A honestidade do
cristão
Aprendemos, desde cedo, ao ler a Bíblia que Jesus é o exemplo a ser seguido. Na religiosidade judaica a máxima usada pelos fariseus era: "Façam o que eu mando e não o que eu faço". Contudo em Jesus temos: "Façam o que eu mando e pratiquem o que eu faço".
"As raposas têm suas tocas e as
aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a
cabeça" (Mt 8.20 NVI).
E mais adiante, ele reforça: "Se alguém quiser
acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Mt 16.24
NVI).
Quem
estuda a Bíblia sabe que Jesus nunca
prometeu qualquer tipo de benefício ou privilégio terrenos para os seus
seguidores. Nunca ofereceu facilidade ou negociou ganho com alguém. O que ele
nos garantiu foi uma vida de desafios, lutas, perseguições e sofrimentos. Em
vez de vida próspera, regalada, aflições (Jo 16.33), em vez de ganhar, perder
(Lc 9.24), em vez de viver, morrer (Gl 2.20). Entretanto, nada de mais valioso
que se possa conquistar no mundo, supera o que ele reserva para os que o seguem
e o imitam. São valores supra-humanos de dimensões incalculáveis que não se
deterioram, murcham ou se desvalorizam com o tempo. Em sua honestidade, em face
à preocupação dos seus discípulos em relação a exigência em segui-lo, o Mestre
garantiu: "Digo-lhes a verdade, ninguém que tenha deixado casa, mulher,
irmãos, pais ou filhos por causa do Reino de Deus deixará de receber, na
presente era, muitas vezes mais, e, na era futura, a vida eterna" (Lc
18.29-30 NVI).
Esse
versículo é muito parecido com o texto anterior, mas suas sutis diferenças o
tornam particularmente útil na vida de quem quer ser sábio e estar debaixo do
controle e da comunhão do Senhor. O versículo precedente enfatiza a inutilidade
da riqueza diante da morte física e da morte espiritual. Também aponta para o
fato de que as ações justas podem livrar o homem de uma vida abreviada pelo mal
e da condenação eterna no tribunal divino. O versículo 6, por sua vez, aponta a
consequência do mal não como morte, mas como “aprisionamento”, ou seja, a perda
da liberdade. Nesse sentido, prisioneiros do sistema judicial podem comprovar a
veracidade desse ensino.
Contudo,
há outro modo se ser aprisionado por causa do “desejo” que não seja em um
presídio com grades, muros e carcereiros. O infiel, ou seja, aquele que não
coloca sua fé e esperança em Jesus Cristo, mas busca seus próprios caminhos e
vive para satisfazer seus anseios, pode se tornar um prisioneiro do seu próprio
desejo ou cobiça. Por isso, é tão comum vermos pessoas que, apesar de terem
muito mais do que precisam, vivem infelizes, sempre mais insatisfeitas com as
coisas que não têm que com o que têm. Assim, possuem muito, mas vivem
aprisionados pelo desejo de mais coisas. O mundo inteiro nunca bastaria.
Para
isso, só há um remédio: a justiça. Diante do sistema judicial, viver de forma
justa, ainda que seja mais árduo e cansativo, com limites e privações, garante
o reconhecimento de inocência diante das autoridades e mantém o justo em
liberdade. Diante dos anseios da alma, a justiça de Deus infundida na vida dos
seus sábios servos liberta cada vez mais da escravidão da cobiça, da inveja e
do descontentamento, sem falar na alforria da depressão e do descontentamento.
Afinal, as coisas mais valiosas não são aquelas que cobiçamos, mas as que a
graça do Senhor nos concedeu.
É
importante compreender que a única vantagem de seguir Jesus e praticar o seu
caráter honesto está na gloriosa esperança do céu lugar em que a nossa fé
realmente se realiza e se torna completamente vitoriosa! Sola Gratia!
“A justiça dos justos os livra, mas o
desejo dos infiéis os aprisiona”
(Pv 11.6 NVI).
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