“Porque um menino nos nasceu, um filho
se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será
Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz...” (Isaías 9:6)
São basicamente esses títulos específicos
atribuídos a Jesus que merecem uma consideração especial. Eles descrevem em
parte suas naturezas, em parte sua posição oficial, e em parte a obra pela qual
veio ao mundo.
Os nomes de Cristo
Jesus. O nome Jesus é a forma grega do
hebraico Jehoshua, Joshua ou Jeshua. A opinião comum é que deriva de um termo
cuja raiz indica salvar.
Cristo. É o nome oficial do Messias. É o equivalente de Mashiach do Antigo Testamento. Significa “o ungido”. Normalmente os reis o os sacerdotes eram ungidos na antiga dispensação. O óleo utilizado na consagração simbolizava o Espírito de Deus e a unção representava a transferência do Espírito Santo para a pessoa consagrada.
Filho do homem. Este nome é encontrado em Sl
8.4 e Dn 7.13. Era a maneira mais comum de Jesus tratar-se a si próprio. Algo
óbvio no nome é que ele identifica Jesus com a humanidade. Este fato fez com
que alguns sugerissem que este nome “ocultava” justamente o caráter messiânico
de Jesus. De acordo com Berkhof (2012, p. 288):
O Dr. Vos é de opinião que provavelmente Jesus preferiu este nome porque ele fica bastante afastado de toda e qualquer prostituição judaica do ofício messiânico. Chamando-se a si próprio Filho do homem, Jesus infundiu à messianidade o seu espírito centralizado nas realidades celestiais. E as alturas a que assim ele elevou a sua pessoa e a sua obra bem podem ter tido algo a ver com a hesitação dos seus primeiros seguidores quanto a chamá-lo pelo mais celestial de todos os títulos.
Filho de Deus. O nome Filho de Deus foi aplicado no Antigo Testamento de diversas maneiras. Foi aplicado à Israel, serviu aos oficiais de Israel, principalmente ao rei que descenderia de Davi, os anjos também receberam tal denominação e pessoas piedosas em geral. No Novo Testamento vemos Jesus apropriando-se do nome que aparece em quatro sentidos: a) No sentido oficial ou messiânico, o Messias pode ser chamado Filho de Deus como herdeiro e representante de Deus, b) No sentido trinitário, às vezes o nome é utilizado para mostrar a divindade essencial de Cristo, c) No sentido natalício, Jesus é chamado Filho de Deus em virtude de seu nascimento sobrenatural, d) No sentido ético-religioso, é neste sentido que filho de Deus é aplicado aos crentes do Novo Testamento.
Senhor. O nome “Senhor” (Kurios) é aplicado
no Novo Testamento a Jesus de forma tríplice. Num primeiro momento indicando
uma forma polida e respeitosa de tratamento. Depois, como expressão de posso e
autoridade sem nada implicar com o caráter e autoridade divinos de Jesus. Por
fim, com a máxima conotação de autoridade, expressando um caráter exaltado e,
de fato, praticamente equivalendo ao nome Deus.
Após estes pequenos comentários sobre os nomes
atribuídos a Jesus podemos agora falar um pouco sobre sua natureza. O fato é
que a pessoa singular de Jesus Cristo causou uma enorme dificuldade de
“definição”. Afinal, quem era Jesus? Afirmar que era apenas um homem seria um
equívoco, bem como identificá-lo apenas como o Senhor. A igreja desde muito
cedo entendeu que Jesus deveria ser compreendido como verdadeiro homem e
verdadeiro Deus. O Concílio de Calcedônia (451) cristalizou esta opinião da
igreja. Não por ela ter compreendido completamente este mistério, mas porque
não admitia os visíveis erros em limitar a natureza de Jesus a um dos extremos.
Seria mais correto consolidar a dupla natureza de Jesus em conformidade com as
evidências escriturísticas.
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