Igreja
Complicada. Conhece Alguma?
Igrejas sem partidos
Dividir a Igreja é agredir a Cristo
TEXTO
1Coríntios
1.10-17;3.1-7
PARA LER E MEDITAR DURANTE A SEMANA
D-Jo 13-A marca do cristão;
S- Pv 6.16-19-Deus
abomina;
T-Pv 13.10-Divisão e
soberba;
Q- Rm 12.18- Paz com
todos;
Q-Ef 4.3-A forca da
unidade;
S-Mt 5.9-Pacificadores;
S-SI 29.11-Paz divina
INTRODUCÃO
Etnia, grau de
instrução, condição social, religião, preferência política são tópicos que
ainda dividem. Os seres humanos se digladiam a partir de suas diferenças e a
incapacidade de concordarem entre si. A unidade é o desejo de nosso coração, algo
que aspiramos, desejamos, e que não é fácil de conquistar em razão de sermos
diferentes. A igreja também sofre com esse mal. Os discípulos de Jesus não
estão imunes a divisões, contendas, partidarismos. Paulo escreve sobre isso com
muita firmeza. Essa carta foi redigida há cerca de 2000 anos, entretanto, continua
bem atual.
I.DATA E OCASIÃO
A igreja de Corinto estava localizada numa cidade cosmopolita com pessoas advindas de muitos lugares, com diversos costumes e tradições. Paulo, ao longo da carta, trata das diferenças sociais, uma realidade ali. As contendas geradas pelas disparidades entre membros pobres e ricos ocorria nos cultos e na santa ceia (1Co 1.26; 11.17-19). No capítulo 1, a partir do verso 10,Paulo trata sobre problemas específicos relacionados para ele de duas formas:
por meio de uma carta dos coríntios (1Co 7.1) que pedia orientações sobre conflitos na comunidade. E depois no próprio Capítulo 1. No verso 11, Paulo informa que algumas pessoas ligadas a Cloe, presumivelmente membros da igreja de Corinto, estiveram com ele e testemunharam problemas que afligiam a igreja. O apóstolo, então, responde à carta que lhe enviaram e aos relatos pessoais de tensões na igreja.
II.A NATUREZA DAS DIVISOES (v.10)
As contendas começaram
com a formação de grupos rivais na igreja. Os corintos se dividiram em torno de
seus líderes favoritos, por exemplo. Essas divisões eram provenientes de
imaturidade e carnalidade. Isso é tão grave na perspectiva bíblica que Paulo
dedica 4 capítulos desta carta para tratar do assunto. A presença do espírito
divisionista que se manifesta em certos membros da igreja é venenosa e não
podem prevalecer entre os discípulos de Jesus. A palavra grega usada para
“divisões” originou a nossa palavra “cisma” que destroem as igrejas atualmente,
A mola propulsora dessas contendas é o culto à personalidade de alguns líderes
que corrói a unidade da igreja. Isso está evidente no versículo 12:“Refiro-me
ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de
Cefas, e eu, de Cristo".
A.
“Eu sou de Paulo”
Esse grupo se intitulava seguidor dos ensinamentos do apóstolo Paulo, o plantador da igreja de Corinto. É muito provável que os membros desse partido eclesiástico se orgulhavam de viver a liberdade cristã em relação às leis dos judeus, um dos pontos principais da teologia de Paulo. Alguns eram pessoas libertinas, que usavam a ênfase na graça como justificativa para devassidão e imoralidade.
Os coríntios gostavam
de pensar em si mesmos em seu orgulho como pessoas extraordinariamente
espirituais. Mas eles não estavam progredindo no conhecimento de Cristo. Paulo
só podia lhes falar como a bebês na fé, e
não como discípulos maduros. Eles ainda sāo “carnais” e imaturos. “Carnais”
e“ crianças em Cristo” são expressões que apontam para o fato de que os
coríntios eram espiritualmente imaturos. A questão que está impedindo seu crescimento é o
ciúme. Os coríntios estavam brigando sobre qual grupo era o melhor. O
comportamento deles ainda era determinado por uma cultura que se dividia ao
redor de seus pensadores prediletos. Ao examinar a sua condição espiritual,
você tem sinais de maturidade ou infantilidade espiritual? Paulo derruba
qualquer líder-celebridade do pedestal sobre o qual os coríntios começaram a
colocá-los. Os pregadores são apenas
trabalhadores da seara, servos de Jesus. Por isso, não nos enfeiticemos por
nossos líderes, mas sim, fixemos os olhos no Senhor Jesus para o nosso
crescimento.
B.
"Eu sou de Apolo"
O livro de Atos
apresenta Apolo como um homem eloquente, conhecedor das Escrituras, fervoroso
em espirito (At 18.18-28). Em Corinto, Apolo ajudou muitas pessoas a crescerem
no conhecimento de Jesus com precisão, tendo combatido e refutado os judeus em
público pelo AT, mostrando que Jesus era o Cristo prometido. Apolo é um grande
pregador e orador habilidoso, expositor apaixonado e dinâmico da Bíblia. A
igreja em Corinto foi ricamente abençoada através de seu ministério. A
capacidade e eloquência desse líder tornaram-se fatores que conquistaram a
simpatia de alguns membros da igreja. Provavelmente, ele tenha sido um pregador
mais articulado do que Paulo. “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio
de Deus” (1Co 3.6).
C.
“Eu sou de Pedro”
O grupo que se
identificava com o apóstolo Pedro, provavelmente, foi formado por judeus
cristãos (1Co 1.12).O líder mais antigo, um dos doze apóstolos escolhidos pelo
próprio Cristo. Conhecido pela flexibilidade no que se referia às leis judaicas
(G1 2.11).
D.
“Eu sou de Cristo”
Este era um grupo
aparentemente “espiritual”. Mas, na realidade, estavam longe da verdadeira
piedade. Pertenciam a esta comunidade membros que não se submetiam à liderança
dos apóstolos, visto que sustentavam a ideia de uma vida cristã perfeita, algo rechaçado
nas Escrituras (1Jo 1.8-10).
III. APELO À UNIDADE
A.
Personalismo
Paulo instrui a igreja
sobre a unidade da comunidade de forma cristocentrica, enfática e afetuosa: rgovos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo (v.10).Jesus
é o argumento mais forte contra todos os nomes dos partidos da igreja.
Enquanto eles se
orgulham de seus pregadores (celebridades) favoritos Paulo responde: "Acaso,
Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes,
porventura, batizados em nome de Paulo?" (v.13). Essas três perguntas
retóricas, exigem um enfático “não!”. Esse argumento serve para redirecionar o
olhar dos coríntios (e o nosso) para longe do favoritismo, focando nossos olhos
tāo somente em Jesus.
Uma igreja fragmentada
em torno de seus pastores prediletos desconsidera que isso nada tem de
espiritual. Divisão e desunião são incompatíveis com o evangelho, o qual rompe
barreiras étnicas e sociais. O personalismo na igreja, de quem quer que seja,
deve ser resistido pelo bem da comunidade dos discípulos de Jesus, aquele a
quem pertence toda a glória e de quem somos todos servos.
Depois do personalismo,
Paulo combate o egoísmo que é outro mal corrosivo para a saúde da comunidade
cristã.
B.
Egoismo
Afinal, onde está o
poder da igreja? Certamente, não está no pregador, mas em Cristo. À medida que
o evangelho de Jesus é compreendido, o ego começa a morrer e os muros de divisões
desmoronam. O evangelho revela que todos estamos condenados, não passamos de
miseráveis pecadores que merecem a ira e a maldição de Deus. Porém, Deus nos alcançou
com graça e misericórdia. O amor dele foi derramando em nós. E porque ele
sofreu a condenação em nosso lugar, fomos salvos mediante o sangue dele. Por
causa dos feitos de Cristo nenhum pregador deve querer glória para si. Repito,
quando olhamos para Jesus, nosso ego morre e os muros de separação começam a
ruir. A igreja centrada no evangelho é uma igreja sem partidos.
IV. MENSAGEM PARA HOJE
A.
Um efeito danoso
A desunião na igreja
local prejudica a obra de Deus de muitas maneiras e a longo prazo. A igreja
normalmente sofre muita pressão de fora, mas é possível que ela seja abalada
por conta de seus próprios membros. Em Corinto, os “partidos" eram
construídos a partir da preferência por alguns líderes em detrimento de outros.
Eles elevaram alguns deles a um status
que alguém jamais poderia ter. Os pastores devem ser respeitados, amados e
honrados, porém não venerados. A igreja não pode promover ídolos, ela é local
para servos, trabalhadores, cooperadores de Deus.
B.
Enfraquecimento ou fortalecimento da missão
A missão de Deus
alimenta-se da nossa união. Leslie Newbigin, um missionário inglês que viveu
quase 40anos pregando o evangelho na Índia, defendeu que a mellver explicação
para o evangelho," é uma congregação de homens e mulheres que acreditam e
vivern pelo evangelho." Nas
palavras do pastor e pensador cristão Prancis Schaeffer, o testemunho de amor de
cada igreja local é a apologética final da fé crista para o mundo. O apóstolo
Paulo ensina que os cristãos são a "carta (viva) de Cristo"(2Co 3.3).
No Livro Verdade Absoluta, uma das
principais e mais respeitadas apologistas de nosso tempo, Nancy Pearcey diz:
"Podemos fazer um grande trabalho de argumentar que o cristianismo é a
verdade total, mas os outros não vão achar a nossa mensagem persuasiva, a menos
que possamos dar uma demonstração visível dessa verdade em ação. Todos devem
ser capazes de ver por si mesmos, em nosso caminhar diário, que não tratamos o
cristianismo como um retiro espiritual, um cobertor confortável, um castelo de crenças
de conto de fadas que simplesmente nos faz sentir melhores. É quase impossível
para as pessoas aceitarem novas ideias puramente no abstrato, sem ver um
exemplo concreto de como elas se parecem quando vividas na prática.[...] Quando
as pessoas veem uma dimensão sobrenatural do amor, poder e bondade na forma
como os cristãos vivem e tratam uns aos outros, então a nossa mensagem tora-se
plausível [...]a apresentação verbal de uma cosmovisão cristã perde o seu
poder, se não for validada pela qualidade de nossas vidas".
C.O ódio de Deus às
contendas
As divisões destroem a
igreja. Aqueles que são os causadores possivelmente sentirão o peso da mão de
Deus, pois ele odeia ver contendas sendo semeadas no meio de seu povo. A igreja
não é o time de Deus, a equipe de Deus, o grupo de Deus. Ela é o Corpo de Cristo, a Noiva do
Cordeiro. Há uma unidade orgânica e mística entre a igreja e Cristo, por isso, mexer
com a igreja, perseguir e feri-la torna-se um ataque contra o próprio Jesus. No
ensino de Paulo, uma igreja dividida em partidos, em "panelinhas", está
vivendo sob influência de Lúcifer (1Co 12.25).
CONCLUSÃO
Muitas vezes o orgulho,
o ego, levou-nos a falar de uma maneira e agir de outra, cultivando uma postura
hostil à unidade cristã. Todo tipo de “ostentação” cristã é uma contradição,
visto que o evangelho apresenta a falência de todas as nossas reivindicações de
grandeza. Jesus Cristo, por sua vez, reconcilia-nos com Deus e promove a paz, a
união e a comunhão entre os membros da igreja. A vitalidade da comunidade
cristã depende totalmente do nível de compressão por parte de seus membros a
respeito de quem é Jesus e da sua morte na cruz.
APLICAÇÃO
O que você pode promover para fortalecer e preservar a unidade de sua comunidade local? Quais são os sinais de uma igreja que tem experimentado a comunhão do povo de Deus? À luz do que Paulo ensinou, como criar uma cultura que proteja a comunidade de preferências, personalismos e “panelinhas”?
Nenhum comentário:
Postar um comentário