Igreja Complicada. Conhece Alguma?
LIBERTADA, SIM. LIBERTINA NÃO
Livres para glorificar a Deus
PARA LER E MEDITAR DURANTE A SEMANA
D-1Co 6.12-Nem ser dominado;
S-1Co 8.13-Nunca mais;
T-Fp 2.1-11-Exemplo de abnegação;
Q-SI 24.1-2-A terra é do Senhor;
Q-Mc 10.32-45- O maior seja o menor;
S-Gl 5.1-15-Jugo de escravidão;
S-Jo 8.34-36-Verdadeiramente livres
Leitura
Bíblica em Classe
1 Coríntios 10.23-33
INTRODUÇĀO
Paulo ensina que a liberdade do cristão maduro está ligada aos seus privilégios em Cristo. Porém, é preciso cuidar para que as nossas atividades não levem nosso irmão mais fraco a tropeçar (1Co 8.11-13). A maturidade cristã nos dá liberdade para fazermos o que bem entendermos? Devemos nos preocupar com o que o nosso próximo pensa daquilo que fazemos? Como ser livre em Cristo e, ao mesmo tempo, instrumento de bênção na vida daqueles que se escandalizam facilmente?
I.
DATA E OCASIÃO
Paulo aplicou bem esse conceito de liberdade com responsabilidade à Igreja de Corinto. Ele já havia advertido contra um cristão participar de festas pagãs (1Co 8,9-13). Depois, ele orientou a comunidade sobre o consumo de carne oferecida aos ídolos e instruiu os crentes a não fazerem perguntas sobre a carne comprada no mercado para uso em suas próprias casas (1Co 10.25-26). Afinal, tudo vem de Deus e toda a comida é permissível para o crente (SI 24.3; Mc 7.14-23; At 10.9-16,28; 1Tm 4.3-5).
O crente maduro pode desfrutar em sua própria casa até mesmo de carne sacrificada a ídolos sem prejuízo espiritual, porque ele sabe que os ídolos não existem. A questão, porém, é que, às vezes, um cristão maduro e outro novo na fé estavam em locais comuns onde era oferecido carne de cerimônias pagãs (1Co 10.27-30). O que fazer? De acordo com Paulo, embora seja lícito comer de tudo o que se oferece numa refeição, o irmão mais fraco teria muita dificuldade em consumir esse tipo de alimento, porque supunha que o ídolo pagão era real e, se ingerisse o alimento sacrificado, em seu coração estaria mesmo participando de uma cerimônia pagã. Por isso, a pessoa mais madura deveria se abster do alimento por amor ao irmão na fé. Fazer diferente é pecaminoso aos olhos de Deus. Preservar a consciência de pessoas imaturas é mais importante do que desfrutar das regalias de nossa liberdade em Cristo.
II.
LIBERDADE EM CRISTO
Jesus declarou: "se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.36). Paulo igualmente ensinou: Para a liberdade foi que Cristo nos libertou”
(Gl 5.1). Mas, como qualquer verdade, essa
também pode ser distorcida pelo pecado. Nāo somos livres para fazer sem restrições
o que queremos. Liberdade sem restrição torna-se irresponsável e produz caos e
feridas. Embora tenhamos liberdade em Cristo somos responsáveis por edificar os
outros na fé sem causar mal estar (Fp
2.1-4).
III. LIBERDADE PARA DESFRU-TAR DA CRIAÇÃO
(v.25-26)
"Comei de tudo o que se vende no mercado, sem nada perguntardes por motivo de consciência; porque do Senhor é a terra e a sua plenitude."
A Bíblia nos assegura que o mundo foi criado por Deus e que ele nos fornece ricamente tudo para nosso desfrute (1Tm 6.17). Parte da nossa liberdade cristã envolve apreciar e nos deleitarmos nas coisas boas que Deus criou, “porque do Senhor é a terra e a sua plenitude”. Então coma e desfrute do que é bom. Anteriormente, Paulo havia condenado a participação dos crentes nas refeições dentro de festas pagãs e chamou isso de comunhão com os demônios. Isso é diferente de quando você vai a um mercado, o alimento deixou de ter qualquer significado religioso. Aproveite a sua liberdade em Cristo e coma sem perguntar ou se preocupar.
III.
LIBERDADE LIMITADA (v.23)
"Todas as coisas são licitas, mas nem todas convêm; todas são licitas, mas nem todas edificam."
Alguns acreditam que a expressão popular entre os cristãos..Em1Coríntios6,duas vezes no versículo 12 Paulo escreve: "Todas as coisas são lícitas". A este ensinamento de Paulo, os coríntios se apegaram com tenacidade. O problema é que, ao desejar fazer qualquer coisa, a pessoa sempre se apegava à premissa de que “todas as coisas são lícitas".
O apóstolo lembra que a liberdade cristã, exercitada de modo adequado, é a liberdade para fazer o que é benéfico para os outros. Ele aplica essa verdade à questão da carne oferecida aos ídolos. A verdadeira liberdade em Cristo significa viver de tal forma que a consciência das pessoas não seja ofendida (v.28-29)e elas não sejam levadas a tropeçar (v.32), portanto, que sejam edificadas.
Paulo antecipou possíveis objeções, tais como: “Por que eu não deveria apreciar a comida pela qual eu agradeço? Por que se reduziria minha liberdade em razão da consciência fraca de outra pessoa?" Porque somos responsáveis por glorificar a Deus em todas as coisas (1Co 10.31). A nossa liberdade em Cristo não pode gerar escândalo na igreja e ser pedra de tropeço para os mais fracos na caminhada cristã. Preservar a consciência dos mais frágeis glorifica e é uma adoração ao Deus criador.
IV.
LIBERDADE DE CRISTO (v.24,32-33)
"Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem. Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus, assim como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos."
Paulo viveu desse modo. Ele se adaptava aos mais diversos ambientes com a finalidade de apresentar a Cristo (1Co9.22):“(...) assim como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos"(1Co 10.33). Isto nada tem a ver com flexibilizar a ética cristã e ceder ao mundo. Ele apenas afirma que seu ministério estava centrado em promover a edificação dos outros em vez de satisfazer a seus próprios desejos.
Paulo
chama a atenção para Cristo ao iniciar em 1Coríntios 11 que a sua vida é apenas
um reflexo da vida de Jesus. Que você possa dizer: “Faca como eu fiz, porque
estou fazendo como Cristo fez isso, Sigam-me, pois eu estou seguindo a Cristo”.
Jesus
sempre se portou, intencionalmente em seu ministério terreno, para edificar
pessoas (v.23). Ele não procurou o seu próprio bem, mas o dos outros (v.24),
sendo um exemplo de abnegação. Ele fez tudo pelo louvor e honra de seu Pai não
fazendo ninguém tropeçar. Quando agimos como ele, somos verdadeiramente livres. Ser livre é amar e abdicar-se de si mesmo para não ferir a
consciência de ninguém.
V.
PROPÓSITO DA LIBERDADE
Já
destacamos (v.31) que o alvo da liberdade balizada pelo amor é a glória de
Deus. Após escrever: "Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem
para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus" (v.32), em seguida o
apóstolo sublinha que tudo deve promover a glória do Senhor. A liberdade cristã
tem como finalidade trazer outros para a salvação e dar louvor a Deus. Não
podemos permitir que questões pessoais afetem a obra divina.
O custo do não-discipulado
Ricardo Barbosa de Sousa
Se o custo do discipulado é alto, já imaginou o custo do não discipulado? Se amar o inimigo é difícil, tente odiá-lo! Se honrar pai e mãe é custoso, pense na possibilidade de não fazê-lo! Se viver em obediência a Cristo, renunciando o pecado, exige muito, procure ignorar isso!
Não considerar os mandamentos de Cristo, seu magnífico ensino no Sermão do Monte, seu chamado para a renúncia ao pecado e a necessidade de diariamente tomar a cruz da obediência para segui-lo tem um custo incalculavelmente maior.
Pagamos
um alto preço pela "graça barata". Nossas famílias sofrem por causa
dela, Nossos filhos encontram-se confusos e perdidos.
A nação afunda-se na lama da corrupção, da violência e da promiscuidade. Nossas igrejas transformaram-se em centros de entretenimento religioso, com um comércio de falsas promessas em troca de um evangelho sem cruz e de um reino onde cada um é seu próprio rei.
“O chamado de Cristo para sermos seus discípulos, com seu “alto custo”, é o único caminho possível para a liberdade. A única opção para a verdadeira humanidade. A única esperança para nossa sociedade enferma. Se seguir a Cristo exige muito, lembre-se que não segui-lo vai lhe custar muito mais.”
VII. MENSAGEM PARA HOJE
A.
Você é livre em
Cristo
Existem
muitos movimentos cristãos que sobrecarregam os crentes com ordenanças que não
vêm de Deus. Não caia no erro de achar que o amor de Deus depende de usos e
costumes. Jesus expressamente indicou que aquilo que contamina o homem não é o
que entra na boca, mas o que sai. Isso é o que contamina o homem (Mt 15.11). Se
a Bíblia não nos proíbe fazer alguma coisa, temos sabedoria do céu e o Espírito
Santo para nortear as nossas decisões, de modo que contribuam para uma
comunidade mais unida, forte e madura.
B.
Tome decisões
que contribuam para o crescimento espiritual das
pessoas
É
um desastre para a igreja quando todos querem exercitar a sua liberdade sem se
importar com os outros. Antes de qualquer decisão, pergunte-se: Edifica? Constrói?
Fará bem para as pessoas? Contribui para a unidade da igreja? Precisamos nos
importar com a comunidade da qual fazemos parte. Jesus disse a seus discípulos:
“É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor
fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no
már, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos"(Lc 17.1-2).
C.
A liberdade em
Cristo é liberdade para viver em santidade
A
salvação gera no coração um desejo intenso e uma determinação incansável de
buscar a vontade de Deus em tudo. A Graça salvadora é santificadora. Em 193, o
teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer publicou seu famoso livro Discipulado, uma exposição do Sermão do
Monte, na qual ele comenta o que significa seguir a Cristo. O contexto era a
Alemanha no início do nazismo. Sua preocupação era combater o que ele chamou de
“Graça barata “, essa Graça que oferece perdão sem arrependimento, comunhão sem
comissão, discipulado sem cruz; uma Graça que não implica obediência e submissão
a Cristo. A verdadeira compreensão da Graça nos liberta da nossa libertinagem e
nos transforma em escravos de Cristo, que é a verdadeira liberdade.
CONCLUSÃO
O
cristão sabe que a sua liberdade envolve responsabilidade. O discípulo maduro
utiliza sua consciência para abençoar pessoas. Algo que é bom para nós pode ser
um obstáculo aos outros. Uma igreja madura é livre em Cristo para usar tal
liberdade com responsabilidade. O bem-estar do povo de Deus deve regular as
nossas atitudes. Devemos procurar o que realmente contribui para a edificação
dos irmãos em vez de permanecermos obstinados em realizar o que queremos.
APLICAÇĀO
Jesus Cristo
deu o maior exemplo do que significa buscar o bem do próximo. Ele nos inspira,
e nos motiva a considerar sempre a edificação das pessoas em primeiro lugar, no
que fazemos ou
falamos. Jesus usou a sua liberdade para nos salvar, e por nós passou
fome, teve sede, foi traído, abandonado, crucificado, morto e sepultado, mas
ressurgiu para nos livrar da condenação. Sigamos seus
passos.
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