Pela eternidade passada e pela eternidade
futura Deus deseja receber toda a glória de tudo que Ele faz (Êx. 34:14; Isa
42:8; 48:11; Rom. 11:36; I Cor 10:31). Na realidade a ninguém outro, senão a
Deus o Todo Poderoso, é devido toda a glória nos céus e na terra. A glória de
Deus é a prática dos seres celestiais agora (Sal 103:20; Isa 6:1-3) e para todo
o sempre (Apoc 4:11; 5:12).
Essa glória não vem de uma necessidade de Deus
pois Ele não necessita de nenhuma coisa (Atos 17:25) mas é simplesmente um
desejo e direito particular (I Cor 1:26-31; Efés. 2:8-10).
A obediência é abençoada gloriosamente pois ela
glorifica Deus (Rom. 4:20,21). A obediência desejada é entendida tanto antes do
pecado (Gên. 2:16,17) quanto depois (Deut. 10:12,13). Pela obediência da Sua
Palavra, Deus é glorificado. Essa observação contínua é o dever de todo o homem
(Ecl 12:13).
A desobediência da lei de Deus é pecado (I João
3:4; 5:17) e é o que provoca a
separação eterna da presença de Deus (Gên.
2:17; Rom. 6:23). O pecado é uma
abominação tamanha justamente por não intentar
dar glória a Deus (Núm. 20:12,13; 27:14; Deut. 32:51). O pecado é iniqüidade a Deus e em nenhuma
maneira glorioso.
Desde o começo da Sua operação com os homens,
Deus requer uma obediência explícita. Essa
obediência desejada tem o fim de O glorificar. A maldição no jardim do Éden (Gên.
3:14-19, 22-24) foi expressada por causa do homem não colocar o desejo de Deus em
primeiro lugar (Gên. 2:17; 3:6). A destruição da terra pela água nos dias de
Noé (Gên. 6:5-7) foi anunciada sobre todos os homens por eles servirem a carne
e, nisso, não glorificaram a Deus (Mat. 24:38). A história bíblica mostra o
povo de Deus sendo castigado repetidas vezes, um castigo que continua até hoje,
por uma razão maior: adorar outros deuses (Jer 44:1-10). A condição natural do
homem é abominável diante de Deus justamente por ele não ter o temor de Deus
diante de seus olhos (Rom. 3:18). A condenação final do homem ímpio será
simplesmente por causa do homem não ter Deus nas suas cogitações (Sal 10:4),
desprezar toda a Sua repreensão (Próv. 1:30) e por não se arrependerem para dar
glória a Deus (Apoc 16:9). Foi dado outro tanto de tormento e pranto à
Babilônia por causas de glorificar a si (Apoc 18:7). Deus nunca dará a glória
devida a Ele a outro (Isa 42:8). Ao Deus da glória (Atos 7:2), o Pai da glória
(Efés. 1:17) é devida toda a glória para todo o sempre (Fil. 4:20; I Tim 1:17).
Quando chegarmos ao assunto da salvação não
podemos procurar de modificar o desígnio eterno de Deus. Na doutrina da
salvação Deus não está procurando dar uma glória ao homem. Pela salvação tratar
dos seres humanos e o estado eterno deles não quer dizer que Deus não deseja
receber a glória deste tratamento.
A salvação tem o propósito de trazer glória
eternamente a Deus, e, essa glória
na salvação, é por Jesus Cristo para todo o
sempre (Rom. 16:27; II Cor 4:6; I Pedro 5:10). Pelo decorrer deste estudo
entenderemos melhor como cada fase da salvação exalta Cristo desde a eleição
que foi feita em Cristo (Efés. 1:3,4) à santificação que traz os eleitos a
serem semelhantes a Cristo (I João 3:2). Cristo é a semente incorruptível pela
qual os salvos são gerados de novo (I Pedro 1:23-25). Cristo é o caminho sem o
qual ninguém vai a Deus (João 14:6). Cristo é a verdade em qual o pecador deve
crer para ser salvo (João 3:35,36). É a imagem de Cristo a qual os salvos são
transformados (Rom. 8:29) e por Cristo os salvos são conservados (Judas 1). Os
frutos de justiça, são por Jesus Cristo, e, por isso,
para a glória e louvor de Deus (Fil. 1:11). Não
existe uma operação sequer na salvação que não glorifica Deus pelo Filho
unigênito. Não deve ser segredo, tanto na realização da salvação quanto na
condenação dos pecadores, Deus é, e sempre será eternamente glorificado por
Cristo (João 5:23; 12:48; II Cor 2:15,16; Fil. 2:5-11).
Existem muitos erros nas crenças de muitas
igrejas e crentes já neste ponto inicial sobre o propósito da salvação. Muitos
querem colocar as bênçãos que o homem recebe pela salvação como sendo os
objetivos divinos na salvação. Mesmo que é uma verdade que a criação nova feita
na salvação é maior e mais gloriosa do que a primeira criação relatada em
Gênesis; mesmo que é verdade que a salvação é de uma condenação horrível; mesmo
que é verdade que pela obra de Cristo na salvação Satanás é vencido e, mesmo que
pela salvação moradas celestiais estão sendo feitas no céu, todas estas
verdades são resultados da salvação e não as causas dela. Muitos confundem o
eterno lar, o fruto do Espírito Santo, a vida cristã diante do mundo ou a
igreja cheia de alegria como os desígnios da salvação. Mas, o estado final da
salvação não deve ser confuso com o objetivo dela, nem os efeitos com as
causas. Deus não tem propósito de dar a sua glória ao outro, inanimado, animado
ou mesmo um salvo, mas, somente a Ele (Isa 42:8). Como em tudo demais que Deus
faz, a salvação centra em Deus e em sua glória e não nos benefícios do homem.
Os efeitos que a salvação produz não são as causas da salvação ser programada por
Deus.
Se, em nosso entendimento desta maravilhosa
doutrina da salvação, a ênfase for colocada em qualquer maneira nas bênçãos que
o homem recebe e não na glória de Deus, o nosso entendimento é falho neste
respeito e devemos buscar as bênçãos de Deus para que Ele nos endireita para
adorarmos a Ele como Ele deseja, em espírito e em verdade (João 4:24).
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