Quem é Jesus?

 

Quem é Jesus? 



A pergunta sobre quem é Jesus tem intrigado a humanidade há quase dois mil anos. As opiniões dividem-se nas mais diversas categorias possíveis. Alguns o consideram um simples homem caridoso, outros, o próprio Deus. Um grupo propôs a ideia de que tal figura nem mesmo tenha existido historicamente, contudo, tal opinião não resistiu às evidências e caiu em descrédito.

Um fato não pode ser negado: a personalidade humilde e ao mesmo tempo imponente de Jesus influenciou, de certa forma, toda a humanidade.

Em cada época, o homem descobriu veios inesgotáveis de criatividade no Novo Testamento e, se os primeiros seguidores de Jesus Cristo eram simples pescadores galileus, depois, prostraram-se diante de sua cruz os espíritos mais elevados de todos os povos. A sua revelação iluminou o pensamento de Agostinho e de Pascal. O amor a ele fez surgirem os maciços das catedrais levantados pelas mãos do homem, guiou o estro criativo de poetas e artistas, suscitou as harmonias de sinfonias e corais. A imagem do Filho do Homem inspirou as obras de um Andrei Rublev, de Michelangelo, de Rembrandt. No alvorecer do Terceiro Milênio, o Evangelho, que narra a vida terrena de Cristo, está traduzido em mais de mil e quinhentos idiomas e lido em todo mundo. (VIDA CRITÃ, 2012 apud TEOLOGIA SISTEMÁTICA, 2014).

Ele também é reconhecido, à priori, sempre por qualidades boas. É misericordioso, conselheiro, perdoador e pacifista. Qualidades recomendadas e seguidas por seus discípulos.

No entanto, além das aparências e da fama somos convidados constantemente a conhecer quem de fato é Jesus Cristo, pois Ele deixou claro que suas declarações são de grande importância espiritual. Ele assumiu a responsabilidade de que poderia dar “descanso a toda alma sobrecarregada”, disse que era “o caminho, a verdade e a vida” além da máxima afirmação de ser o próprio filho de Deus. A crença em Cristo é decisiva quanto à salvação. “Quem crê já está salvo, mas quem não crer, sobre ele permanece a ira divina”.

Deste modo, temos uma missão a nível individual que envolve uma tomada de decisão. Somos instados a responder à sua chamada, pois certamente Jesus está perguntando a cada um de nós: “quem sou eu para você”?

 

1.1- O que torna Jesus tão peculiar?

O que torna Jesus tão peculiar? Se formos direto ao ponto, talvez seja a afirmação feita por ele mesmo de que seu ser não era como outro qualquer. Na verdade, Jesus declarou que era o próprio Deus! Ficou claro para os ouvintes que suas proclamações o diferenciavam de um simples profeta ou mestre. Ele, em certas ocasiões, fazia alusões claras acerca de sua divindade.

Tal fato torna a pessoa de Jesus sem igual na humanidade. Em certo momento Jesus fez uma pergunta peculiar a seus discípulos: “Quem diz o povo ser o Filho do Homem? (Mt 16.13). A resposta foi que o povo o identificava com Elias, Jeremias ou algum outro profeta. Jesus perguntou aos discípulos, “mas vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16.15). A resposta que agradou ao Senhor foi aquela proferida por Pedro quando disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. (Mt 16.16). Reconhecer Jesus Cristo como o Filho do Deus vivo era aceitá-lo como Messias e como o próprio Senhor. Este foi o objetivo de Jesus e desta maneira ele queria ser reconhecido.

 

1.2- Senhor, mentiroso ou lunático?

Temos apenas três opções para classificar a Jesus, ou ele era Senhor, mentiroso ou lunático. Quais dessas alternativas mais se coadunam com a personalidade dele? Que Jesus afirmou que era o próprio Messias, ou seja, Deus, é evidente. Dentre muitos textos bíblicos mostraremos apenas dois que são bastante objetivos logo, conclusivos.

O primeiro deles situa-se no contexto da conversa que Jesus teve com a mulher samaritana. A certa altura a mulher disse: “Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas”. (Jo 4.25). A resposta foi: “Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.” (Jo 4.26). O Messias era o próprio Emanuel, ou seja, o Deus conosco. Assim, fica claro que Jesus se identificava como o Messias e, portanto, como o próprio Deus. Essa identificação também rendeu a própria morte do Senhor, este seria o outro texto a se analisar: “E o sumo sacerdote lhe disse: Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos diga se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. Então, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou! Que necessidade mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia!” (Mt 26.63-65).

As palavras de Jesus foram interpretadas adequadamente pelo sumo sacerdote. Jesus não se mostrou como uma pessoa qualquer. Nenhum homem comum poderia falar em sã consciência que estaria à destra do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. Este é o tipo de declaração que pode ser encarada como verdade, e neste sentido implica o reconhecimento do senhorio de Cristo. Ou pode ser vista como a fala de um mentiroso. Jesus estaria mentindo? Ele não iria às alturas se assentar à destra de Deus? Não viria nas nuvens? Será que Jesus era um mentiroso?

O tipo de afirmação que Jesus pronunciava exige realmente uma tomada de decisão por parte do ouvinte. Já vimos que ele se identificava como o Messias, como Deus. Assim temos a obrigação de julgar tal afirmação como verdadeira ou falsa, antes de qualquer coisa.

Você pode silenciá-lo, julgando-o tolo; pode cuspir nele e matá-lo, julgando-o um demônio; ou então, cair a seus pés e chama-lo Senhor e Deus. Mas não me venha com tolices condescendentes, afirmando ser ele um grande mestre humanista. Ele não nos deixou esta alternativa. Não era sua intenção fazê-lo. (LEWIS apud MCDOWEL, 1980, p. 23).

Contudo, atribuir mentira a Jesus não se coaduna com o caráter dele. Dizer que Jesus era corrupto, mentiroso ou enganador é uma afronta até para os incrédulos. Logo, podemos assumir que ele não era mentiroso.

Se for inconcebível que Jesus fosse mentiroso, não seria possível que ele pensasse que era realmente Deus, mas que estivesse enganado? Afinal de contas, muitas pessoas são sinceras, mas equivocadas em suas convicções.

Uma pessoa que pensa que é Deus é como alguém que hoje se acredita ser Napoleão. Ela estaria iludida, enganando a si própria, e, provavelmente, seria encerrada num manicômio para não causar maiores danos a si própria ou a outrem. (LEWIS apud MCDOWEL, 1980, p. 27).

Entretanto, em Jesus não vemos nenhuma anormalidade nem sintomas que acompanham que tem alguma insanidade, pelo contrário, seu raciocínio e perspicácia foram sempre rechegados de inteligência, sabedoria e lógica. Jesus conseguiu produzir alguns dos pensamentos mais profundos já registrados neste mundo.

Será que tal intelecto – sempre claro como o cristal, revigorante como o ar da montanha, agudo e penetrante como uma espada, totalmente sadio e vigoroso, sempre pronto, e sempre no perfeito controle de si mesmo – seria ele passível de cometer um engano tão radical e dos mais sérios com relação ao seu próprio caráter e missão? Que pensamento terrível. (SCHAFF apud MCDOWEL, 1980, p. 29).

Novamente temos que admitir que não há como nos convencermos de que Jesus era um louco! Assim, nossa única alternativa seria considera-lo realmente o Messias, o Filho de Deus, o Senhor nosso Deus.

 

1.3- Razões para crer

Queremos trabalhar neste tópico de um modo diferente. Talvez fosse interessante apresentar alguns argumentos em favor da crença em Jesus Cristo. Poderíamos falar da atitude dos discípulos de Cristo, que testemunharam bravamente a respeito de Cristo entregando até mesmo suas próprias vidas por esta causa como ocorreu com os apóstolos e muitos outros mártires no período de perseguição. Poderíamos falar da inusitada conversão de Saulo, o que, corrobora com a realidade do evangelho, uma vez que tal transformação de um perseguidor da igreja em membro, foi tão miraculosa quanto transformar água em vinho. Poderíamos tentar buscar dados e fatos arqueológicos que pudessem evidenciar a história de Jesus em como sua obra, mas não iremos seguir este caminho. Proporemos uma razão para crer baseada em argumentos pressuposicionais.

A apologética pressuposicional baseia-se no fato de termos de escolher um pressuposto inicial para qualquer teoria. Tal pressuposto deve ser axiomático, ou seja, completo em si e que não exija uma demonstração ou prova. Assim, na Matemática, por exemplo, toma-se por axioma o ponto, a reta e o plano. O pressuposicionalismo garante que todos se apropriam de pressupostos. Todos partem de um determinado começo para formar sua cosmovisão a fim de compreender o mundo.

O pressuposto que assumimos é a Palavra de Deus. Não exigimos provas ou argumentações para aceitá-la, simplesmente a tomamos como pressuposto. Tal método se adequa melhor com as exigências da fé, pois não cremos por meio de raciocínios ou provas científicas. Acreditamos basicamente porque a autoridade de Deus está impressa nas declarações. Não deixamos a mente ter a palavra final para aprovar ou reprovar uma mensagem espiritual, não abraçamos ao racionalismo!

Neste sentido, assumindo a palavra de Deus como verdade a mensagem bíblica, portanto, seria suficiente para esclarecer qualquer dúvida sobre a pessoa de Cristo e estabelecer firmemente sua posição como Messias e Senhor.


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