A honestidade do cristão

 
A honestidade do cristão
 

 
Aprendemos, desde cedo, ao ler a Bíblia que Jesus é o exemplo a ser seguido. Na religiosidade judaica a máxima usada pelos fariseus era: "Façam o que eu mando e não o que eu faço". Contudo em Jesus temos: "Façam o que eu mando e pratiquem o que eu faço".
 
Jesus é o alvo a ser perseguido durante toda a nossa jornada de fé, "até que cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo" (Ef 4.13 NVI), e, nesta visão, o apóstolo Paulo podia afirmar com convicção: "Tornem-se meus imitadores, como eu sou de Cristo" (1 Co 11.1 NVI). E este mesmo apóstolo, tendo vivido o caráter de Cristo, amando, divulgando e defendendo os seus ensinos, podia dizer: "Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus" (Gl 6.17 NVI). Marcas do amor sem preferências, da humildade, da renúncia pelo ter em detrimento do ser, da entrega de si mesmo pelos ideais do Reino.
 
Hoje, parece que muitos de nós têm fechado os olhos para o alvo e envolvidos em nossos próprios interesses mesquinhos, buscamos uma interpretação bíblica de conveniência direcionada para o aqui e o agora. A fé tem se transformado em produto de consumo onde possuir muito e viver bem evidenciam o crente vitorioso. E, para satisfazer os anseios meramente egoísticos de multidões desorientadas biblicamente, vale tudo.
 
Quando olhamos para a honestidade de Jesus percebemos a retidão do seu caráter. Quando alguém se propôs a segui-lo, respondeu: 

"As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça" (Mt 8.20 NVI). 

E mais adiante, ele reforça: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Mt 16.24 NVI).
 
Quem estuda a Bíblia  sabe que Jesus nunca prometeu qualquer tipo de benefício ou privilégio terrenos para os seus seguidores. Nunca ofereceu facilidade ou negociou ganho com alguém. O que ele nos garantiu foi uma vida de desafios, lutas, perseguições e sofrimentos. Em vez de vida próspera, regalada, aflições (Jo 16.33), em vez de ganhar, perder (Lc 9.24), em vez de viver, morrer (Gl 2.20). Entretanto, nada de mais valioso que se possa conquistar no mundo, supera o que ele reserva para os que o seguem e o imitam. São valores supra-humanos de dimensões incalculáveis que não se deterioram, murcham ou se desvalorizam com o tempo. Em sua honestidade, em face à preocupação dos seus discípulos em relação a exigência em segui-lo, o Mestre garantiu: "Digo-lhes a verdade, ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos, pais ou filhos por causa do Reino de Deus deixará de receber, na presente era, muitas vezes mais, e, na era futura, a vida eterna" (Lc 18.29-30 NVI).
 
 
“A justiça dos justos os livra, mas o desejo dos infiéis os aprisiona”
(Pv 11.6 NVI).
 
Esse versículo é muito parecido com o texto anterior, mas suas sutis diferenças o tornam particularmente útil na vida de quem quer ser sábio e estar debaixo do controle e da comunhão do Senhor. O versículo precedente enfatiza a inutilidade da riqueza diante da morte física e da morte espiritual. Também aponta para o fato de que as ações justas podem livrar o homem de uma vida abreviada pelo mal e da condenação eterna no tribunal divino. O versículo 6, por sua vez, aponta a consequência do mal não como morte, mas como “aprisionamento”, ou seja, a perda da liberdade. Nesse sentido, prisioneiros do sistema judicial podem comprovar a veracidade desse ensino.
 
Contudo, há outro modo se ser aprisionado por causa do “desejo” que não seja em um presídio com grades, muros e carcereiros. O infiel, ou seja, aquele que não coloca sua fé e esperança em Jesus Cristo, mas busca seus próprios caminhos e vive para satisfazer seus anseios, pode se tornar um prisioneiro do seu próprio desejo ou cobiça. Por isso, é tão comum vermos pessoas que, apesar de terem muito mais do que precisam, vivem infelizes, sempre mais insatisfeitas com as coisas que não têm que com o que têm. Assim, possuem muito, mas vivem aprisionados pelo desejo de mais coisas. O mundo inteiro nunca bastaria.
 
Para isso, só há um remédio: a justiça. Diante do sistema judicial, viver de forma justa, ainda que seja mais árduo e cansativo, com limites e privações, garante o reconhecimento de inocência diante das autoridades e mantém o justo em liberdade. Diante dos anseios da alma, a justiça de Deus infundida na vida dos seus sábios servos liberta cada vez mais da escravidão da cobiça, da inveja e do descontentamento, sem falar na alforria da depressão e do descontentamento. Afinal, as coisas mais valiosas não são aquelas que cobiçamos, mas as que a graça do Senhor nos concedeu.
 
É importante compreender que a única vantagem de seguir Jesus e praticar o seu caráter honesto está na gloriosa esperança do céu lugar em que a nossa fé realmente se realiza e se torna completamente vitoriosa! Sola Gratia!
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Hernandes D. Lopes - Jó

Wayne Gruden

Ariovaldo Ramos