Igreja Complicada. Conhece
Alguma?
Liderança madura,
Igreja madura
Para ler e meditar durante a semana
D - At 9.15-16-Escolhido por Deus;
S - Sl 73.1-13-A prosperidade dos maus;
T - Sl 73.13-28-Bom estar perto de Deus:
Q - Pv 2.1-15-Sabedoria e entendimento;
Q - Fib 5.11-14-Mestres ou crianças?
S - 110 2.26-29-Quem faz o que é correto;
S - Ef 4.10-15-Dados por Cristo
2 Coríntios 11
INTRODUÇÃO
Ninguém gosta de receber um pro- duto ou serviço abaixo da sua expectativa. Seja no âmbito gastronômico, têxtil, eletrônico, até mesmo no sistema hote- leiro, gostamos de ficar satisfeitos com o que adquirimos. Toda marca, empresa, indústria, ou prestadora de serviço, se esforça para que o cliente seja atendido em conformidade com as especificações contratadas. É isso que define a qualidade de um produto ou serviço, o quanto ele atende a expectativa de seus clientes mantendo um padrão de qualidade.
Existem produtos que prometem muito, mas
possuem um padrão de qualidade muito abaixo. Eles até parecem ter alguma
qualidade, mas não passam de enganação. Se estivéssemos falando somente de um
produto a decepção já seria enorme, mas imagine quando tratamos de pessoas que
exercem liderança na igreja. Este é o cenário que Paulo retrata nestes
versículos do capítulo 11 de 2Coríntios. Falsos profetas que parecem liderar a
igreja de maneira bem distinta do padrão aprovado nas Escrituras.
I. DATA E OCASIÃO
Paulo não gostava de se exibir. Ele mesmo deixou claro: "Aquele (...) que se gloria, glorie-se no Senhor" (2Co 10.17).
Mas o apóstolo agora está diante de um grupo de homens que aparecem como líderes da Igreja de Corinto. Eles se orgulham em se comparar a outros, inclusive aos apóstolos, na tentativa de parecerem bons e cheios de sabedoria diante da igreja. Comparado a eles, Paulo parece estar abaixo do padrão de qualidade. O problema, porém, é que o padrão de qualidade para avaliação da igreja estava errado. Paulo mostra (2Co 11) que seu padrão de avaliação de qualidade é exatamente o oposto do que era adotado pelos seus adversários.
Para piorar, não eram apenas os falsos mestres de Corinto que menos- prezavam Paulo. Também parecia haver um número de "discípulos" desses falsos mestres que começavam a olhar para o apóstolo da mesma maneira, supondo que ele não estava no patamar dos seus mestres.
Paulo e os outros verdadeiros apóstolos
ensinaram que devemos suportar diversas falhas em outras pessoas, até as coisas
que consideramos irritantes. Os coríntios não procediam assim, mas estavam
dispostos a tolerar coisas biblicamente inaceitáveis, como imoralidade e
falsidade doutrinária. A partir dessa situação destacada pelo apóstolo
aprendemos sobre o padrão de qualidade para a liderança de uma igreja madura.
II. O INSUPORTÁVEL PAULO (v.1)
Quisera eu me suportásseis um pouco mais na minha loucura" (v.1).
Alguns dos que Paulo havia levado à fé em Cristo começaram a seguir falsos mestres (1Co 4.1-13). Não apenas as palavras do apóstolo pareceram tolice para eles. O próprio Paulo passou por tolo aos olhos deles.
Paulo parecia sentir o mesmo que sentem alguns
pais quando seus filhos começam o período da adolescência. De repente, aos
olhos dos filhos, os pais se tornam as pessoas mais limitadas na face da terra.
Todo mundo é mais interessante e melhor companhia do que os
"embaraçosos" pais. Assim os coríntios se sentiam em relação a Paulo.
Ele era um pai para eles, e ainda assim se en- vergonhavam dele.
III. O RESPONSÁVEL PELA IGRE- JA (v.5)
"(...) zelo por vás com zelo de Deus, visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo" (v.2).
A igreja de Cristo é tratada em outros lugares no Novo Testamento como a noiva de Cristo (ver Ef 5; Ap 19.7). Essa imagem não era novidade. A novidade foi o apóstolo Paulo se apresentar como o pai da noiva. Em outras ocasiões, o apóstolo fala de si mesmo como pai espiritual, por exemplo, para Timóteo (1 Tim 1.2) e Tito (Tt 1.4). Mas ele nunca usa a linguagem empregada nesta passagem. Essa imagem do orgulhoso pai de uma bela jovem transmite maravilhosamente seu amor e zelo para com os coríntios.
Ao tratar a igreja de Corinto como uma noiva que precisa da proteção de seu pai, Paulo está indicando aos novos cristãos sua vulnerabilidade perante os que os enganariam e corromperiam. Paulo assume uma responsabilidade de zelo para essas pessoas em Corinto, porque ele é seu pai espiritual.
Os alertas do apóstolo Paulo indicam que seus
medos não são apenas "ciúme paterno". Há um perigo real na igreja de
Corinto. O apóstolo se volta para o começo da história humana (v.3), e compara
a situação da igreja com Eva no jardim. Ambas foram seduzidas e se desviaram da
devoção completa ao Senhor.
IV. OS FALSOS MESTRES EXPOSTOS
A. Desviam cristãos do seu compromisso
"Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado (...)" (v.4).
Paulo alerta a Igreja de Corinto: falsos mestres estão tentando desviar os cristãos do verdadeiro ensino e autoridade apostólica, das boas novas do evangelho. O objetivo final dos falsos mestres é desviar a noiva de Cristo de seu noivo. Mesmo que os falsos
mestres se apresentem como super espirituais,
na realidade não são. Eles não conduzem o povo à verdadeira devoção ao Senhor.
Não importa o que digam que estão procurando realizar, sua agenda oculta é
impedir as pessoas de confiar em Cristo e obedecê-lo em sua simplicidade.
B. Apresentam apenas "fachada"
"(...) suponho em nada ter sido inferior a esses tais apóstolos" (v.5).
O problema dos coríntios é que eles julgavam com base em aparências externas e não no caráter ou doutrina. Em termos de aparências, os falsos mestres superavam Paulo de longe. Eles se vestiam e falavam bem, então alguns cristãos aceitavam sua mensagem sem questionar. Paulo simplesmente lembra que a estratégia empregada por Satanás em Corinto, não era em nada diferente da que, astutamente, empregou no Jardim do Eden.
Como alguém tão bonito, tão inteligente e tão
confiante diria algo tão errado? Estes falsos mestres são exatamente como seu
mestre, o Enganador. Paulo faz questão de destacar a semelhança. Falsos mestres
são revestidos de uma bela fachada religiosa, mas estão cheios de orgulho e
arrogância, pois buscam o seu próprio bem estar através de sua "liderança
espiritual".
C. São cheios de "segredos"
"(...) embora seja falto no falar, não o sou no conhecimento; mas, em tudo e por todos os modos, vos temos feito conhecer isto" (v.6).
Estes falsos mestres davam com sua eloquência a
falsa impressão de que só eles possuíam a chave para verdade. Os cristãos de
Corinto supunham ser impossível obter tal conhecimento por si mesmos, e assim
necessitavam destes mediadores, estabelecendo, desse modo, uma
"dependência espiritual". Os falsos mestres afirmavam conhecer um
algo a mais, e deixavam claro que algumas verdades são "muito elevadas
para as pessoas comuns, e que apenas os thais especiais (no caso, eles) seriam
capazes de descobri-las.
Assim como a serpente enganou Eva, os falsos
mestres enganavam a Igreja de Corinto, eles estavam sendo aprovados pelo padrão
de qualidade de verdadeiros cristãos. Apresentavam-se com a mesma autoridade
que Paulo e os verdadeiros apóstolos possuíam. Dessa forma, foram capazes de
afirmar que eram mensageiros de Deus e revelavam uma nova verdade. Esperavam
que os cristãos de Corinto se submetessem à sua autoridade e seguissem seus
ensinamentos e instruções. Como no Jardim do Eden, porém, seus caminhos resultavam
em morte.
V. FALSOS MESTRES VS. APÓSTOLOS
A. Liderança cristã não permite abuso
"Tolerais quem vos escravize, quem vos devore, quem vos detenha, quem se exalte, quem vos esbofeteie no rosto" (v.20).
Paulo e os outros apóstolos autênticos simplesmente não podem ser comparados aos falsos mestres. Com seu amor pelo poder, o prazer dos falsos mestres está em controlar as pessoas sob sua autoridade. Para mostrar quem manda, se apresentam em um estilo de liderança autoritário.
Por não conseguir discernir as pro- fundas
distinções entre o autoritarismo soberano dos falsos mestres e a devoção
abnegada com a autoridade confiada pelo Espírito dos apóstolos, os cristãos de
Corinto escolheram os exploradores como seus líderes e modelos. Paulo nem quer
ser comparado a tais exploradores famintos por poder. Com certa ironia, ele
contempla seu abuso de poder e escreve: "Para minha vergonha, admito que
éramos fracos demais para isso!"
B. A liderança crista é inclusiva.
"São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São da descendência de Abraão? Também eu (v.22).
O discurso exato dos falsos mestres não é claro. O melhor palpite é que, provavelmente, seu conteúdo era judaizante. Apoiavam grande parte de sua proposta na herança judaica e a isso acrescentavam uma série de virtudes com o intuito de se sentirem cristãos superiores. Talvez até argumentassem que algumas dessas exigências judaicas eram requisitos necessários para o verdadeiro cristianismo.
Essa forma de liderança baseada em uma suposta
superioridade foi amplamente rejeitada pelo apóstolo Paulo. Ele cria que o
evangelho de Jesus Cristo é o grande equalizador dos homens. Todos estão
igualmente mortos em suas transgressões e pecados e, portanto, são igualmente
merecedores da ira eterna de Deus. Todos aqueles que estão em Cristo pela fé
são igualmente salvos.
C. A liderança crista é abnegada
"Se tenho de gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza" (v.30).
A lista a que temos acesso nesses versos
descreve os sofrimentos e provações que o apóstolo sofreu por pregar o
evangelho. Se Paulo escolhesse priorizar seu conforto e segurança, ele não
teria sofrido como sofreu. Era um lider com um espírito de servo e sacrifício
que lhe permitiu suportar o sofrimento pela causa do evangelho e pelo rebanho
de Deus. Certamente, suportou pela graça de Deus muito mais do que supostos
líderes tolerariam.
CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo demonstra mais uma vez seu
compromisso com a Igreja de Corinto, razão por que não irá renunciar àqueles
que levou a Cristo. Ele os apresentará ao Pai, como uma noiva pura. Paulo
reconhece a vulnerabilidade e ingenuidade de alguns cristãos, mas acusa com
veemência os falsos mestres que se estabeleceram em Corinto. Paulo apresenta-se
como um líder que pode ser imitado, pois serve o propósito maior de glorificar
a Cristo em humildade e simplicidade.
APLICAÇÃO
Você cré que o apóstolo Paulo encontraria
dificuldades em ser admirado em nosso contexto evangélico atual? Qual tipo de
líderes estamos formando em nossas igrejas? Os que sofrem pelo evangelho, ou os
que mandam mais? Ore pelos líderes da sua igreja.
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