Igreja Complicada. Conhece
Alguma?
Igreja Madura, Igreja Santa
Separados do pecado,
próximos do Senhor
Para ler e meditar durante a semana
D - EF5.3-13-Andai em Cristo:
S - Is 49.8-O dia da Salvação:
T - St 130-Das profundezas;
Q - Pv 13.12-20-Sabedoria da Palavra;
Q - C12.1-8-Radicados em Cristo;
S - Hb 2.1-4-Cristo é superior aos anjos;
S - Mt 18.15-20-Tratando do irmão em pecado
2 Coríntios 6.13-18; 7.1-16
INTRODUÇÃO
Em 2016, um filme chamou atenção do mundo. Foi a maior bilheteria em todo o planeta arrecadando mais de um bilhão de dólares. Estamos falando de Capitão América: Guerra Civil. No terceiro filme do herói, ao contrário da maioria dos filmes do gênero, não há um terrível vilão ou uma forte ameaça que pode atingir um grande número de inocentes. A trama do filme se desenvolve em um confronto ideológico em que grupos de heróis se enfrentam nos extremos do espectro.
A grande discussão em torno do filme é, justamente, de que lado o espectador está. Sem um antagonista o público se dividiu entre as forças lideradas pelo Capitão América e o grupo assumido pelo Homem de Ferro. Ninguém podia permanecer neutro.
Foi uma decisão ingrata para os fãs, mas a igreja de Corinto teve de fazer uma escolha que não se limitou ao entretenimento. Tratou-se de decisão com efeitos eternos. Ficariam com o ensino de Paulo - e dos verdadeiros apóstolos ou seguiriam os falsos mestres que desviavam a igreja do evangelho?
E você, de que lado vai estar?
I. DATA E OCASIÃO
Quando Paulo chegou pela primeira vez com as boas novas do evangelho, vários coríntios confiaram em Cristo para o perdão dos seus pecados e abraçaram a promessa da vida eterna (At 18.1-18). Não muito depois da partida do apóstolo, porém, as coisas começaram desandar. A igreja se dividiu em pequenas "panelas", concentradas em torno de líderes que cada grupo seguia com grande orgulho.
Esses líderes apresentaram uma imagem e até uma mensagem mais atraente do que a do apóstolo e seus companheiros. Usavam um discurso persuasivo e adaptavam seu discurso de acordo com a expectativa dos ouvintes (2Co 2.17; 4.1-2). Para alguns cristãos de Corinto, Paulo e seus companheiros pareciam menos atraentes, ou até mesmo loucos (2Co 11.1).
No texto básico, o apóstolo vai direto ao assunto. A Igreja de Corinto tem um sério problema quanto à escolha de relacionamentos. Alguns se afastaram dele e dos seus, da mesma forma como se aproximaram dos falsos mestres. A falha não está no lado apostólico, mas nos coríntios e sua opção por membros da igreja que, mesmo assumindo um papel de liderança, são incrédulos.
Paulo alerta a igreja sobre o perigo dessa
associação e apresenta ainda ama restauração ao compromisso firmado
anteriormente.
II. PARA O BEM DA IGREJA (V.13)
"(...) come justa retribuição (falo-vos como a filhos), dilatai-vos também παι" (v.13).
Os coríntios deviam escolher seu lado. Em quem a igreja deveria confiar? O apóstolo se dirige afetuosamente aos crentes e eles deveriam responder da mesma forma. Deveriam estar abertos ao zelo e cuidado pastoral genuínos por mais que em certa circunstância isso não refletisse seu desejo.
Lemos as palavras cuidadosamente escolhidas por
Paulo, a fim de encorajar a restauração e renovação do relaciona mento dos
cristãos de Corinto com ele e com seus companheiros, que pregavam o verdadeiro
evangelho. Quando ele os chama de "filhos" (v.13), não pretende ser
um pai autoritário, ou usar o termo a fim de humilhá-los. Pelo contrário, na
maioria das vezes em que emprega esse tratamento, expressa cuidado, afeto e
amor, ainda mais aos coríntios que conheceram ao Pai Celestial por seu
intermédio (1Co 4.14).
III. RELACIONAMENTO PERIGOSO
"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos (...)" (v.14).
Não apliquemos mal as palavras do apóstolo neste texto. Podemos pensar
primeiro o que o apóstolo não quer Ele não
proíbe os cristãos de se associa rem com descrentes. Isso fica esclarecido
cm 1 Coríntios 5.9-11. "Já em carta vos escrevi que não vos
associásseis com os impuros; refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros
deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras, pois, neste caso,
teríeis de sair do mundo". Paulo não quer que vivamos neste mundo
caído sem ter contato com os perdidos. Precisamos que eles vejam Cristo em nós
e ouçam as boas novas do evangelho. O problema são os incrédulos de dentro da
igreja. "(...) agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que,
dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou
beberrão, ou roubador: com esse tal, nem ainda comais". Paulo adverte a
Igreja de Corinto contra permitir que os incrédulos, ou seja, os falsos
mestres, presentes na igreja, atuem com sua ajuda e cooperação.
IV. POR QUE NÃO?
A. Não há denominador comum
"(...) que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? (v.14)
Após vetar a associação com os incrédulos, Paulo informa as razões para essa ordem: os cristãos são tão distantes dos incrédulos em assuntos espirituais que não existe base para uma parceria no ministério espiritual. Um cristão buscando união para realizar a obra de Deus com um incrédulo infiltrado é semelhante a um lobo e uma ovelha dividindo um mesmo espaço. Eles possuem naturezas distintas.
Cristãos verdadeiros buscam a manifestação da
justiça, os incrédulos vivem de maneira iníqua. Os cristãos vivem na luz,
enquanto os incrédulos não se incomodam com as trevas, Cristãos buscam adorar e
obedecer somente a Jesus Cristo como Senhor Soberano, os incrédulos por sua
vez, conscientes ou não, servem a Satanás (Ef 2.1-3: ICo 10.20).
B. Têm finalidades distintas
"(...) nós somos santuário do Deus
vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu
Deus, e eles serão o meu povo" (v.16b).
Você já tentou jogar futebol.com uma bola de boliche? Ou praticou basquete com uma bola de golfe? Pois é, embora sejam objetos redondos, possuem tamanho, peso, densidade, totalmente distintos. Essa troca não funcionaria, pois cada bola foi desenvolvida com uma finalidade distinta para uma atividade específica.
Da mesma maneira, cristãos e incrédulos possuem
finalidades distintas. Enquanto os incrédulos são comparados a ídolos mortos,
os cristãos são comparados ao templo, não um mero edifício, mas a morada do
próprio Deus vivo, onde ele decidiu habitar. Deus habitou entre nós na pessoa
de Jesus (Jo 1.14), mas agora ele habita no meio de seu povo pelo seu Espirito.
A igreja, corpo de Cristo, ό ο santuário do Deus vivo (1Co 6.19).
C. Posicionamento distinto
"(...) retinai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor, não toqueis em coisas impuras" (v.17).
Em uma equipe de futebol cada um tem sua função. Todos treinam específica mente e à exaustão sua função tática a fim de auxiliarem uns aos outros e funciona rem como uma boa equipe. Imaginem se ao ouvirem o apito do juiz determinando a início da partida cada um fizesse o que bem entendesse: o goleiro abandonasse o gol para marcar, o atacante se recusasse a chutar a bola ao gol. o meio-campo não quisesse mais tocar a bola. Esse jogo seria um caos, revoltando a todos, principal- mente ao técnico que definiu as funções de cada um dentro de campo.
Saber quem somos e a nossa função transforma o
nosso posicionamento, as nossas atitudes. Tendo consciência de que o nosso Deus
em sua santidade habita em nós, devemos temê-lo de tal modo que nos afaste do
pecado. O relacionamento que Paulo nos apresenta é o de um Pai e seus filhos
(v.18). Os filhos devem procurar santidade, pois o Pai é santo. Por ser santo,
o Senhor só pode habitar entre aqueles que são santos, não pelos seus méritos,
mas pelos de Cristo. Então, como os cristãos podem se tornar parceiros dos que
estão distantes de Cristo? Esta associação é inconcebível, pois ofende a
santidade do Pai. Devemos nos manter distantes (2Co7.1).
V.OS BENEFÍCIOS DA FIDELI- DADE
A. Transparência
"Acolhei-nos em vosso coração; a ninguém tratamos com injustiça, a ninguém corrompemos, a ninguém exploramos" (v.2).
O apóstolo apela para ter um acolhimento real
no coração dos coríntios. Os verdadeiros apóstolos não se recusaram a se
relacionar com os cristãos de Corinto, pelo contrário, foram os coríntios que
se afastaram deles (200 6.11-13). E o desejo de Paulo, como representante dos
verdadeiros apóstolos, promover a restauração de seu relacionamento com os
cristãos daquela igreja Paulo faz questão de destacar uma série de evidências
de seu amor e afeição para com os coríntios. Podemos verificar esse amor pela
forma como os apóstolos e o próprio Paulo estão lidando com a igreja. Eles não
exploraram ninguém. Literalmente. Paulo afirma que eles não agiram injustamente
em relação aos coríntios. Ele quer dizer com isso que não seduziram,
corromperam. ou enganaram nenhum deles. Os cristãos de Corinto não foram
explorados ou enganados pelos apóstolos.
B. A certeza de zelo real
"(...) a tristeza segundo Deus pro- duz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar, mas a tristeza do mundo produz morte (v.10).
A igreja de Corinto recebeu várias visitas do apóstolo Paulo, além disso, recebeu várias cartas, das quais apenas duas ficaram preservadas no Novo Testamento. Provavelmente, em uma de suas cartas o apóstolo Paulo tratou de uma pauta que trouxe dor para ele e para a igreja. Paulo não se arrependeu de ter enviado essa carta, mas estava profundamente triste, pois sabia da dor que ela causaria. Como um pai que deve
disciplinar seu filho, Paulo sabia que não
havia outro jeito de lidar com o pecado, senão expolo e confrontá-lo com uma
carta de repreensão. Mas a tristeza vira alegria quando ele descobre que sua
carta produzia o arrependimento desejado, que levou salvação e vida, ao invés
da permanência na atividade pecaminosa e uma morte triste.
C. Frutos da confiança
"Alegro-me porque, em tudo, posso confiar em vos" (v.16).
Através do testemunho de Tito, Paulo recebe o
relato de que os cristãos de Corinto receberam sua admoestação com temor e
tremor, e com profunda humildade e disposição de ouvir o que Deus diria a eles
através de Paulo. A disposição dos cristãos de Corinto em obedecer às palavras
de Paulo foi prova suficiente de que sua tristeza em relação ao pecado e seu
arrependimento foram verdadeiros. Paulo se alegra muito porque sua confiança
nos coríntios não é vã. Esse é o contraste entre os apóstolos e os incrédulos. Se
um lado produz competição e desunião, os verdadeiros apóstolos produzem união e
confiança.
CONCLUSÃO
A igreja de Corinto se afastou dos verdadeiros
apóstolos e abraçou os falsos mestres. A solução era simples. Deviam abrir o
coração para Paulo e seus companheiros e quebrar os laços com os mestres
incrédulos, servos de Satanás. Os coríntios precisavam entender que alguns
daqueles considerados os mais espirituais não eram nem mesmo salvos. Esses
incrédulos, desmascarados por Paulo através da Palavra, tinham de sair do meio
deles. Mesmo em tempos terríveis, o apóstolo está cheio de confiança, consolo e
alegria em relação aos cristãos de Corinto.
APLICAÇÃO
Paulo não tem medo de tratar as mazelas da Igreja de Corinto. Pelo contrário, mesmo sabendo que causará dor, ele é solidário ao sofrimento que promove arrependimento e união!
Em uma sociedade individua- lizada como a nossa
como podemos nos alegrar no zelo pelo próximo? Zelar e cuidar do próximo é
nossa responsabilidade. Produzimos união nas nossas igrejas? Seguimos líderes
piedosos ou pessoas que nos afastam do relacionamento com Jesus e com o
próximo?
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