicia a evangelização que será completada com o contato pessoal do ganhador de almas.

 

B. Promove o crescimento da igreja. A Igreja nos dias primitivos cresceu tão depressa porque os crentes cheios do Espírito Santo evangelizavam sem parar ( At 5.42; 8.4). O resultado foi o maravilhoso crescimento, conforme registra o livro de Atos dos Apóstolos. Hoje também, a igreja que tiver um número regular de ganhadores de almas, seu crescimento será notório. A semeadura da palavra de Deus promove o crescimento e edificação da igreja, cf. At 2.41,47; 4.4; 5.14; 9.31.

A maior e melhor maneira de ajudar o pastor no crescimento do rebanho de Deus, é ganhar almas individualmente. O irmão tem feito assim? Está fazendo assim? Se hoje, na igreja, cada um ganhasse outro qual seria o resultado?

 

Elementos fundamentais da Pregação:

N – Novidade

N – Necessidade

 

C. Vence a todos os preconceitos.

Há casos e ocasiões que somente o evangelismo pessoal alcança o pecador. Há pessoas que jamais assistiram reuniões evangelísticas em templos ou seja onde for, devido preconceitos, falsas concepções, ignorância, ordens recebidas, imposições religiosas, falsas informações, falsas idéias, etc. E aí o Evangelismo Pessoal presta seu serviço de modo ímpar. Há inúmeras grandes por toda parte que começarem através do Evangelismo Pessoal. A origem foi uma alma ganha, cultos em sua casa e em seguida uma congregação formada. O pioneirismo missionário na América Latina e o estabelecimento da obra das Sociedades Bíblicas também foi assim – através do evangelismo pessoal.

 

2.3. O Manual do Obreiro no Evangelismo Pessoal É a Bíblia, é evidente.

Ela é a Palavra de Deus, e, dEle temos a extraordinária promessa: “Porque assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.” ( Is 55.11). Vide também Tg 1.21b; Sl 126.5, 6; Rm 1.10.

Sabemos nós que a Bíblia é o manual do Evangelismo Pessoal, é evidente que

para termos o êxito nesta obra, duas coisas precisamos considerar por enquanto:

Na obra de ganhar almas emprega-se a Palavra de Deus (Rm 10.17; IPe 1.23; Jo 3.5 ).

 

Para empregar a Palavra de Deus é preciso empregá-la devidamente II Tm 2.15. A expressão maneja bem neste v., significa que de fato dissecar, dividir ou cortar corretamente, como por exemplo, no preparo das vítimas para os diversos sacrifícios. Refere-se principalmente à correta aplicação do texto e mensagem de toda Bíblia.

 

É fato reconhecido que é muito mais fácil falar a Palavra de Deus a uma multidão do que a uma só pessoa. Quem fala a um auditório não é interrompido para perguntas, a partes, argumentação etc; já quem fala a uma só pessoa poderá vir a enfrentar tudo isso. Há pecadores que aceitam a mensagem da salvação sem

objeções e argumentações, mas outros apresentam excusas tais que se o crente não conhecer devidamente as Escrituras ficará em situação vexatória. É verdade que o espírito Santo guia e inspira na obra de ganhar almas, mas, no tocante às

Escrituras, Ele só pode lembrar-nos daquilo que conhecemos antes ( Jo 14.26 ).

 

Como poderia o Espírito Santo lembrar-me daquilo que não sei? Que não ouvi? Que não li? Que não aprendi? Por sua vez, o pregador ou ganhador de almas não é adivinhador de versículos... Muitos, a essa altura, firmam-se em Mt 10.19, 20 para declararem que na hora precisa o Espírito Santo dará tudo; mas é bastante ver o contexto da referida passagem (v. 18), para ver à que ocasião Jesus está se referindo. Leia também quanto a isto I Pe 3.15; Pv 9.9; I Tm 4.13; II Tm 4.13. A Bíblia é a “espada do Senhor”, mas também de “Gideão” ( Jz 7.20). Isto é, ela é a arma que o Espírito Santo usa, mas o elemento que a conduz é o crente. Portanto é imperioso que o crente aprenda manejar bem o Livro de Deus. Há crentes que até evitam falar de Jesus, sabendo do seu pouco ou nenhum conhecimento das Escrituras.

 

No Evangelismo Pessoal, a doutrina principal é a salvação da alma. É preciso que o crente conheça cem os textos para apresentá-los à medida que a necessidade for exigindo. Não é um texto qualquer que vamos citar, mas aquele apropriado para o momento, pois a Bíblia tem uma mensagem adequada para cada caso, cada coração, cada circunstância. Não é abrir a Bíblia em qualquer lugar e dizer “vou ler esta passagem que o Senhor me deu” quando, geralmente o Senhor não deu coisa nenhuma... O que é preciso é conhecer a Bíblia e depender do Espírito Santo.

 

Assim sendo, Deus abre a porta, guia e dá mensagem adequada e ungida pelo seu Espírito. É oportuno lembrar aqui que o Espírito Santo e a Palavra de Deus jamais se contradizem. Quem se julga espiritual deve conhecer e amar a Bíblia, e quem seguir a Bíblia deve andar segundo o Espírito. A razão porque muitos crentes chamado espirituais são cheios de meninices, escandalosos e extremistas é porque não estudam a Palavra, conduz ao fanatismo; conhecer a Palavra e não ter o Espírito, conduz ao fanatismo. Se você deseja que o Espírito Santo lhe use, inclusive na obra de ganhar almas, procure Ter o instrumento que Ela emprega - a Palavra de Deus ( Ef 6.17 ).

 

O maior incentivo à santidade não é preceitos, mas sim exemplos, especialmente o exemplo daquele com o qual nos associamos intimamente.

 

2.4. Como Devemos Estudar a Bíblia

Aqui estão algumas maneiras:

A. Leia a Bíblia conhecendo seu Autor.

O primeiro passo para entender as Escrituras é conhecer seu autor – Deus. Assim sendo, ele no-lo explicará. ( Jo 16.13; Lc 24.32-45; Sl 119.18, 125. A melhor maneira de estudar a Bíblia é fazer como Maria: Jogar-se aos pés do Autor (Lc 10.39).

 

B. A leitura diária, seguida e total.

É a leitura sistemática e constante da Bíblia anos após anos. É o contato direto e pessoal com a Palavra de Deus. Nada pode substituir este aspecto de vida devocional do cristão. Vide Dt 17.19; Is 34.16; Ap 1.3. A leitura ocasional, irregular , não consta. Há crentes que só se alimentam espiritualmente quando põem comida em sua boca. É a colher do pastor, do professor da Escola Dominical etc., etc. Não comem por si próprio. Quando mudam de igreja, às vezes morrem de fome espiritual. É muito bom ler bons livros, mas o máximo de tempo deve ser da Bíblia. Os livros são bons, mas não substituem a Bíblia. Nos livros, muitas vezes, prevalece o individualismo do autor, na Bíblia não este particular. Leiamos livros, mas tendo sempre a Bíblia como autoridade principal e final. Ninguém fique preocupado pensando que por ler muito a Bíblia vai esgotar seu conteúdo... Ela vem sendo lida por milhões de leitores através de milênios e nunca ficou esgotada. Seu conteúdo é inesgotável! Não há ninguém formado na Bíblia. Isto é uma das grandes evidências de sua origem divina.

 

C. Leia a Bíblia com a melhor atitude para com ela.

É de máxima importância que o estudante da Bíblia estude o Santo Livro reverenda atitude mental, tendo-a como a Palavra de Deus e não como uma obra literária comum. O autor da Bíblia é Deus. Seu assunto central é Cristo. Seu real intérprete é o Espírito Santo. Considerando-a sob esses pontos de vista, ela é o único livro cujo autor está sempre presente quando o lemos. Estude-a com espírito sequioso, devocional, receptivo aberto, buscando conhecer mais de Deus e seu amor.

 

D. Leia a Bíblia com meditação e oração.

Assim fez Davi, no que foi grandemente abençoado por Deus (Sl 119.12, 40, 64, 68 ). E na presença do Senhor em oração, que as coisas secretas de Deus são reveladas ( Sl 73.16, 17 ). Daniel orou e as Escrituras lhe foram reveladas (Dn 9). Não convém ler depressa sem prestar atenção ao sentido que às vezes é bem claro, nas outras vezes demanda de uma meditação mais demorada e profunda. Também é infrutífero fazer concorrência para estabelecer recorde de leitura. E melhor ler pouco meditando, do que ler às pressas sem meditar. Quem lê às pressas, não pode dizer como Samuel: Fala porque teu servo ouve. ( I Sm 3.10 ),

 

E. Aplica a leitura da Bíblia primeiro a ti mesmo.

Nunca leias somente para instruir o próximo. Toma a Bíblia primeiro para tua edificação. Há pessoas que tudo que é benção, conforto, promessa, elas aplicam a si; tudo que é ameaça, exortação, aviso, repreensão, castigo, aplicam aos outros. Quando leres a Bíblia pergunte sempre a Deus, como fez Josué diante do mensageiro celestial: “Que diz meu Senhor ao seu servo?” ( Js 5.14 ).

 

F. Leia a Bíblia toda.

A Bíblia é a revelação progressiva da verdade. Isto é,nada é dito de uma só vez nem uma vez por todas. É comum um assunto começar num livro e daí prosseguir através de muitos outros até que o assunto complete, Por exemplo: a doutrina da Redenção, vai do livro de Gênesis ao Apocalipse. Não podemos entender uma carta recebida, lendo-a um pouco aqui, um pouco ali, mas de modo completo.

 

A Bíblia é a carta de Deus à humanidade. Estudando-a toda, conhecemos todo plano divino através dos séculos.

• Não esperes compreender a Bíblia toda. Lêde Dt 29.29; I Co 13.12. Na Bíblia há dificuldades e mistérios insondáveis isto porque sendo ela a Palavra de Deus, é inesgotável. E de se esperar que Deus saiba mais que o homem... Um Deus sobrenatural deve ter um livro sobrenatural. Uma mente finita de Deus ( Rm 11.33, 34 ). Muitos deixam de ler a Bíblia e outros perdem interesse nela só porque não compreendem tudo o que lêem.

 

Ora, quando na refeição encontramos isso, deixamos isso de lado e continuamos a comer. Façamos assim no tocante a Bíblia. Deixemos a dificuldades de lado e continuemos a comer. Quanto a este particular, tenha-se em mente Sl 25.14; I Co 2.9-14 2.5. Dicas Práticas e Úteis no Estudo Bíblico

A. Apontamentos individuais. Habitua-se a tomar notas de suas meditações na Palavra de Deus. A memória falha com o tempo. Distribua seus apontamentos

por assuntos.

 

B. Aprenda a ler e escrever referências bíblicas. O sistema mais simples e rápido para escrever referências bíblicas é adotado pela Sociedade Bíblica do Brasil: duas letras abreviativas, sem ponto, para cada livro da Bíblia. Esse sistema consta do índice da Bíblia editadas pela referida Sociedade. Entre o capítulo e o versículo põe-se um ponto. Exemplos: Jo 2.4 ( João 2.4); Jó 2.4; I Pe 5.5 ( I Pedro 5.5); Fp 1.29 ( Filipenses 1.29 ); Fm v.14 ( Filemom v.14 ); etc.

 

C. Diferença entre o texto e a referência. TEXTO: são palavras contidas numa passagem. REFERÊNCIA: é a indicação de livro, capítulo e versículo.

Uma referência pode levar indicações como:

• “a” – indicando a parte inicial do versículo: Rm 1.17.

• “b” – indicando a parte final do versículo: Rm 1.17b.

• “ss” – indicando os versículos que se seguem até o fim ou não do capítulo:

Rm 1.17 ss.

• “qv” – Que veja, recomendação para não deixar de ler o texto indicado: Rm 1.17qv.

• “cf” – compare, confira: i.e. – isto é. São expressões latinas.

• Sigla das diferentes versões da Bíblia em vernáculo. Isso poupa tempo e

trabalho. o ARC = Almeida Revisada e Corrigida. É o texto da Almeida antiga, impressa e distribuída pela Imprensa Bíblica Brasileira.

o ARA = Almeida Revisada e Atualizada. É o texto da Almeida revisada

por uma comissão de eruditos brasileiros e estrangeiros, e editada

pela Sociedade Bíblica do Brasil. Começou a ser publicada completa

em 1958.

o Fig = Antônio Pereira Figueiredo. Atualmente é impressa e distribuída pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, Londres.

o M. Soares = Matos Soares. Versão popular dos católicos brasileiro.

o Rhoden = Humberto Rhoden. Versão particular desse padre brasileiro.

• O tempo antes e depois de Cristo. É indicado pelas letras:

o AC = Antes de Cristo. É uma sigla de expressão portuguesa.

o AD = Depois de Cristo. É uma língua de expressão latina.

• Contexto. É a parte que fica antes e depois da passagem que estudamos lendo. Pode ser IMEDIATO ou REMOTO. Este pode ser um versículo, capítulo, e até um livro todo.

 

D. Manuseio do volume sagrado. Obtenha completo domínio no manuseio do volume sagrado, a fim de encontrar com rapidez qualquer referência bíblica. Jesus fazia assim. Veja Lucas 4.17, onde está escrito que Ele “achou o lugar onde estava escrito...” Ora, isso era muito mais difícil do que hoje quando dispomos de papel, tipografia e livros...


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