Introdução ao Estudo da Teologia
Definição
Etimológica: O termo
teologia foi criado pelo grego Ferécides. O termo é extraido de dois vocábulos
gregos a saber:
Theos: Significa Deus
Logia: Significa tratado ou
Estudo sobre Deus
Sendo assim, Teologia é um
estudo ou tratado sobre Deus.
Definição
Técnica: Teologia
é a ciência de Deus e das coisas divinas baseada na revelação feita ao homem
por meio de Jesus Cristo e sistematizada em seus vários aspéctos no ãmbito da
igreja cristã ( William Burtom Pop ). A teologia como ciência tem como
principal objeto de estudo o Sr. Deus. ela parte do princípio de que o
conhecimento a respeito do Supremo Ser já tenha revelado. Esta
revelação é o fundamento de todas as afirmações e pronunciamentos teológicos.O
que não foi revelado não pode ser conhecido, estudado ou explicado. A teologia
é a mais elevada reflexão acerca de Deus quando é biblicamente conservadora.
A
teologia abrange vários ramos, vejamos:
a. Teologia
exegética - Exegética vem da palavra grega que significa extrair.
Esta teologia procura descobrir o verdadeiro significado das Escrituras.
b. Teologia Histórica - Envolve o Estudo da História da Igreja e o desenvolvimento da interpretação doutrinária.
c. Teologia Dogmática - É o estudo das verdades fundamentais da fé como se nos apresentam nos credos da igreja.
d. Teologia
Bíblica - Traça o progresso da verdade através dos diversos livros da Bíblia e
descreve a maneira de cada escritor em apresentar as doutrinas mais
importantes.
A
Teologia Bíblica está dividida em duas partes:
· Teologia
Bíblica do Antigo Testamento.
· Teologia
Bíblica do Novo Testamento.
e. Teologia Sistemática - Neste ramo de estudo os ensinamentos concernentes a
Deus e aos homens são agrupados em tópicos. AS PRINCIPAIS DOUTRINAS
SÃO:
· Doutrina
de Deus
João 7 16 -
17 Respondeu-lhes Jesus: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me
enviou. Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, há de saber se a doutrina é
dele, ou se eu falo por mim mesmo
A
Existência de Deus
A Natureza
de Deus
Os
Atributos de Deus
·
Doutrina de Cristo
Mateus 1:
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe,
desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do
Espírito Santo.
Natureza de
Cristo
Os Ofícios
de Cristo
A Obra de
Cristo
·
Doutrina do Espírito Santo
Romanos 8:
11 E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em
vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de vivificar também os
vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.
A Natureza
do Espírito Santo
O Espírito
Santo no Antigo Testamento
O Espírito
Santo em Cristo
O Espírito
Santo no Cristão
Os Dons do
Espírito
·
Doutrina dos Anjos
Hebreus 1:
13 - 14 Mas a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha direita até
que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés? Não são todos eles
espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a
salvação?
Sua
Natureza
Sua
Classificação
Seu caráter
Sua Obra
Reino das
trevas
·
Doutrina do Homem
Mateus 19:
4 Respondeu-lhe Jesus: Não tendes lido que o Criador os fez desde o
princípio homem e mulher,
A Origem do
Homem
A Natureza
do Homem
A Imagem de
Deus no Homem
·
Doutrina da Salvação
Romanos 3:
24 sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção
que há em Cristo Jesus,
A Natureza
da Salvação
Justificação
Regeneração
Santificação
·
Doutrina da Igreja
Atos 11:
22 Chegou a notícia destas coisas aos ouvidos da igreja em Jerusalém; e
enviaram Barnabé a Antioquia;
A Natureza
da Igreja
A Fundação
da Igreja
As
Ordenanças da Igreja
A
Organização da Igreja
·
Doutrina do Pecado
Rm 3.23 -
Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus.
Origem do
Pecado
A natureza
Consequências
·
Doutrina das Escrituras
2 Tm 3.16 -
Pois toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a
verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de
viver.
A
necessidade das Escrituras
A
inspiração
Os
materiais
·
Doutrina das Últimas Coisas
Mateus 24:
3 E estando ele sentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus
discípulos em particular, dizendo: Declara-nos quando serão essas coisas, e que
sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo.
Sinais da
Vinda de Jesus
Arrebatamento
da Igreja
Tribunal de
Cristo
Bodas do
Cordeiro
Grande
tribulação
Milênio
Juízo do
Trono Branco
1. Objetivos
da Teologia
1. Demonstrar a
existência de Deus
O
mundo revela-se imperfeito, por isso não pode ter em si a causa do seu ser e do
seu operar. Logo, deve-se remontar à um ser perfeito, Deus, que é, sem dúvida,
o criador do mundo que Ele tira do nada. Conclui-se, então, que a finalidade
primeira da Teologia é demonstrar a existência de Deus, posto que provada já
está e dispensa qualquer esforço nesta direção, e produzir conhecimento correto
da sua personalidade e do seu caráter.
2. Explicar o Homem
e sua queda
Entre
as coisas criadas, o ser humano merece destaque especial em razão das
peculiaridades curiosas e impressionantes do seu existir. Sendo assim, a
Teologia procura explicar quem é, o que é e para
quê o homem, demonstrando e explicando suas peculiaridades
existenciais e buscando sempre sua origem primeira e seu fim último.
Nessa
busca, a mais drástica constatação em conexão ao homem, e que produz
conseqüências tanto no presente, quanto no futuro, é sua queda. Portanto, deve
a Teologia explicar a origem, a extensão e a natureza dessa queda.
3. Explicar a
restauração
A
constatação da queda leva a uma necessidade: a de restauração. Esta necessidade
depreende-se do fato que o homem é criatura de Deus e, sendo assim, não deve
ter sido feito para a ruína. Por outro lado, verifica-se o empenho que o homem
tem feito para desvencilhar-se desse problema. Logo, a restauração é uma
necessidade e uma possibilidade e é algo que somente o Criador pode realizar. A
Teologia deve também explicar essa restauração.
4. Explicar
o mundo vindouro e preparar o homem para ele
Existem
evidências da existência de um mundo após a morte, de além-túmulo, e da vocação
inata no homem à eternidade. A Teologia, logo, não poderia furtar-se ao nobre
propósito de explicar esse mundo e de preparar o homem para nele entrar, após
seu desaparecimento da terra, visto que nenhuma outra forma de conhecimento o
pode fazer.
É
neste ponto que a Teologia é superior às demais ciências, pois enquanto estas
lhe dão conhecimento apenas do mundo presente, que é por natureza transitório,
a Teologia torna o homem sábio para a posse da vida eterna, preparando-o para
viver no mundo vindouro.
2. Fontes da Teologia
As
fontes da Teologia são os lugares de onde ela retira seus dados. Eles estão,
praticamente, em todos os lugares, mas de forma desordenada, não sistemática.
São necessários esforço mental, disciplina, clareza, perspicácia e paciência
tanto na coleta, como na análise e classificação dos dados. Geralmente são
reconhecidos a natureza, o homem, a sociedade, a história, as ciências, as
Escrituras Sagradas e a Igreja como fontes autorizadas da Teologia. Neste
curso, abordaremos a NATUREZA, as ESCRITURAS e a IGREJA.
1. A Natureza
No
que concerne a existência e aos principais atributos de Deus, a natureza é a
primeira fonte. Teólogos e cientistas naturais estão de acordo neste aspecto.
Davi declarou que "os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento as
obras de suas mãos" (Sl 19.1). Paulo ensinou aos cristãos de Roma que
Deus, seu poder, sua divindade e suas atividades são claramente vistos e
entendidos por meio das coisas que Ele criou (Rm 1.18-20).
2. As
Escrituras Sagradas
O
mundo antigo conheceu muito sobre Deus, através de revelações pessoais que
fazia a muitos homens. Mas a tradição corrompeu as informações daquelas
revelações. Por isso, Deus nos deu uma revelação escrita, perene e infalível:
as Escrituras Sagradas, ou Bíblia. Nelas Deus revela ao homem tudo quanto
precisa saber a seu respeito, ao passado e ao futuro, permitindo-lhe uma
compreensão do presente e uma perspectiva do futuro.
Nenhum
esforço humano foi capaz de produzir conhecimento completo de Deus, pelo que
Deus mesmo tomou a iniciativa de revelar-se por meio de sua Palavra. As
Escrituras se constituem na fonte mais clara, precisa e completa de
conhecimento teológico; constituem-se na "fonte por excelência" e no
fundamento principal da Teologia.
3. A Igreja
A
comunidade das pessoas que professam Fé em Jesus Cristo e que
procedem nesta vida conforme seus ensinos, esta é a Igreja. Este é um fato
teológico dos mais ricos e que mais têm inquietado aqueles que negam a
existência de Deus. Todo o labor teológico de forma metódica e sistemática tem
sido desenvolvido em função da existência da Igreja. Nestes dois mil anos de
vida terrena, nos quais tem sofrido os mais cruentos ataques dos inimigos e dos
quais tem saído vencedora absoluta, a Igreja tem muito que dizer e ensinar
àqueles que se dedicam ao estudo das verdades divinas.
Como
ela tem sobrevivido em meio a tantas lutas, e como tem conservado intactas suas
doutrinas cardeais (que são suas crenças fundamentais) só pode ser explicado
pelo fato de que o Deus no qual crê é real e amigo dos que se aproximam dEle.
Vale recordar as palavras do Mestre excelente: "(...) edificarei a minha
igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt
16.18). O conhecimento expressado nas Escrituras é plenamente
experimentado pela Igreja, tornado real, prático e posto mais facilmente ao
alcance de todos. Se alguém desejar conhecer a Deus e saber como alcançar seu
favor, é só se envolver com a Igreja. As
Escrituras declaram que ela é a agência de Deus na terra. Portanto, é uma preciosíssima fonte.
3. A HISTÓRIA DA TEOLOGIA
Analisaremos
o processo progressivo da Teologia, no transcorrer da história.
a. O Período Patrístico
- 100 A 451 DC
TEÓLOGO E
SUA CONTRIBUIÇÃO:
· JUSTINO
MÁRTIR (C100 – C165 DC) Apologia em defesa da fé cristã frente ao paganismo.
· IRINEU
DE LION (C130 – C200 DC) Apologia da fé cristã em face do gnosticismo.
· ORÍGENES
(C185 –C254 DC) Apologista.
Contribuição
em duas áreas: Interpretação alegórica e Cristologia (heresia
ariana)
· TERTULIANO
(C160 – C225 DC) Pai da teologia latina.
Unidade do
VT E NT
Bases da
doutrina da trindade.
Suficiência
das Escrituras.
· ATANÁSIO
(C296 – C373 DC) Cristologia – a Encarnação.
b. A Idade Média.
Durante a Idade Média, o estudo bíblico esteve completamente subordinado ao
dogma eclesiástico. A teologia Bíblica foi usada apenas para reforçar os
ensinos dogmáticos da Igreja, os quais eram fundamentados na Bíblia e na
tradição da Igreja. A Bíblia era interpretada pela tradição
histórica e a Igreja a considerava como fonte da teologia dogmática.
c. A Reforma. Os
reformadores reagiram contra o caráter não Bíblico da teologia dogmática e
insistiram em que a teologia deve estar fundamentada apenas na Bíblia. Berkhof
diz que o lema dos reformadores era: "A Igreja não determina o
que as Escrituras ensinam, mas as Escrituras determinam o que a Igreja deve
ensinar". O princípio fundamental era: "Scriptura Scripturae
interpres, isto é, a Escritura é intérprete da Escritura".[1]
d. Escolasticismo
Ortodoxo. Os resultados obtidos pelos estudos históricos da Bíblia,
realizados pelos reformadores, logo perderam-se no período
imediatamente após a reforma, e a Bíblia foi mais uma vez utilizada sem uma
perspectiva crítica e histórica, para servir de apoio à doutrina ordotoxa. A
história foi completamente absorvida pelo dogma e a filologia tornou-se um ramo
da dogmática.
e. A TEOLOGIA
MODERNA (C1750 DC ATÉ OS DIAS ATUAIS)
A
Interpretação das Escrituras na Modernidade:
Impacto do
Iluminismo na Interpretação da Bíblia
Ø Rejeição dos Relatos Miraculosos.
Os relatos bíblicos envolvendo a atuação miraculosa de Deus como a criação do
mundo, os milagres de Moisés, etc, passaram a ser desacreditados e
frequentemente explicado como naturais. Já que milagres não existem, segue-se
que foram fabricações do povo de Israel e depois da Igreja, que atribuem a
eventos sobrenaturais coisas que nunca aconteceram historicamente.
Ø Erros nas Escrituras - A
reação contra o dogmatismo que, segundo os racionalistas, havia prevalecido no
período do escolasticismo da pós Reforma, se fez sentir especialmente na área
da interpretação das Escrituras. Estudiosos racionalistas começaram a insistir
que o "dogma" da inspiração divina da Bíblia deveria ser deixado fora
da exegese, para que a mesma pudesse ser feita de forma "neutra".
Eram contra qualquer dogma em geral como pressuposto de leitura da Bíblia, pois
entendiam que todas as convicções de caráter teológico tendem a viciar os
resultados da pesquisa bíblica. Eram especialmente contrários à doutrina da
inspiração pois a mesma impedia que a Bíblia recebesse tratamento crítico, como
um livro humano.
Ø Mito - O conceito de
"mito" começa a ser aplicado aos relatos miraculosos do Antigo e Novo
Testamentos. Mito era a maneira pela qual a raça humana, em tempos primitivos,
articulava aquilo que não conseguia compreender. Segundo os intérpretes
críticos, as fontes que os autores bíblicos usaram estavam revestidas de mitos.
Surge o termo "alta crítica" para se referir à essa tarefa de
"criticar" o relato bíblico e "limpá-lo" dos acréscimos
mitológicos. Outros estudiosos preferiram usar o termo "saga" para se
referir às lendas criadas por Israel sobre suas origens e pela Igreja
apostólica sobre Jesus.
Ø Separação dos Dois Testamentos
- Houve ainda uma reação dos estudiosos críticos contra a
interpretação do Antigo Testamento feita do ponto de vista do Novo, que era a
interpretação cristológica defendida e desenvolvida pêlos Reformadores.
Argumentavam que não se podia usar o Cristianismo como pressuposto para
entendimento dos escritos do Antigo Testamento, o qual deveria ser
lido como um livro judaico. Os críticos insistiam na separação dos Testamentos
para que o Antigo pudesse ser lido sem a interferência do Novo e para que o
Novo fosse lido sem a interferência das doutrinas e dogmas da
Igreja.
Ø A Pluralidade da Verdade
- O pensamento pós-moderno rejeita o conceito da modernidade de que
existam verdades absolutas e fixas. Toda verdade é relativa e depende do
contexto social e cultural onde as pessoas vivem. Isso inclui verdades
religiosas.
Ø A Defesa do
Inclusivismo - O pós-modernismo busca uma sociedade
pluralista, onde haja convivencia amigável entre visões diferentes e opostas.
Isso é pluralismo inclusivista. Espera-se que as opiniões
cedam umas as outras, particularmente aos pontos-de-vista marginalizados que
foram calados por gerações pelas vozes dominantes da sociedade.É o caso do
ponto-de-vista feminista, dos homossexuais, das minorias| das culturas
desprezadas. Isso abriu o campo para as hermeneuticas das minorias, como a
hermenêutica feminista, a hermenêutica da raça negra e a hermenêutica
homossexual.
Ø O Conceito do "Politicamente
Correio" - Nessa sociedade pluralista e inclusivista, a opinião e
as convicções têm de ser respeitadas — algo com que o cristão bíblico, a
principio concordaria. Mas, para os pluralistas, a razão para esse
"respeito' é que a opinião de um é tão verdadeira quanto a opinião do
outro.
4. Tendências Contemporâneas
5.1.
Teologia Católica
A
Igreja Católica defende o uso da teologia enquanto ciência ou estudo racional, mas
assente sempre na obediência à fé, que estuda sistematicamente e com
método a Revelação divina na
sua totalidade, que está compilada na chamada Tradição. A Tradição tem uma parte oral e
uma parte escrita que está centrada na Bíblia. As conclusões da Teologia faz
evoluir a compreensão e definição da doutrina
católica.
Os métodos
usados, os tópicos estudados e as suas disciplinas são semelhantes às outras
teologias das principais confissões
cristãs, algo que tem muito a ver com a sua base comum. Mas a sua
interpretação das verdades reveladas e posterior definição das doutrinas
apresentam diferenças em relação às suas congéneres cristãs, nomeadamente na
questão da veneração dos santos e da Virgem Maria, dajustificação, da infalibilidade e primazia do Papa, da noção de verdadeira Igreja de Cristo, da composição dos cânones da Bíblia e da validade da Tradição oral.
5.2.
Teologia Protestante
Entre
os fundadores da teologia protestante estão alguns conhecidos como Lutero, Calvino, Zwinglio e Melanchton. Suas teologias
são como um documento original de fé para os evangélicos ou, pelo menos,
deveriam ser.
O
conteúdo doutrinal da teologia protestante é o resultado da aplicação
sistemática e coerente do princípio que a salvação deriva imediatamente,
diretamente e exclusivamente de Deus. Eliminando, desta forma, qualquer
intermediário possível que não seja Cristo. A salvação é pela fé na palavra de
Deus e o batismo é o atestado do seu perdão. Através deste, os cristãos fazem
parte da comunidade dos salvos, isto é, a igreja, que conforme Lutero “é o lugar em que a Palavra de
Deus é pregada e ouvida e em que os sacramentos são administrados segundo a
instituição de Cristo". As boas ações mostram a
transformação e as ações do Espírito Santo nas vidas.
Quanto a forma, a teologia protestante dos
fundadores tinha caráter bíblico e assistemático. Condenava o uso da razão na
teologia e a utilização da filosofia na interpretação bíblica. Acreditava que a
razão era uma prostituta, filha de Satanás e corrompida, por isso era
absolutamente incapaz de conhecer a Deus e entender as realidades espirituais.
Mas cria no racionalismo como sendo a principal causa da corrupção bíblica.
Para os fundadores a forma de tornar à pureza original era libertar o evangelho
da filosofia.
5.3.
Teologia da Libertação
A teologia
da libertação é uma corrente teológica que engloba diversas teologias
cristãs[1]desenvolvidas
no Terceiro Mundo ou
nas periferias pobres do Primeiro Mundo a partir dos anos 70
do século XX, baseadas na
opção preferencial pelos pobres contra a pobreza e pela sua libertação.
Desenvolveu-se inicialmente na América Latina.
Estas
teologias utilizam como ponto de partida de sua reflexão a situação de pobreza eexclusão social à
luz da fé cristã.
Esta situação é interpretada como produto de estruturas econômicas e
sociais injustas, influenciada pela visão das ciências sociais,
sobretudo a teoria da dependência na
América Latina, que possui inspiração marxista.
A
situação de pobreza é denunciada como pecado estrutural e estas
teologias propõem o engajamento político dos cristãos na construção de uma
sociedade mais justa e solidária, cujo projeto identifica-se com ideais da esquerda. Uma
característica da Teologia da Libertação é considerar o pobre, não um objeto de
caridade, mas sujeito de sua própria libertação. Assim, seus teólogos propõem
uma pastoral baseada
nas comunidades eclesiais de base, nas quais os cristãos das
classes populares se reúnem para articular fé e vida, e juntos se organizam em
busca de melhorias de suas condições sociais, através da militância no movimento social ou através da política, tornando-se protagonistas do
processo de libertação. Além disto, apresentam as Comunidades Eclesiais de Base como
uma nova forma de ser igreja, com forte vivência comunitária, solidária e
participativa.
Por
seu método e opções políticas, trata-se de uma teologia extremamente
controversa, tanto pelas suas implicações nas igrejas quanto na sociedade. A
partir dos anos 1980, com a redemocratização das sociedades latino-americanas e
a queda
do muro de Berlim com consequente crise das esquerdas e as
transformações sociais e econômicas provocadas pelaglobalização e o
avanço do neoliberalismo esta
teologia perdeu parte de sua combatividade política e social.
5.4.
Teologia da Prosperidade
Teologia
da prosperidade, também
conhecida como confissão positiva, palavra da fé,movimento da fé e evangelho
da saúde e da prosperidade, é um movimento religioso surgido nas
primeiras décadas do século XX nos Estados
Unidos da América. Sua doutrina afirma, a partir da interpretação de
alguns textos bíblicos como Gênesis 17.7, Marcos 11.23-24 e Lucas 11.9-10, que
os que são verdadeiramente fiéis a Deus devem desfrutar de uma excelente situação na
área financeira, na saúde, etc.
O
pioneiro desse movimento foi o estado-unidense Essek. M Kenyon, enquanto o maior
divulgador foi Kenneth Hagin, que
influenciou a muitos pregadores nos Estados Unidos que ganharam
reconhecimento mundial, como Kenneth Copeland, Benny Hinn, David (Paul) Yonggi Cho,
entre outros. A Partir dos anos 70 e 80, a teologia da prosperidade se estendeu
a muitos paises, incluindo Portugal, onde se
destacou Jorge Tadeu, fundador
da Igreja Maná, e também o Brasil. Ao longo dos anos essa doutrina foi abraçada
principalmente por igrejas neo-pentecostais.
No Brasil, as maiores igrejas desse movimento são a Igreja Universal do Reino de Deus,
do Bispo Macedo, aIgreja Internacional da Graça de
Deus, do Missionário R.R. Soares, a Igreja Mundial do Poder de Deus,
fundada pelo Apóstolo Waldemiro
Santiago, também dissidente da Igreja Universal, a Igreja Apostólica Renascer em Cristo,
fundada pelo casal Estevam e Sônia Hernandes, além
da Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo, de Valnice Milhomens
5.5.
Teologia da Esperança
Escatologia é identica à doutrina da esperança
cristã, que abrange tanto aquilo que se espera como o ato de esperar, suscitado
por esse objeto. O cristianismo é total e visceralmente escatologia, e não só
como apêndice, ele é perspectiva, e tendência. Jürgen Moltmann foi o
criador da Teologia da Esperança. Em sua teologia ele aborda a escatologia,
onde a esperança tem seu objetivo cumprido. Segundo seu conceito, a esperança
cristã é criativa: “Nós não somos só interpretes do futuro, mas já os colaboradores
do futuro, cuja força, na esperança como na realização, é Deus”.
Jürgen Moltmann inspirou-se na Filosofia da
Esperança de Ernest Bloch. Aplicando à escatologia a categoria de futuro de
Bloch, ele desejava uma renovação na teologia cristã e na praxis da comunidade
cristã.
Jürgen Moltmann é o teólogo que articula um
projeto de teologia escatológica desenvolvida como doutrina da esperança e da
praxis da esperança. Em 1964 Jürgen Moltmann publicou sua Teologia da Esperança
contendo como subtítulo Pesquisa Sobre os Fundamentos e Sobre as Implicações de
uma Escatologia Cristã. Esta obra vem, segundo o teólogo holandês J. M. Jong,
abalar os campos teológicos bartiano e bultimaniano. “A obra enunciava o
principio teológico da primazia da esperança e traçava as linhas de uma cristologia
escatológica e de uma eclesiologia messiânica” .
A Teologia da Esperança baseia-se na
Ressurreição do Cristo crucificado. A cruz, que representa os nossos
sofrimentos, mostra a profundidade da esperança cristã. A cruz tem sua
importância, porém, na cristologia escatológica de Jürgen Moltmann, é um estado
intermediário do caminho de Cristo.
Enquanto a cristologia tradicional está
voltada para o passado, a cristologia de Jürgen Moltmann está voltada para um
futuro em Cristo. Esse futuro de Cristo traz algo radicalmente novo sem estar
separado da realidade presente, isto é, como um futuro “virtual”, ele exerce
influência sobre o presente despertando esperanças. A esperança cristã espera
do futuro de Cristo algo novo que ainda não ocorreu, espera que se cumpra em
todos a justiça de Deus que foi prometida por meio de para frente e, por isso
mesmo, renovação, e transformação do presente. Em todo o Novo Testamento, a
esperança cristã se dirige para o ainda não visível, o "esperar contra a
esperança" que julga o visível e experimentável como uma realidade
abandonada por Deus e a ser superada.
A esperança cristã é uma esperança de
ressurreição e demonstra sua verdade pela contradição entre o presente e o
futuro por ela visualizado, futuro de justiça contra o pecado, de vida contra a
morte, de glória contra o sofrimento, de paz contra a divisão. É nessa
contradição que a esperança deve mostrar sua força.
Muito mais significativo é apresentar a
esperança como o fundamento e a mola mestra do pensamento teológico em geral e
introduzir as perspectivas escatológicas na afirmações sobre a revelação de
Deus, sobre a ressurreição de Cristo, sobre a missão da fé e sobre a história. A
ressurreição é a prefiguração do algo novo que há de vir.
5.6.
Teologia Neo-Pentecostal
O Neopentecostalismo é
uma vertente do evangelicalismo que congrega
denominações oriundas do pentecostalismo clássico ou mesmo das
igrejas cristãs tradicionais (batistas, presbiterianos, etc). Surgiram sessenta
anos após o movimento pentecostal do início do século XX (1906, na Rua Azuza), ambos
nos Estados
Unidos da América.
Em alguns
lugares são chamados de carismáticos, tendo como exceção oBrasil, onde essa nomenclatura é reservada quase
exclusivamente para um movimento dentro da Igreja Católica chamado Renovação Carismática Católica,
mas aos poucos o termo vem sendo resgatado por pentecostais e neopentecostais
no País.
No Brasil,
as igrejas mais representativas dessa corrente são a Igreja Universal do Reino de Deus,
a Igreja Internacional da Graça de
Deus, aIgreja Renascer em Cristo,
a Igreja Mundial do Poder de Deus a Comunidade Evangélica Sara Nossa
Terra a Igreja Batista Nacional e
oMinistério Internacional da
Restauração.
As igrejas
neopentecostais se baseiam em uma doutrina conhecida como "confissão
positiva", também chamada Teologia
da Prosperidade. De acordo com o Dictionary Of Pentecostal And
Charismatic Movements (Dicionário dos Movimentos Pentecostal e
Carismático), "Confissão positiva é um título alternativo para a teologia
da fórmula da fé ou doutrina da prosperidade promulgada por vários
televangelistas contemporâneos, sob a liderança e a inspiração de Essek William
Kenyon. A expressão "confissão positiva" pode ser
legitimamente interpretada de várias maneiras. O mais significativo de tudo é
que a expressão "confissão positiva" se refere literalmente a trazer
à existência o que declaramos com nossa boca, uma vez que a fé é uma confissão.
De acordo
com Paulo Romeiro, em seu
livro "Super Crentes, o Evangelho segundo Kenneth Hagin, Valnice Milhomens e os Profetas da
Prosperidade ", é a corrente doutrinária que ensina que uma vida medíocre
do cristão indica falta de fé. Assim, a marca do cristão cheio de fé e
bem-sucedido é a plena saúde física, emocional e espiritual, além da
prosperidade material. Pobreza e doença são resultados visíveis do fracasso do
cristão que vive em pecado ou que possui fé insuficiente.
Outros
ensinamentos comuns em igrejas neopentecostais são a batalha espiritual
(confronto espiritual direto com os demônios), maldições hereditárias,
possessão de crentes (domínio demoníaco sobre as pessoas, resultando em doenças
ou fracasso), etc. Justamente a ênfase que as denominações neopentecostais dão
a esses ensinos que as levam a ser bastante criticadas pelas demais
denominações protestantes. Segundo os críticos, o sucesso do movimento teria
seu fundamento na pulverização teológica promovida por Mary Baker depois por
Essek William Kenyon ao misturar o gnosticismo das religiões metafísicas com o cristianismo pentecostal.
“CONHEÇAMOS
E PROSSIGAMOS EM CONHECER AO SENHOR NOSSO DEUS”.
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