A exegese é um conjunto de procedimentos
destinados a estabelecer o sentido de um texto sob vários ângulos (textual,
literário, dos motivos/temas, do processo de composição e outros) a fim de
extrair dele suas mensagens. Têm-se necessidade dela cada vez que um texto
suscita um interesse durável, ou é sempre considerado importante.
Em termos etimológicos, exegese vem do grego e
significa conduzir, guiar, dirigir, governar, explicar pormenorizadamente,
interpretar, ordenar, prescrever, aconselhar, arrancar para fora do texto. A
Eisegesis consiste em introduzir em um texto alguma coisa que alguém deseja que
esteja ali, mas que na verdade não faz parte do mesmo. Importante é a distinção
entre exegese (condução para fora) e eisegese (condução para dentro) o que significa,
portanto, guiar para fora dos pensa mentos o que o escritor tinha quando escreveu
um dado documento, isto é, literalmente “tirar de dentro para fora” (ex-ago), extrair
o significado, interpretar. Demanda a utilização de método científico, além de precisar
contar com o auxílio de várias ciências humanas (história, geografia,
arqueologia, paleografia, história das religiões comparadas, entre outras),
visto que há uma enorme distância temporal (em alguns casos, também espacial)
e, sobretudo cultural entre os textos e nós, pessoas de outra época e cultura.
A hermenêutica muitas vezes, é usada como
sinônimo de exegese.
Etimologicamente, hermenêutica vem do grego
hermeneuein e significa traduzir,
interpretar. Atualmente, se convencionou chamar
de exegese a busca do sentido que o autor quer exprimir a seus contemporâneos e
de hermenêutica o sentido que um texto pode adquirir hoje. O termo hermenêutica
provém do nome do deus Hermes da mitologia grega. Em si mesmas, nem a
hermenêutica, nem a exegese são próprias da Bíblia. Elas se aplicam a qualquer
tipo de texto e, de um modo especial, aos textos mais antigos. Texto dos
filósofos antigos também é objeto de estudos exegéticos e hermenêuticos, além
de textos literários, e outros. Enfim, qualquer tipo de texto pode ser objeto
de estudo exegético.
A exegese e a hermenêutica aplicada aos estudos
da Bíblia Hebraica e ao Novo
Testamento costuma ser denominada “Exegese
Bíblica”. Segundo Uwe Wegner (2001), quando se fala de exegese Bíblica,
entende-se o termo sempre no sentido de explicação e interpretação. É a prática
da hermenêutica sagrada que busca a real interpretação dos textos que formam o
Antigo Testamento, ou Bíblia Hebraica, e o Novo Testamento. Vale-se, pois, do
conhecimento das línguas originais (hebraico, aramaico e grego), da confrontação
dos diversos textos bíblicos e das técnicas aplicadas na lingüística e na filosofia.
Metodologia da Exegese Bíblica, portanto, é a organização e análise sistemática
dos processos que devem orientar a investigação científica da Bíblia.
Consiste na aplicação dos princípios racionais
de investigação usados em documentos plurisseculares com o propósito de
apreender o estilo literário de cada autor, a estrutura da obra, as formas literárias
do conjunto, entre outros. É o conjunto de procedimentos científicos empregados
com o propósito de explicar o texto em sua diversidade.
O uso de uma metodologia na exegese do texto
bíblico não é fortuito, mas cumpre
duas funções específicas: viabilizar a obtenção
do conhecimento científico da Bíblia e possibilitar a sistematização lógica
desse saber. O método em exegese, por conseguinte, requer o emprego de uma
ordenação dos diferentes processos serão empregados para alcançar determinados
resultados. Entende-se por processo, a forma como determinada técnica é
aplicada, isto é, o modo específico de executar o método.
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