Série Berkhof - Lição 14

 

V. Os atributos de Deus em geral

 



Ah, Senhor Deus, eis que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder...” (Jeremias 32.17)

No estudo da teologia aprendemos que atributos de Deus são as qualidades ou características atribuídas a ele, a partir do ensino da Escritura Sagrada. Esses atributos são divididos em duas categorias principais: atributos comunicáveis e atributos incomunicáveis.

Os atributos incomunicáveis são aqueles que afirmam a grandeza e a majestade absolutas de Deus. E pertencem somente a Deus, não tendo sido compartilhados com a humanidade. São atributos que se referem às características intrínsecas e inerentes à natureza de Deus. Alguns exemplos são onipotência, onisciência, onipresença, imutabilidade e eternidade.

Quanto aos atributos comunicáveis são assim chamados porque, de alguma forma, são comunicados, compartilhados com os seres humanos e também porque são reflexo do caráter de Deus e que podem ser experimentados e vivenciados por nós. Alguns exemplos desses atributos são amor, bondade, misericórdia, graça, paciência, sabedoria e justiça. Portanto, quando expressamos algumas dessas qualidades em nossa vida, estamos refletindo o caráter de Deus. Estamos espelhando, refletindo a imagem e semelhança de Deus. Se conseguimos ser bons, justos, honestos, pacientes ou santos, tudo devemos a Deus, pois nada disso é inato em nós.

 

A. Avaliação dos Termos Empregados

O nome “atributos” não é ideal, desde que transmite a noção de acrescentar ou consignar alguma coisa a alguém, e, portanto, pode criar a impressão de que alguma coisa é acrescentada ao Ser Divino. Indubitavelmente o termo “propriedade” é melhor, no sentido de indicar algo que é próprio de Deus e de Deus somente. Naturalmente, dado que alguns dos atributos são comunicáveis, o caráter absoluto do proprium é enfraquecido, pois, naquela extensão, alguns dos atributos não são próprios de Deus no sentido absoluto da palavra. Mas, mesmo que este vocábulo sugere uma distinção entre a essência ou natureza de Deus e aquilo que lhe é próprio.

De modo geral, é preferível falar das “perfeições” ou “virtudes” de Deus, com o definido entendimento, porém de que, neste caso, o termo “virtudes” não é empregado em sentido simplesmente ético.

 

Agindo assim:

(a) seguimos o uso da Bíblia, que emprega o termo arete, traduzido por virtudes ou excelências em 1 Pe 2.9; e

(b) evitamos a idéia de que alguma coisa é acrescentada ao Ser de Deus. Suas virtudes não são adicionadas ao Seu Ser, mas, antes, o Seu Ser é o pleroma de Suas virtudes e nestas se revela. Os atributos de Deus podem ser definidos como as perfeições que constituem predicados do Ser Divino na Escritura, ou que são visivelmente exercidas por ele em Suas obras de criação, providência e redenção.

Se continuamos a empregar o nome “atributos”, é porque é comumente utilizado, e o fazemos com claro entendimento de que se deve excluir rigidamente a noção de algo acrescentado ao Ser de Deus.

 

 


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