Igreja Complicada. Conhece Alguma? - Lição 04

 

Igreja Complicada. Conhece Alguma?


Lição 04
IGREJA DISCIPLINADA


Pureza e santidade já
1Coríntios 5






Para ler e meditar durante a semana

D-Mt 18.15-17-Antes de tudo;

S-2Co 2.1-8-Confirme o amor;

T-2Ts 3.6-15-Nāo o considerem inimigo;

Q-Ef 4.11-32-A santidade da igreja;

Q-Fp 2.1-18-Filhos de Deus inculpáveis;

S-1Pe 4.8-A forca do perdão;

S-Ef 1.22-23-A plenitude de Deus

 

Leitura Bíblica em Classe

1 Coríntios 5


INTRODUCAO

Vivemos numa sociedade permissiva e corrupta. Infelizmente, essa cultura da perversidade pode invadir a família da fé. Acredito que você conhece ou já ouviu histórias tristes de pecados que abalaram comunidades cristãs sérias. A igreja é uma comunidade formada por pecadores. Isso significa que ocorrerão problemas graves afetando as nossas igrejas. Contudo, também é verdade que esses pecadores podem se arrepender de seus pecados e assumir um estilo de vida contracultural, de compromisso com os valores do reino de Jesus. A igreja de Cristo é santa. O povo de Deus foi separado para viver um estilo de vida distinto na terra. A santidade é uma marca indelével da Noiva do Cordeiro. Essa santidade não é abstrata. É real, consiste na ação santificadora do Espírito Santo, em lutar contra o pecado que a assedia e confessar os erros quando cometidos. A maturidade da igreja também se prova a partir do compromisso que ela tem com a formação do caráter cristão de seus membros através do exercício da disciplina eclesiástica. Uma igreja madura celebra a disciplina e o cristão, quando comete pecado e dele não se arrepende, precisa ser disciplinado pela igreja, para o seu próprio bem e para o bem de toda a igreja.

O contexto imoral em que a igreja coríntia se encontrava naquela cidade não é diferente de hoje entre nós.


I.             DATA E OCASIÃO

Os coríntios eram crentes em Cristo. No entanto, alguns estavam vivendo um estilo de vida incoerente ao evangelho. Havia todos os tipos de pecados naquela igreja, e o Senhor Jesus, por sua vez, quer a sua igreja sem defeito, sem mácula, pura e inculpável. Ele quer um povo santo. Por isso, Paulo escreve 1Coríntios, com o objetivo de ensinar a comunidade a tratar dos problemas morais que ali existia. Um dos problemas com os quais ele tem de lidar é o problema da tolerância à imoralidade, e esse éo tema do capítulo 5.

 

II.            A IMORALIDADE PRECISA SER CONFRONTADA

“Geralmente, se ouve que bá entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai. E, contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou?"(1Co 5.1-2)

As pessoas da comunidade sabiam da imoralidade descrita, mas ninguém fazia nada a respeito. Nenhuma reação foi identificada na igreja. Parece que a consciência dos crentes se tornou entorpecida diante do pecado. A igreja de Cristo precisa ter sensibilidade e firmeza para reconhecer e tratar a imoralidade de seus membros, pois do contrário ela ofende o santo Deus. A responsabilidade de lidar com o pecado do próximo é um dever comunitário.

Se você conhece alguém que vive em deliberada rebeldia, se conhece algum cristão que passou a viver uma vida pecaminosa, você precisa seguir os passos de Mateus 18.15-17. E então, se ele não ouvir, leve duas ou três testemunhas para conversar com ele. Se ele não os escutar, comunique aos líderes da igreja para que tal pessoa seja disciplinada. Por que o rigor da disciplina? Porque Deus quer a sua igreja pura, levando o irmão em pecado ao arrependimento. E nós também queremos. A igreja é uma comunidade de pecadores, mas que busca viver cada dia mais em santidade. Esse é o processo contínuo de despojar-se e revestir-se que Paulo nos ensina (Ef 4.17-24;CI 3.8-10).

 

III.          ÀS VEZES, A EXCLUSÃO

“(...) em2 nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espirito, com o poder de Jesus, nosso Senhor, [que seja] entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espirito seja salvo no Dia do Senhor” (1Co 5.4-5).

Se alguém da comunidade, mesmo após ser confrontado e disciplinado, permanece trilhando os caminhos de morte sem dar sinais de arrependimento, o próximo passo é excluí-lo da igreja. Ele usa a expressão: “entregue a Satanás”. A exclusão da igreja é uma declaração de que tal pessoa é pagã, incrédula, descrente. O estilo de vida dela não condiz com a nova vida que Cristo promove em seus discípulos. Essa é uma atitude difícil de ser tomada, mas a igreja deve fazê-lo, ainda que consternada e com lágrimas nos olhos. A esperança reside no fato que este alguém pode até morrer, mas se for um filho de Deus, o Senhor certamente o trará de volta ao juízo (1Co 5.5;2Tm 2.24-27).

A dureza das palavras de Paulo parece irromper a partir de um cenário de declarada negligência por parte dos cristãos de Corinto em lidar firmemente com o pecado. É provável que o apóstolo já os tivesse advertido sobre a imoralidade dentro da igreja numa carta anterior, no entanto, nada foi feito: “Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros"(v.9).

Mesmo com as orientações anteriores de Paulo, nada foi feito. Tudo permaneceu do mesmo jeito. Paulo os alertou e os advertiu, mas eles optaram pelo silêncio e conivência. Depois do alerta, a ação proposta pelo apóstolo foi mais enérgica. É preciso agir rápido.

É necessário ser rigoroso com o pecador impenitente para que o Corpo não sofra ainda mais os danos decorrentes da desobediência de um de seus membros:  "Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor"(1Co 5.13).

 

IV.          A PROTEÇÃO DO CORPO DE CRISTO

"Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado "(1Co 5.6-7).

A igreja é como um corpo. Quando um sofre, todos sofrem. O pecado de um afeta a todos. Assim como o câncer se espalha de uma célula para outra, o pecado se espalha rapidamente de uma pessoa para a outra (cf. 1Co 5.6-7). Agora, a igreja aqui é vista como um caroço, um pedaço de massa. Naquela época, quando a massa para fazer pão era preparada, sempre se tirava um pedaço dela. Esse pequeno pedaço era enrolado e colocado na água. Durante um tempo, ele azedaria e então seria retirado para ser colocado numa nova massa a fim de levedá-la. Assim se fazia um fermento naquele tempo. A igreja precisava se livrar do fermento espiritual que infectava a sua igreja.

“Cristo, nosso Cordeiro pascal”

(v.7b)

Como o cordeio do AT era o símbolo de uma nova vida para os hebreus, no NT, Cristo, nosso Cordeiro, se entregou na cruz para libertou para uma nova vida, Por causa dele vivemos em novidade de vida!

Preste muita atenção: se não tirarmos as ervas daninhas do nosso jardim, elas vão tomá-lo completamente. Perceba que Paulo condena o orgulho e a soberba da comunidade. O orgulho e a arrogância da igreja eram tão pecaminosos quanto a imoralidade. Todos nós conhecemos o ditado de que uma maçã podre pode estragar todo o cesto. Isso é verdade para a igreja. Precisamos rapidamente condenar o pecado, qualquer que seja, pois ele contamina o Corpo. Em 1Coríntios 15.33, Paulo diz: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes". Certifique-se de que você tem se livrado de tudo que possa contaminá-lo e corrompê-lo. Não toleremos a imoralidade entre nós, mas também não sejamos tolerantes com o orgulho e a arrogância espiritual que tratam o pecado com displicência. A razão pela qual a corrupção nos destrói pode ser porque fomos tolerantes com o mal.

 

V.           O ALVO É A RESTAURAÇÃO

“(...) a fim de que o espirito seja salvo no Dia do Senhor" (1Co 5.5b).

Paulo deseja a restauração desse malfeitor (v.13).A disciplina tem como objetivo trazer restauração, não destruição. As igrejas aplicam a disciplina quando veem um membro tomando o caminho em direção à morte e suas súplicas e acenos não fazem a pessoa retornar. É o último recurso para trazer um indivíduo ao arrependimento. A disciplina tem como objetivo expor o erro para promover restauração. Ela expõe a ferida para que haja cura rapidamente. Em outras palavras, o propósito final da disciplina eclesiástica é a restauração espiritual do pecador, é tentar trazer a pessoa de volta ao seu juízo. Quando o homem se arrepende e retorna para Deus ele é restaurado. É como o filho mais novo da parábola do filho pródigo, o qual “cai em si” dentro de um chiqueiro e retorna para a casa do pai (Lc 15). Disciplina é prova de amor, não de reprovação, de que somos filhos de Deus (Hb 12.4-13). Alguns acreditam que o imoral mencionado por Paulo foi disciplinado, expulso da comunidade, mas depois se arrependeu e Paulo disse para a comunidade acolhê-lo novamente em amor (cf.2Co 2.1-8).

 

VI.  MENSAGEM PARA HOJE

A.   Lide seriamente com o pecado

Cuidado para não fazer como os coríntios que negligenciaram o pecado e foram lenientes com o mal. Contudo, atente com a mesma ênfase para o perigo do pecado nutrido em sua própria vida. Não tolere a imoralidade dos outros e muito menos a sua. Flertar com ela vai gerar escravidão e destruição para quem está perto de você. Seja instrumento de bênção para as pessoas, não de maldição. Acã e o profeta Jonas provam que viver em desobediência traz desajustes para todos (cf.Js 7;Jn 1).


B.   A Bíblia fala sobre o uso adequado do corpo.

Em 1Coríntios 6.13, Paulo escreve que “o corpo não é para a imoralidade. "O corpo é para o Senhor. O corpo foi projetado para ser usado por Deus, para ser abençoado por ele e servi-lo. Entregue o seu corpo ao Senhor, para usá-lo apenas para dar-lhe glória e louvor (Rm 12.1-2). Busque uma vida de santidade. Isso traz muitos benefícios para você, sua família, seus amigos e para a missão de Deus neste mundo.

 

C.   Sature a sua mente e coração com o evangelho.

O grande missionário, David Brainerd, que morreu antes dos 30 anos e dedicou sua juventude para pregar aos índios americanos, escreveu em seu diário que a exposição da grande doutrina do Cristo crucificado diminui a sua necessidade de instruir seus ouvintes sobre moralidade. Para ele, a santidade, ainda que em pequenas atitudes, é encorajada quando pessoas são tomadas pela consciência de quem Cristo é e do que ele realizou na cruz. De fato, não há argumento maior e mais poderoso para se lutar contra a imoralidade do que se render totalmente a Cristo como expressão da gratidão por tão grande salvação, que ele gratuitamente nos ofereceu. A compreensão do evangelho é eficiente para salvar e santificar o pecador.

 

CONCLUSÃO

Quando alguém se rende a Cristo há uma transformação radical em sua vida. Quando alguém se torna discípulo de Jesus, essa pessoa não pode permanecer nos mesmos pecados. Se eu compreendo a graça, não vou me sentir livre para cometer os pecados pelos quais Ele morreu. A graça que salva é a mesma graça que santifica. A maior forca contra a imoralidade é acolher a mensagem do Evangelho e viver em gratidão e amor a Deus a partir dela. Mas se você está vivendo em imoralidade, lembre-se, o pecado pode haver nos contaminado com muita profundidade, mas Jesus nos purifica de todo pecado.

 

APLICACÃO

Cristo se entregou pela igreja, com o fim de santificá-la, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela Palavra, “para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, (...) santa e irrepreensível” (Ef 5.25-27). Portanto, lute pela santidade da igreja e atente para a sua própria vida; rompa com a velha vida. Lance fora qualquer “bola de massa estragada" que contamine os seus pensamentos, motivações, sentimentos e ações, que te afastam de Deus. Submeta-se à disciplina do Senhor, porque ela te salvará de dores ainda maiores.

 

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