O Julgamento de Infidelidade

 

O Julgamento de Infidelidade

 


C. O Julgamento do Israel Infiel. (Oséias 2:1-13).

2. Oséias devia se dirigir a Gômer com as palavras – ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido. A esposa do profeta separara-se dele, e com o coração partido ele reconheceu que os laços matrimoniais entre os dois tinham sido quebrados. As palavras são reminiscência da fórmula usada no divórcio. Da mesma maneira Deus se dirige a Israel.

3. Ela tinha de abandonar seus adultérios para que eu não a deixe despida. Este castigo por adultério é comprovado pelas Escrituras (Ez. 16:38) e pelas tabuinhas de Nuzi na Mesopotâmia setentrional. As palavras aqui se aplicam a Israel, que viria a se tornar uma presa dos inimigos quando fosse abandonada sozinha e nua pelo seu Deus.

5. A esposa de Oséias dissera: Irei atrás de meus amantes. Conforme ela olhava para os seus amantes, Israel olhava para Baal e outros deuses cananitas.

7. Depois de passar por desapontamentos, Gômer, tal como Israel, diria: Irei, e tornarei para o meu primeiro marido. Nem Gômer nem Israel podia encontrar a satisfação na infidelidade. Deus aqui declara que ele colocada Israel no lugar em que ela veda a necessidade que tinha dele.

8. Deus agita misericordiosamente com o seu povo: Eu é que lhe dei o grão, e o vinho, e o óleo. Toda a fartura da terra tinha a Sua fonte no Senhor, mas Israel se esquecera dEle e trilha Suas bênçãos como ponto pacífico. Grão, vinho e óleo eram as bênçãos materiais que Deus concedera à Canaã (Dt. 7:13).

9. Deus, em atitude de disciplina, declarou que reteria o grão. Retirando a bênção, Ele colocaria Israel em situação de se lembrar de sua fonte divina. Baal não tinha o poder de ajudar; e se o Senhor não cuidasse de Israel, ela ficada faminta e destituída. Assim como o grão era usado para alimento, a lã e o linho forneciam vestimentas. Israel infiel ficaria nua por ter-se esquecido do Senhor.

10. Em juízo, Deus acrescentou que Ele descobriria as suas vergonhas. Literalmente, suas obscenidades, isto é, revelaria aos seus amantes o que ela era na realidade.

13. Os dias de Baalins eram os dias do pecado, durante os quais Israel se esquecera do Senhor e tornara as práticas idólatras e freqüentemente obscenas uma parte da vida religiosa dos israelitas. Deus não ficada indiferente enquanto o Seu nome era assim profanado.

 

D. A Restauração de Israel Infiel. 2:14-23.

14. Com amor Deus diz de Israel: Eu a atrairei. Deus diz que com palavras de afeto Ele persuadirá o Seu povo a abandonar os seus ídolos e se alegrar com Ele. Em Canaã Israel rejeitou o seu Deus. Rodeada por outros "amantes" (isto é, Baal e seus ídolos), ela não sentia necessidade dEle. Deus, entretanto, de clara o Seu propósito de remover o Seu povo da terra de leite e mel e levá-la para o deserto, para que possa lhe falar ao coração, literalmente. O magoado amante desejava reconquistar o objeto do seu amor. Ele levaria Israel ao deserto solitário, onde ela pudesse lhe ouvir a voz sem se distrair.

15. Vinhas, que falam da prosperidade e fertilidade, seriam os presentes de Deus ao Seu povo restaurado. O vale de Acor é descrito como porta de esperança. Ali, Séculos antes, Acã morrera como perturbador de Israel (Js. 7:25, 26). Só através de Acor, a perturbação, Israel poderia voltar a ter comunhão com o Senhor e suas bênçãos resultantes. Deus restauraria assim os dias da sua mocidade. Quando a jovem Israel cruzou o Mar Vermelho, cantava uma canção (Êx. 15:1-19). Ao perder o seu primeiro amor, a canção silenciou; mas Oséias descreve Israel arrependida e restaurada, cantando novamente.

16. Israel restaurada se dirigiria a Deus chamando-o de Meu marido (literalmente), uma palavra de carinho. Baali é um sinônimo de ishi (marido), mas contém a palavra Baal (senhor), o nome de uma divindade cananita. Por causa disto estava associado à idolatria e foi rejeitada por Oséias. Os baalins (v. 18) não seriam mais mencionados pelo Israel restaurado, que então usaria de sinceridade para como seu Senhor.

18. As antigas alianças hetéias eram de dois tipos: 1) alianças de paridade, entre iguais; 2) alianças de soberania entre soberano e seus súditos. A aliança entre Deus e Israel era deste último tipo. A aliança bíblica tem alguma coisa da natureza de uma ordenança com as bestas-feras do campo. A própria natureza ficará em paz com o Israel restaurado (cons. Is. 11:1-9). Deus acrescenta: Tirarei desta o arco. As armas dos inimigos de Israel serão quebradas de modo que já não possam mais prejudicar Israel.

19. Com amor Deus diz ao Seu povo: Desposar-te-ei. Um segundo casamento entre Deus e Israel – depois de sua restauração – foi descrito precedido por um segundo compromisso. Este compromisso será para sempre; isto é, não será como o primeiro casamento entre Deus e Israel no Sinai, que terminou em violência. Este compromisso será em justiça. O laço entre Deus e Israel não é simplesmente sentimental, mas baseia-se sobre o relacionamento certo. Será também em juízo, ou justiça, Opondo-se a arbitrariedades, Deus lidará com o seu povo em benignidade. O hebraico hesed, uma palavra que destaca a idéia de solidariedade e dependência mútua. Deus lida com o Seu povo de maneira consistente com a sua condição de dependência dEle. Mas também Ele o faz em misericórdias, ou compaixão, tomando conhecimento de suas necessidades.

20. O compromisso é em fidelidade, pois Deus será fiel à Sua afiança, e Seus amados aprenderão a Lhe corresponder.

21. Agora Deus pode responder às orações do Seu povo: Eu serei obsequioso . . . aos céus, ou corresponderei aos céus. Oséias descreve o pedido de prosperidade de Israel como se passasse pelos céus até alcançar o Senhor. A terra não suspirará em vão pelas chuvas dos céus, pois eles ouvirão a terra, isto é, os céus serão sensíveis aos rogos da terra ressequida. Toda a natureza opera em harmonia.

22. A terra atenderá obsequiosa ao trigo, e ao vinho, e ao óleo, os principais produtos da agricultura na Palestina. As necessidades das colheitas são compreendidas pela terra; as necessidades da terra são compreendidas pelos céus; e as necessidades dos céus são compreendidos por Deus. Em linguagem poética Oséias descreve assim o Deus dos céus na posição de fonte final de todas as bênçãos. Deus reage amorosamente a todas as necessidades da terra, regando-a de tal maneira que produza em abundância, o trigo, o vinho e o óleo atenderão então a Jezreel (o Senhor semeia), aqui representando Israel.

23. Logo após Deus acrescenta: Semearei Israel para mim. Israel restaurada florescerá como a semente plantada em solo fértil.

 

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