Paulo inicia a epístola aos Romanos se identificando; depois fala sobre o caráter do “servo de Jesus Cristo”; dá seu testemunho e motiva o evangelismo. “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus,...” (Rm 1:1). Vejamos ponto a ponto esta saudação instrutiva de Romanos. Primeiro o apóstolo se identifica: servo de Jesus Cristo.
Paulo é notável como judeu, como cidadão romano, como cristão, missionário, pio neiro do cristianismo, pensador e escritor. Tudo isso porque se fez servo. A força do termo grego é escravo, propriedade do Senhor Jesus. Segundo, ele fala do seu chamado. Afirma o sentido sobrenatural de seu chamado, que não é da parte de homem, mas de Deus. É mensageiro divinamente credenciado. Terceiro: “separado para o evangelho”. Aqui está a procedência divina do evangelho. Paulo é apenas porta-voz de um recado que provém de seu Senhor. Separado, antes, para o farisaísmo; agora, porém, para o cristianismo. Como bom fariseu, afastava-se do povo, orientado por escrúpulos próprios de uma religiosidade exclusivista. Como cristão, afasta se dos padrões de fé e conduta próprios do incrédulo e perseguidor Saulo de Tarso. Tanto fariseu como santo tinham a idéia de separação, mas os motivos eram diferentes. Os fariseus se separavam até do Filho de Deus, e confundiam santidade com superstição e fanatismo. Por fim ele endereça a sua carta: “a todos os que estais em Roma” (v.7).
Sendo o ponto de encontro das nações da época,
Roma era lugar estratégico para um contato, para disseminação do Evangelho.
Ainda na saudação, vejamos como o texto adorna o caráter desse “servo de Jesus Cristo”
(Rm 1:8-15).
Primeiro: reconhece o testemunho dos crentes –
“Primeiramente dou graças ao meu Deus, mediante Jesus Cristo, por todos vós,
porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé” (1: 8). Reconhecimento aos
crentes, mas gratidão a Deus, por Cristo, fonte de toda graça. Segundo:
intercede pelos crentes – “Pois Deus, a quem sirvo em meu espírito, no
evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós,...”
(1:9). A oração intercessória tem o calor da solidariedade; do interesse pelo
outro. Terceiro: planeja visitar os crentes – “...Pedindo sempre em minhas
orações que, afinal, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião para ir
ter convosco. Porque desejo muito ver-vos, para vos comunicar algum dom
espiritual, a fim de que sejais fortalecidos; isto é, para que juntamente
convosco eu seja consolado em vós pela fé mútua, vossa e minha. E não quero que
ignoreis, irmãos, que muitas vezes propus visitarvos (mas até agora tenho sido
impedido), para conseguir algum fruto entre
vós, como também entre os demais gentios” (1:10-13). Perceba a finalidade da visita de Paulo. Há benefícios para quem visita e para quem é visitado. E quarto: está cônscio de sua missão - “Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes” (1:14). Missão de pregador do Evangelho de Deus. Paulo se considerada devedor a pessoas instruídas (gregos) e não instruídas (bárbaros), pois o Evangelho é para todos. Ele quer dar frutos no seu ministério e mostra disposição para a obra. “De modo que, quanto está em mim, estou pronto para anunciar o evangelho também a vós que estais em Roma” (1:15).
Paulo termina sua saudação aos romanos
afirmando: “Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para
salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque
no evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como está escrito: Mas
o justo viverá da fé” (1:16,17). Para Paulo o evangelho “é o poder de Deus para
a salvação” de todos os que crêem em Jesus. O meio que Deus escolheu para o
homem foi a fé, o qual é um dom de Deus. E, “O justo viverá da fé”, não
significa só o que as pessoas dizem comumente: “estou vivendo pela fé’, mas que
a sua vida é resultado da fé em Jesus Cristo.
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