A língua grega

 

A língua grega

 


História da língua grega

A língua grega é um dos membros da grande família de línguas indoeuropéias, que se estende por quase toda a Europa e parte da Ásia, particularmente o Irã e parte da índia. A essa família pertencem, além do grego, outras grandes línguas culturais como o sânscrito e o latim, assim como o armênio, o germânico, o báltico, o eslavo, o albanês e diversas outras línguas menores.

O parentesco entre as línguas mencionadas pode ser observado, por exemplo, nos seguintes vocábulos:

Pai: no grego é pater, no latim pater, no sânscrito pita, no antigo persa pitar, no gótico fadar, no inglês father, no alemão Vater. Mãe: no grego é meter, no latim mater, no sânscrito matar, no báltico mate, no inglês mother, no alemão Mutter.

De acordo com a lingüística comparada, todas essas línguas provêm de uma raiz comum, uma língua que era falada por um primitivo povo que teria habitado na Ásia ocidental. Esse povo teria morado em grandes famílias organizadas segundo o modelo patriarcal, num contexto agropecuário, com firmes convicções monoteístas.

No terceiro milênio antes de Cristo teria começado uma dispersão daquele primitivo povo, o que teria originado também a diversificação da sua língua em vários dialetos e línguas afins.

No segundo milênio antes

de Cristo, uma das tribos indo-européias teria avançado até a península balcânica - seria essa a origem dos gregos.

 

O desenvolvimento da língua dos gregos pode ser dividido em cinco períodos:

1. Periodo formativo

É o período em que foi falado o grego primitivo. Estendeu-se, aproximadamente,

desde 1500 a.C. até 900 a.C. Foi nesta época que também se originaram os três dialetos principais da língua: o dórico, o eólico e o jônico-ático.

2. Periodo classico

Este período, que foi de c. 900 a.C. a c. 330 a.C., tomou-se conhecido graças a famosas obras literárias que aí tiveram origem e foram preservadas até hoje: a Iliada e a Odisseia, atribuídas a Elomero, são os exemplos mais antigos da literatura grega, seguidas mais tarde por obras de Hesíodo, Heródoto e Platão, entre outros. Nesse período, o dialeto que mais se destacou foi o ático. Esse dialeto também chegou a ser a base principal para o grego koine, o grego em que iria ser escrito o NT.

3. Periodo koine

No período que se inicia com as conquistas de Alexandre, c. 330 a.C., e se estende até cerca de 330 d.C., em todo o Império Romano começou a ser usado o grego koine, que significa “comum”. Vamos lembrar que, por volta de 250 a.C. o Antigo Testamento em hebraico foi traduzido para o grego, nascendo assim a famosa Septuaginta (LXX), e o grego utilizado foi justamente o koine. Mais tarde, quando no primeiro século surgiram os escritos do NT, também foi este o grego utilizado na sua redação.

4. Periodo bizantino

Após a divisão do Império Romano, a preservação da cultura grega, e, com ela, da língua, acontecia principalmente em Bizâncio e na Ásia Menor, muito mais do que na própria Grécia. A língua de uso comum naquele período é conhecida pelo nome de grego bizantino, uma continuação do koine. A ampla maioria dos manuscritos do NT grego foram copiados nessa “era bizantina”, que se estendeu até a queda de Bizâncio (Constantinopla) em 1453 d.C.

5. Periodo moderno

O período moderno é considerado a partir da queda do Império Romano oriental. A língua de uso comum nesse período é conhecida pelo nome de grego moderno. E o grego falado hoje nas ruas de Atenas, e representa o estágio atual no desenvolvimento natural da língua desde os antigos gregos até os nossos dias.


 

O Grego do Novo Testamento

Com as conquistas de Alexandre Magno, a cultura grega, e, com ela, a língua, foi levada para todos os povoados do Império Romano. Assim, o grego koine chegou a ser conhecido e utilizado universalmente – muito mais do que o inglês nos dias de hoje. O grego koine era a língua que o povo falava no seu dia-a-dia: foi o grego que Jesus escutou na Galiléia e em Jerusalém, o grego que Paulo usou para pregar em Atenas, Corinto e Roma, o grego que Apoio aprendeu em Alexandria. Era a língua dos instruídos, assim como a língua usada nas ruas e nos mercados; era a língua usada no comércio, tanto quanto na correspondência familiar.

É claro que nem todas as pessoas tinham o mesmo grau de instrução, de maneira que o domínio da língua variava de pessoa para pessoa. Isso também pode ser observado nos escritos do NT. Embora o grego do NT, em termos gerais, se assemelhasse mais ao grego popular, é possível observar uma linguagem mais culta em Lucas e no escritor da carta aos Hebreus, enquanto que a linguagem usada por Mateus e Marcos, e especialmente por João, tem características mais simples.

Temos de lembrar que os escritores que Deus usou para escrever o NT eram judeus, com exceção de Lucas. Estavam familiarizados com a vida religiosa judaica e acostumados a falar um dialeto hebraico chamado aramaico. Quando utilizavam o idioma grego, faziam-no dentro de seu estilo, impregnando-lhe seus traços característicos. Além disso, estavam vivendo num mundo em que o grego koine também estava sofrendo influências do latim, que se propagava pelo Império Romano. Pensando em tudo isso, não é de se surpreender que o grego do NT apresente vestígios de todas essas influências.

Deus utilizou um idioma riquíssimo para registrar a Sua revelação. Valeu-se, para isso, de pessoas que tinham linguagem e estilo particulares, mas que eram todos homens de Deus, que falaram e escreveram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo (cf. 2Pe 1.21).


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