A síndrome do pecado oculto


 A síndrome do pecado oculto


O que é o pecado?

(2 Samuel 11.26-27 e 12.1-15)

Começaremos nossa definição de pecado através da melhor ferramenta que temos: as Escrituras. A teologia do pecado no Antigo Testamento não enfatiza uma pecaminosidade global; mas sim, o pecado cometido por cada indivíduo, conforme o texto que lemos. Isto é óbvio, pois assim como a salvação é individual, o pecado também o é. No Antigo Testamento há 85 ocorrências da palavra: (awen), se referindo ao pecado. Em Isaias 10.1 e no Salmo 7.14, awen é o sofrimento causado pelo pecado; no Salmo 140.10, awen são palavras enganosas; em Jó 36.21, awen é a aflição causada pelo pecado; em Isaías 66.3, Awen é um rótulo para a idolatria.

Na maioria das vezes que a palavra awen aparece na Bíblia, quase sempre se refere ao "mal", "iniquidade" ou "maldade". A palavra awen também é usada no Salmo 51.2, quando Davi confessa seu pecado ao Senhor.

Os teólogos e estudiosos da Bíblica dão pouca ou nenhuma atenção a esta palavra nas Escrituras, para definir o que seja pecado. Todavia, o estudo desta palavra deveria mais enfatizado.

No Novo Testamento, a palavra mais usada para definir pecado é hamartia, que ocorre 173 vezes, e cujo sentido principal é “um pecado humano dirigido contra Deus - Uma ofensa a Deus” - Um ato individual, assim como no AT.

Davi fala dos seus pecados até os ocultos (Sl 19:12)

"...Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas..."

O pecado, portanto, pode ser definido como uma palavra, um pensamento, um ato, um desejo ou uma omissão, contrários ao plano de felicidade que Deus tem para o homem.

 

O texto de 2 Samuel 11.26-27 e 12.1-15 é um dos textos mais impressionantes da Bíblia:

O pecado de Davi revelado pelo Profeta Natã.

O local é o palácio do rei Davi, e o profeta que o aborda, é um vidente profissional, acostumado às regalias de uma vida confortável na corte.

Aparentemente, o profeta Natã não teria motivos para se arriscar, para se comprometer – afinal de contas, quem desagradava ao rei, corria o risco de perder a vida.

Mas ele parecia não temer tal circunstância.

O texto diz que Natã é enviado pelo Senhor a Davi, para entregar-lhe uma mensagem, uma parábola.

A parábola diz respeito a dois homens.

O primeiro era rico e possuía muitas ovelhas e gado, o segundo possuía apenas uma cordeirinha domesticada.

O homem rico recebeu um peregrino em sua casa, mas não quis alimentá-lo com a sua riqueza, e preferiu lançar mão da cordeirinha do homem pobre.

Antes que a história fosse concluída por Natã, Davi se precipita e o interrompe, sentenciando o homem rico a morte, e obrigando-o a restituir pela cordeirinha tomada, quatro vezes mais.

Natã, com autoridade de um profeta profissional, mas acima de tudo, de um profeta de Deus, declara ao rei:

“Tu és o homem”.

Davi era rei de Israel, livre das mãos de Saul, de quem recebeu como herança riquezas, mulheres, e tudo o que ele quisesse, mas todo este poder não foi suficiente: Davi precisava de mais.

Davi precisava do que não era seu, e com isto quebrou o sucessivamente o décimo, o sexto e o sétimo mandamentos; e pior, não confessou seus crimes e nem se arrependeu deles. 

O Pecado oculto de Davi foi sua ruína; e é por causa deste pecado que meditaremos sobre o tema:

 

A Síndrome do Pecado Oculto.

1. O Pecado Oculto Cega

Nos versículos 5 e 6 do texto lido, Davi sentencia o homem rico da parábola a morte e a pagar 4 vezes mais pela cordeirinha apanhada.

De que forma o pecado cega? O pecado cega através do moralismo. O moralismo é Manifestação por meio de palavras ou atos que demonstra exagerada preocupação com questões de moral e tendência para a intolerância e preconceito em relação aos outros.

Davi foi moralista ao sentenciar o homem rico da parábola de Natã.

O pecado cega através do falso senso de imunidade: Davi subestimou o seu pecado, talvez, pela sua autoridade como ungido de Deus, como rei de Israel. Quando pecamos contra Deus e não confessamos os nossos pecados, nos tornamos cegos pelo moralismo e pelo falso senso de imunidade.

Este é um dos grandes sintomas do pecado oculto.

 

2. O Pecado Oculto Provoca a Ira (o julgamento) de Deus

Nos versículos 9-12, percebemos que a ira de Deus se ascendeu contra Davi: O Senhor chamou Davi de ganancioso, por querer mais do que tudo aquilo que ele já tinha; o Senhor prometeu que enviaria a violência sobre a casa de Davi para sempre; o adultério da própria casa de Davi o envergonharia; e os pecados da casa de Davi seriam expostos a todo o povo de Israel.

 

3. O Pecado Oculto é Vencido pela Confissão, mas deixa Sérias Consequências: vv. 13-15.

Após a confissão de Davi, o profeta anuncia-lhe o perdão de Deus: “Não morrerás”. Ali, o pecado é vencido; mas o preço pelo seu erro foi alto: O texto de 2 Samuel 12.15-19; diz que Davi perdera seu primeiro filho, fruto de seu pecado com Batseba, mesmo diante de suas orações e jejuns.

 

4.    As Máscaras Vão Cair (1Rs.14.1-6)

“...Naquele tempo, adoeceu Abias, filho de Jeroboão. E disse Jeroboão à sua mulher: Levanta-te, agora, e disfarça-te, para que não conheçam que és mulher de Jeroboão, e vai a Siló. Eis que lá está o profeta Aías, o qual falou de mim, que eu seria rei sobre este povo. E toma na tua mão dez pães, e bolos, e uma botija de mel e vai a ele; ele te declarará o que há de suceder a este menino. E a mulher de Jeroboão assim fez, e se levantou, e foi a Siló, e entrou na casa de Aías; e já Aías não podia ver, porque seus olhos estavam já escurecidos por causa da sua velhice. Porém o SENHOR disse a Aías: Eis que a mulher de Jeroboão vem consultar-te  sobre seu filho, porque está doente; assim e assim lhe falarás, e há de ser que, entrando ela, fingirá ser outra pessoa. E sucedeu que, ouvindo Aías o ruído de seus pés, entrando ela pela porta, disse ele: Entra, mulher de Jeroboão! Por que te disfarças assim? Pois eu sou enviado a ti com duras notícias...”

Quando o reino de Israel foi dividido após a morte de Salomão, Jeroboão ficou governando sobre dez tribos em Israel, cuja capital veio a ser Samaria.

E Roboão seu irmão, reinou sobre duas tribos, Judá e Benjamim, e o reino de Judá teve por capital Jerusalém.

Jeroboão tornou-se um rei idolatra, e para agradar o povo mandou fazer dois bezerros de ouro e declarou ao povo que estes eram os seus deuses que os tiraram do Egito.

Jeroboão reinou vinte e dois anos sobre Israel, e fez todo o Israel pecar e se afastar do Deus vivo e verdadeiro.

Perdendo ele todo temor e respeito ao Deus de Israel, constituiu sacerdotes para ministrarem no altar da idolatria; e, por esse tempo o seu filho Abião veio a adoecer.

Querendo ele alguma resposta de Deus, pediu para sua mulher se disfarçar e ir ao profeta que estava em Siló, chamado Aías; visto que se ela fosse sem o disfarce ele temia não ser atendido pelo profeta.

Todavia mesmo disfarçada ela foi reconhecida, porque o Deus vivo e verdadeiro de Israel, revelou ao profeta, que já estava com a sua visão escurecida, mas dos olhos de Deus ninguém se esconde.

 

A máscara caiu, e a sentença foi dada.

Não adianta tenta disfarçar nem fingir o que não é diante de Deus, um dia Deus terá um encontro com essas pessoas que estão disfarçadas de cristãos, por trás de uma capa e brincando de ser crente.

Deus tolera por um tempo e dá oportunidade para essas pessoas se decidirem, caso insistam no fingimento, no disfarce e na hipocrisia; Deus vai agir, tirando as máscaras de muitos, e a verdadeira identidade será revelada.


As máscaras vão cair.

São muitos disfarçados de pastores, mas são lobos devoradores.

São muitos disfarçados de homens de Deus, com títulos de grandes pregadores e cantores, mas que na verdade são caças níqueis e estão interessados e comprometidos com uma boa conta bancária.

São muitos disfarçados de grandes líderes de igrejas, e manipulam grandes massas, fazendo do povo negócio e omitindo o verdadeiro Evangelho.

Mas, as máscaras estão caindo e vão cair, o disfarce não vai permanecer por muito tempo, Deus tem pressa em revelar quem são os falsos.

Está escrito: O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos (Sl.101.7).

É tempo de deixar o fingimento, a malícia, o engano, a hipocrisia e o disfarce, e se voltar para Deus com um coração verdadeiro e sincero.

Se o pecado oculto não deixasse consequências, poderíamos pecar deliberadamente, sem o temor de pagarmos o preço pelos nossos erros. Isto conduziria a humanidade ao caos.

É preciso haver o temor (fobos), para que haja obediência.

Por que será que em apenas um mês do estabelecimento da Lei Seca, os acidentes de trânsito foram reduzidos notavelmente?

O que faz com que um aluno se prepare com tanto afinco para um teste final na escola, ou na faculdade?

Com certeza é o temor das consequências.


Rev. Renato Prates

Editado por: Joel Silva

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